sábado, novembro 12, 2016

Banco de Moçambique manda dissolver e liquidar “Nosso Banco”

Mais uma bomba acaba de rebentar na banca. O Banco de Moçambique (BM) mandou encerrar com efeitos imediatos o “Nosso Banco” por falta de capitalização, uma estrutura económico-financeira insustentável, assim como devido graves problemas de liquidez e de gestão.
Um comunicado do Banco Central distribuído no final da tarde desta sexta-feira, indica que a situação financeira e prudencial do Nosso Banco, SA, tem estado a caracterizar-se por uma “contínua degradação dos principais indicadores prudenciais e de rendibilidade”.
“Após sucessivos incumprimentos dos planos de recuperação apresentados, o Banco demonstrou incapacidade de sair da difícil situação económico-financeira em que se encontra tendo-se, por conseguinte, colocado numa situação inviável. O Nosso Banco, SA, ao não executar os planos de recuperação apresentados não só violou as determinações do Banco Central, como não logrou o restabelecimento do equilíbrio da sua situação económico-financeira. Assim, considerando que com as medidas tomadas não foi possível a recuperação da situação financeira e prudencial deficitária em que a instituição se encontra, pondo em risco os interesses dos depositantes e demais credores, bem assim o normal funcionamento do sistema bancário, o Banco de Moçambique determinou a revogação da autorização para o exercício de actividade conferida ao Nosso Banco,, o que implica, a sua dissolução e liquidação” lê-se no comunicado do Banco Central.
Para os que têm dinheiro depositado no nosso Banco, o Banco informa que o Fundo de Garantia de Depósitos (FGD), assegurará o reembolso do valor dos depósitos constituídos por clientes do Banco que sejam pessoas singulares, mas na operacionalização dos reembolsos dos depósitos, o FGD observará as limitações impostas por lei.
O “Nosso Banco” nasceu em Novembro de 2015 a partir do polémico e antigo Banco Mercantil de Investimentos (BMI) com a coluna vertebral do Estado pois tem como accionistas o Instituto Nacional de segurança Social (o INSS com 77.2 porcento), a Electricidade de Moçambique (EDM com 15.1 porcento), a SPI (a empresa do partido Frelimo com 4 porcento), um ruandês de nome Alfred Kalisa (com 2.1 porcento) e outros pequenos accionistas quase todos eles da elite da Frelimo. O PCA é Dias Loureiro, antigo presidente do Instituto Nacional de Estatísticas. No seu Conselho de administração sentavam nomes sonantes da Frelimo como Mariano Matsinha e Feliciano Gundana como administradores.
Esta é a segunda vez em menos de três meses que o Banco de Moçambique agora comandado por Rogério Zandamela, intervém num Banco e desbarata mitos de “boa gestão”. Em Setembro o BM tomou o Moza Banco devido a problemas similares.


Fonte: Canal de Moçambique – 11.11.2016

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