Mais uma bomba
acaba de rebentar na banca. O Banco de Moçambique (BM) mandou encerrar com
efeitos imediatos o “Nosso Banco” por falta de capitalização, uma estrutura
económico-financeira insustentável, assim como devido graves problemas de
liquidez e de gestão.
Um comunicado do
Banco Central distribuído no final da tarde desta sexta-feira, indica que a
situação financeira e prudencial do Nosso Banco, SA, tem estado a
caracterizar-se por uma “contínua degradação dos principais indicadores
prudenciais e de rendibilidade”.
“Após sucessivos
incumprimentos dos planos de recuperação apresentados, o Banco demonstrou
incapacidade de sair da difícil situação económico-financeira em que se
encontra tendo-se, por conseguinte, colocado numa situação inviável. O Nosso
Banco, SA, ao não executar os planos de recuperação apresentados não só violou
as determinações do Banco Central, como não logrou o restabelecimento do
equilíbrio da sua situação económico-financeira. Assim, considerando que com as
medidas tomadas não foi possível a recuperação da situação financeira e
prudencial deficitária em que a instituição se encontra, pondo em risco os
interesses dos depositantes e demais credores, bem assim o normal funcionamento
do sistema bancário, o Banco de Moçambique determinou a revogação da
autorização para o exercício de actividade conferida ao Nosso Banco,, o que
implica, a sua dissolução e liquidação” lê-se no comunicado do Banco Central.
Para os que têm
dinheiro depositado no nosso Banco, o Banco informa que o Fundo de Garantia de
Depósitos (FGD), assegurará o reembolso do valor dos depósitos constituídos por
clientes do Banco que sejam pessoas singulares, mas na operacionalização dos
reembolsos dos depósitos, o FGD observará as limitações impostas por lei.
O “Nosso Banco”
nasceu em Novembro de 2015 a partir do polémico e antigo Banco Mercantil de
Investimentos (BMI) com a coluna vertebral do Estado pois tem como accionistas
o Instituto Nacional de segurança Social (o INSS com 77.2 porcento), a
Electricidade de Moçambique (EDM com 15.1 porcento), a SPI (a empresa do
partido Frelimo com 4 porcento), um ruandês de nome Alfred Kalisa (com 2.1
porcento) e outros pequenos accionistas quase todos eles da elite da Frelimo. O
PCA é Dias Loureiro, antigo presidente do Instituto Nacional de Estatísticas.
No seu Conselho de administração sentavam nomes sonantes da Frelimo como
Mariano Matsinha e Feliciano Gundana como administradores.
Esta é a segunda
vez em menos de três meses que o Banco de Moçambique agora comandado por
Rogério Zandamela, intervém num Banco e desbarata mitos de “boa gestão”. Em
Setembro o BM tomou o Moza Banco devido a problemas similares.
Fonte: Canal de Moçambique – 11.11.2016
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