sábado, novembro 12, 2016

LEITURAS: Após os EUA, é a vez da França?

A cinco meses da eleição presidencial, os franceses temem que populistas possam capitalizar descontentamento e fazer com que o país seja a bola da vez, após a saída do Reino Unido da UE e a surpreendente vitória de Donald Trump.
Marine Le Pen, líder do partido populista de direita francês Frente Nacional (FN), postou no Twitter uma avalanche de felicitações a Donald Trump, mesmo antes de os resultados das eleições norte-americanas, para alfinetar os seus rivais franceses.
Após o referendo do “Brexit”, em que o Reino Unido decidiu sair da União Europeia (UE), e a vitória do republicano Donald Trump, muitos se perguntam se a próxima grande decepção pode atingir a França, onde a eleição presidencial está a apenas cinco meses de distância e a popularidade de Le Pen vem crescendo fortemente há meses.
Ela não é a única que pode potencialmente ganhar terreno. Políticos como Jean-Luc Mélenchon, de extrema-esquerda, e o ex-presidente Nicolas Sarkozy, de centro-direita, estão tentam adaptar a sua mensagem política ao resultado da campanha norte-americana.
“É interessante ver como os políticos daqui estão a transformar a vitória de Donald Trump em argumentos favoráveis a si”, observa o analista Bruno Cautrès, do instituto Sciences Po, de Paris.
O impopular François Hollande não teve escrúpulos para traçar paralelos entre o humor do eleitorado nos Estados Unidos e na França. “Os franceses devem saber que Trump é o que a extrema-direita poderia vir a fazer amanhã na França”, disse Hollande, segundo o livro de confissões do Chefe de Estado francês escrito por dois jornalistas do “Le Monde” e lançado mês passado.

Mas o que Hollande vê como um sinal de alerta foi abraçado como uma oportunidade pela líder da FN. "A eleição de Trump é uma boa notícia para o nosso país”, disse Le Pen numa conferência de imprensa na quarta-feira, acrescentando ter esperança de que isso seja a sentença de morte para um acordo de livre-comércio entre os Estados Unidos e a Europa e contribua para melhorar as relações com a Rússia. Ler mais (Jornal Notícias – 12.11.2016)

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