Por Hilário Mutimucuio
EIS-me, uma vez mais, tentando contribuir para o enriquecimento do debate político em torno de um tema que julgo pertinente no momento político que vivemos. Desde que há já uns meses o deputado Manuel Pereira anunciou a sua intenção de se candidatar à presidência do município da cidade da Beira, as notícias que circulam no país político sobre aquela urbe têm sido inquietantes para todos os que têm visto naquele município o exemplo de boa gestão da coisa pública.
Maputo, Segunda-Feira, 14 de Julho de 2008:: Notícias
São notícias que deixam desconfortáveis todos os que sabem valorizar o trabalho abnegado que alguns compatriotas – como é o caso do engenheiro Daviz Simango e seu elenco- têm estado a realizar em prol do desenvolvimento daquela cidade e do consequente melhoramento do nível de vida dos seus citadinos.
É que efectivamente esse anúncio de intenção de candidatura veio despertar uma amálgama de “dossiers” mal parados que têm ensombrado aquele partido, com destaque para a sempre- infelizmente- presente questão tribal, um verdade em “handicap” que parecia adormecido ou mesmo ultrapassado naquela formação política. E, pior ainda, é que pelos vistos os detractores da Renamo estão mesmo decididos à explorar até a exaustão esse “tribalismo”, facto esse facilitado por indivíduos que aparentemente se fazem passar por porta-vozes de supostas bases, fictícias ou reais, que continuam a fincar o pé na candidatura deste, alegadamente porque o engenheiro Daviz Simango, uma vez chegado ao poder, esqueceu-se deles.
Aparentemente desinteressante, a situação política da cidade da Beira tem suscitado muitas especulações e mexido com muitos interesses- por razões óbvias- como se pode testemunhar em diversos artigos de opinião cujos autores não se cansam de dar lições de democracia a Renamo, fazendo apelos que não são mais que uma clara pressão para que aquela formação política permita a proliferação de candidatos sem nenhuma perspectiva de elegibilidade.
As verdadeiras intenções dessas lições estão claramente patentes na insinuação de que num partido democrático as pessoas têm direitos e liberdades. Pretendem com isso fazer confundir a liberdade com libertinagem. Pretendem fazer confundir o direito de eleger e ser eleito com o desejo de – por vontade própria- querer concorrer e ser eleito para um cargo ao qual o partido- a Renamo neste caso- já tem o seu candidato preferido. Querem fazer crer que a multiplicidade de candidaturas num mesmo partido, mesmo sem o aval deste, é sinónimo de democracia interna. Defendem a emergência de candidatos de recurso num partido político que tem um candidato consensual. Propositadamente, fazem de conta que a democracia pactua com a anarquia ou desregramento. É um gritante absurdo que aqui se defende.
Não distorçamos as coisas. Não existem no mundo inteiro partidos políticos democráticos em que os líderes não tenham de dar um parecer, tomar decisões e até influenciar decisões sobre questões essenciais da vida dos seus partidos. Talvez Dhlakama seja excepção, como temos visto em alguns artigos em que este é crucificado por ter dado o seu voto de confiança a Daviz Simango em nome da coesão, da estabilidade e da disciplina dentro do seu partido, acto esse tido como de contornos tribais, por os dois pertencerem à mesma tribo ou ainda classificado como uma forma de Dhlakama manter Simango na Beira, porque de contrário este podia um dia arrancar o lugar do seu líder.
Ora, senhor Manuel Pereira é indubitavelmente uma figura incontornável da vida política do maior partido político da oposição. Mas um político tido como controverso e declaradamente radical, que cometeu um deslize politicamente fatal com a sua famosa teoria de cancelas para dividir o país, não deve ter nenhuma condição política nem moral para concorrer para um cargo como o que está em causa. Político experiente, ciente do que acabo de referir, o deputado Manuel Pereira não devia sequer ter aventado a hipótese de se candidatar, tendo em conta a polémica que daí resultaria como consequência do exposto. Sabia não ter condições de disputar o mesmo lugar com um homem com um capital político sólido, pragmático, coerente, prudente e bom gestor que apesar de ter pela frente uma oposição com o nome que tem, tem sabido gerir exemplarmente a cidade da Beira tendo até recebido um grande troféu de melhor edil de toda a África Austral em reconhecimento da sua obra. Obra essa que a Beira nunca teve ao longo de toda a história de Moçambique independente.
