Comissão Parlamentar de Inquérito sobre dívidas ocultas
Estava marcada para
hoje a apresentação e eleição de Sérgio Pantie para substituir Edson Macuácua,
mas a presidente da Assembleia da República adiou o debate a pedido de uma das
bancadas parlamentares, Frelimo ou MDM, mas não disse qual.
Foi adiado mais uma vez o debate que havia sido marcado para hoje, sobre a substituição de Edson Macuácua da Comissão Parlamentar de Inquérito que está a investigar as dívidas escondidas.
Como temos vindo a escrever, Edson Macuácua foi afastado da Comissão Parlamentar de Inquérito por conflito de interesses, que deriva da sua ligação ao ex-Presidente da República Armando Guebuza, o qual, juntamente com Filipe Nyusi e Manuel Chang, endividou ilegalmente o Estado. Edson Macuácua era conselheiro e porta-voz de Guebuza.
O debate que culminaria com a indicação de Sérgio Pantie para substitiuir Macuácua estava marcado para hoje, mas dois factores podem ter contribuído para este adiamento.
Depois da
contestação pelo MDM sobre o n.o 2 do Artigo 71 do Regimento da Assembleia da
República como fundamento legal usado pela bancada parlamentar da Frelimo para
substituir Edson Macuácua, a bancada da Frelimo fez um aditamento à nota em que
citava aquele artigo como fundamento legal para a substituição de Macuácua,
solicitando a correcção da fundamentação legal. No aditamento, a Frelimo
aparece a citar o n.o 3 do Artigo 94 do Regimento da Assembleia da República,
que tem a seguinte redacção: “Nas comissões ‘ad hoc’ e de inquérito não são
admitidas substituições, salvo nos casos de doença prolongada justificada ou impedimento
definitivo”.
Por outro lado, o MDM questionou o tempo que separa o momento da apresentação do documento e o momento do debate. Este documento foi apresentado com menos de 24 horas de antecedência para o debate, violando o Regimento da Assembleia da República, no n.o 1 do Artigo 133, que tem a seguinte redacção: “As propostas de emenda do texto original são distribuídas aos deputados, sempre que possível, nos três dias anteriores à discussão”. Isto pode ter contribuído para o adiamento do debate.
O “Canalmoz” sabe
que a Frelimo tinha pedido à presidente da Assembleia da República para adiar o
debate, pois queria mais tempo para se preparar. Este assunto não foi tornado
público por Verónica Macamo, para evitar o que seria a segunda humilhação
pública da Frelimo, depois de ter citado o artigo errado do Regimento da
Assembleia da República. (André Mulungo)
Fonte: Canal de
Moçambique – 04.11.2016
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