sexta-feira, novembro 04, 2016

Maleiane avisa que próximos dias podem ser ainda mais difíceis

Numa conferência sobre investimentos, realizada, esta semana, em Maputo, o ministro da Economia e Finanças fez revelações que mostram o nível de “sufoco” a que a economia moçambicana está sujeita. Revelou, abertamente, as dificuldades que o Estado está a enfrentar para realizar despesas
Diante da dificuldade em pagar salários, anúncio de corte no pagamento de horas extras e encarecimento do custo de vista, foi-lhe questionado se não equacionava manifestações populares, a exemplo do que aconteceu em 2010. Da resposta de Adriano Maleiane veio uma sincera, mas preocupante, realidade: “Para 2016, peço a paciência dos moçambicanos, vamos sofrer ainda mais. Em 2017, continuaremos a fazer esforços”.

Maleiane reforçou o argumento da recuperação referindo que, dentro do actual contexto, o Governo estabeleceu prioridades, apesar de hoje depender apenas do que cobra em impostos. Eessas prioridades, nesta fase difícil, incluem o salário dos funcionários, pagamento dos pensionistas, sendo que o que sobra é aplicado em alguns investimentos.
“Espero que os moçambicanos compreendam que, mesmo a questão do corte das horas extras que estão a reclamar, no passado foi sempre assim. Sempre é reconhecido, mas, por problemas de tesouraria, pode ser que não se pague naquele momento. Portanto, é uma situação difícil”, reconheceu o governante, ao mesmo tempo que reforçava o apelo para que as pessoas não se manifestem perante a subida do custo de vida. Mas também agradeceu pelo facto de tal ainda não ter acontecido: “Tenho de felicitar o povo moçambicano por ter percebido que a situação mudou de Abril para cá: não temos apoio dos parceiros, sobretudo para o Orçamento do Estado, e temos as consequências que assistimos, que são a inflação e a taxa de câmbio que dispara. Queria felicitar o povo moçambicano por compreender que, quando não temos, quem sofre realmente somos nós”.

Fonte: O País – 04.11.2016

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