Voltando ao assunto em apreço, é interessante reparar que apesar de todo o interesse político que representa o cobiçado município da Beira, os principais críticos do engenheiro Simango estão dentro do próprio partido que o suporta politicamente. E, é curioso que não o crucificam por gestão danosa, negligência, corrupção, compadrio ou por incumprimento das suas promessas eleitorais. Crucificam-no, alegadamente, porque uma vez chegado ao poder, pura e simplesmente decidiu dar as costas aos que tudo fizeram para que ele conseguisse aquele lugar, esqueceu-se dos verdadeiros donos da Renamo na Beira.
Ora, face ao exposto, julgo ser legítimo questionar se há algum mérito nessas críticas ou se se pretende apenas criar uma tempestade num copo de água, com intenções claramente definidas. É que pessoalmente julgo que está se a confundir uma virtude com um defeito ou uma fraqueza. Porque entendem as tais bases que, o engenheiro Daviz Simango que jurou fidelidade à nação, que jurou servir condignamente os interesses da população da Beira, devia primeiro servir a eles- os donos do partido- e que só depois devia olhar para Beira. Porém, entendimento igual não tem o edil que, justamente, ciente das suas responsabilidades decorrentes do seu programa eleitoral, coloca acima de tudo os interesses de todos os beirenses, independentemente da sua cor política. É sem dúvidas uma grande virtude, não muito vulgar entre os nossos políticos.
Politicamente falando, a Renamo tem uma grande responsabilidade de dar o suporte necessário ao senhor Simango na Beira, independentemente de tudo o que se possa dizer sobre a sua gestão. Politicamente não pode e nem deve ser a própria Renamo o principal obstáculo de Simango.
Considero que apesar do direito que assiste aos críticos do engenheiro Simango, como membros do partido que lhe suporta politicamente, a atitude destes neste momento que se tem falado de muitas melhorias naquela cidade, graças ao seu mérito como grande gestor, só pode cheirar a ingratidão.
EIS-me, uma vez mais, tentando contribuir para o enriquecimento do debate político em torno de um tema que julgo pertinente no momento político que vivemos. Desde que há já uns meses o deputado Manuel Pereira anunciou a sua intenção de se candidatar à presidência do município da cidade da Beira, as notícias que circulam no país político sobre aquela urbe têm sido inquietantes para todos os que têm visto naquele município o exemplo de boa gestão da coisa pública.
Maputo, Segunda-Feira, 14 de Julho de 2008:: Notícias
São notícias que deixam desconfortáveis todos os que sabem valorizar o trabalho abnegado que alguns compatriotas – como é o caso do engenheiro Daviz Simango e seu elenco- têm estado a realizar em prol do desenvolvimento daquela cidade e do consequente melhoramento do nível de vida dos seus citadinos.
É que efectivamente esse anúncio de intenção de candidatura veio despertar uma amálgama de “dossiers” mal parados que têm ensombrado aquele partido, com destaque para a sempre- infelizmente- presente questão tribal, um verdade em “handicap” que parecia adormecido ou mesmo ultrapassado naquela formação política. E, pior ainda, é que pelos vistos os detractores da Renamo estão mesmo decididos à explorar até a exaustão esse “tribalismo”, facto esse facilitado por indivíduos que aparentemente se fazem passar por porta-vozes de supostas bases, fictícias ou reais, que continuam a fincar o pé na candidatura deste, alegadamente porque o engenheiro Daviz Simango, uma vez chegado ao poder, esqueceu-se deles.
Aparentemente desinteressante, a situação política da cidade da Beira tem suscitado muitas especulações e mexido com muitos interesses- por razões óbvias- como se pode testemunhar em diversos artigos de opinião cujos autores não se cansam de dar lições de democracia a Renamo, fazendo apelos que não são mais que uma clara pressão para que aquela formação política permita a proliferação de candidatos sem nenhuma perspectiva de elegibilidade.
As verdadeiras intenções dessas lições estão claramente patentes na insinuação de que num partido democrático as pessoas têm direitos e liberdades. Pretendem com isso fazer confundir a liberdade com libertinagem. Pretendem fazer confundir o direito de eleger e ser eleito com o desejo de – por vontade própria- querer concorrer e ser eleito para um cargo ao qual o partido- a Renamo neste caso- já tem o seu candidato preferido. Querem fazer crer que a multiplicidade de candidaturas num mesmo partido, mesmo sem o aval deste, é sinónimo de democracia interna. Defendem a emergência de candidatos de recurso num partido político que tem um candidato consensual. Propositadamente, fazem de conta que a democracia pactua com a anarquia ou desregramento. É um gritante absurdo que aqui se defende.
Não distorçamos as coisas. Não existem no mundo inteiro partidos políticos democráticos em que os líderes não tenham de dar um parecer, tomar decisões e até influenciar decisões sobre questões essenciais da vida dos seus partidos. Talvez Dhlakama seja excepção, como temos visto em alguns artigos em que este é crucificado por ter dado o seu voto de confiança a Daviz Simango em nome da coesão, da estabilidade e da disciplina dentro do seu partido, acto esse tido como de contornos tribais, por os dois pertencerem à mesma tribo ou ainda classificado como uma forma de Dhlakama manter Simango na Beira, porque de contrário este podia um dia arrancar o lugar do seu líder.
Ora, senhor Manuel Pereira é indubitavelmente uma figura incontornável da vida política do maior partido político da oposição. Mas um político tido como controverso e declaradamente radical, que cometeu um deslize politicamente fatal com a sua famosa teoria de cancelas para dividir o país, não deve ter nenhuma condição política nem moral para concorrer para um cargo como o que está em causa. Político experiente, ciente do que acabo de referir, o deputado Manuel Pereira não devia sequer ter aventado a hipótese de se candidatar, tendo em conta a polémica que daí resultaria como consequência do exposto. Sabia não ter condições de disputar o mesmo lugar com um homem com um capital político sólido, pragmático, coerente, prudente e bom gestor que apesar de ter pela frente uma oposição com o nome que tem, tem sabido gerir exemplarmente a cidade da Beira tendo até recebido um grande troféu de melhor edil de toda a África Austral em reconhecimento da sua obra. Obra essa que a Beira nunca teve ao longo de toda a história de Moçambique independente.
Voltando ao assunto em apreço, é interessante reparar que apesar de todo o interesse político que representa o cobiçado município da Beira, os principais críticos do engenheiro Simango estão dentro do próprio partido que o suporta politicamente. E, é curioso que não o crucificam por gestão danosa, negligência, corrupção, compadrio ou por incumprimento das suas promessas eleitorais. Crucificam-no, alegadamente, porque uma vez chegado ao poder, pura e simplesmente decidiu dar as costas aos que tudo fizeram para que ele conseguisse aquele lugar, esqueceu-se dos verdadeiros donos da Renamo na Beira.
Ora, face ao exposto, julgo ser legítimo questionar se há algum mérito nessas críticas ou se se pretende apenas criar uma tempestade num copo de água, com intenções claramente definidas. É que pessoalmente julgo que está se a confundir uma virtude com um defeito ou uma fraqueza. Porque entendem as tais bases que, o engenheiro Daviz Simango que jurou fidelidade à nação, que jurou servir condignamente os interesses da população da Beira, devia primeiro servir a eles- os donos do partido- e que só depois devia olhar para Beira. Porém, entendimento igual não tem o edil que, justamente, ciente das suas responsabilidades decorrentes do seu programa eleitoral, coloca acima de tudo os interesses de todos os beirenses, independentemente da sua cor política. É sem dúvidas uma grande virtude, não muito vulgar entre os nossos políticos.
Politicamente falando, a Renamo tem uma grande responsabilidade de dar o suporte necessário ao senhor Simango na Beira, independentemente de tudo o que se possa dizer sobre a sua gestão. Politicamente não pode e nem deve ser a própria Renamo o principal obstáculo de Simango.
Considero que apesar do direito que assiste aos críticos do engenheiro Simango, como membros do partido que lhe suporta politicamente, a atitude destes neste momento que se tem falado de muitas melhorias naquela cidade, graças ao seu mérito como grande gestor, só pode cheirar a ingratidão.
Fonte: Notícias
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