O partido Frelimo, o tal "ganhador" deste país, segundo alguns dos que fazem parte, lançou areia no seio de muitos cidadãos incluindo até os ditos camaradas. Ficamos sem saber onde está a tal democracia que se propala por ai, porque por aquilo que se deu na Zambézia aquando da "eleição" do Primeiro Secretário daquele partido, em substituição do Jaime Himede, deixou muitas dúvidas no seio dos conhecedores da política incluindo até os membros séniores. Quando Armando Guebuza, presidente da República capitalizou Himede, ficou vazio o lugar do Primeiro Secretário. Ai começou a nascer as "guerras tribais" dentro e fora do partido. Muitos nomes vieram a tona, para substituir o actual Vice-Ministro de Energia.
Alguns, portanto, camaradas, aventavam a hipótese de se acabar uma vez por todas, a "mania" da Frelimo nesta parcela do país ser dirigida por um viente, ou seja, que não é de origem chuabo. Lançaram muitos nomes, como de Bernardo António (que também não é chuabo), Lucas Junqueiro, mesmo não sendo concretamente da cidade de Quelimane, mas é do vizinho distrito de Inhassunge, a sul da Zambézia., Sebastiana Gemusse, actual administradora de Nicoadala, Celestino Checanhanza e por ai fora. Porque, os chuabos sentiram-se cansados de verem a perdiz a voar sempre alto. Que fazer? Perguntavam-se entre eles. Como Himede saiu, então, temos "chance" para gritar viva Frelimo. Enganaram-se! Porque primeiro, viram os seus sonhos gorrados por um grupo de pessoas que não conhece a essência da Frelimo nesta parcela do país. Segundo porque, a saída de Himede para o cargo de vice-ministro não foi de ânimo leve, Guebuza foi pressionado a tirar Himede para outro lugar, mesmo sabendo que nem um ano tinha após tomar posse como o "mananger" da Frelimo na Zambézia. Se se recordam, Himede, foi eleito em Setembro passado, antes da realização do IX Congresso. O que valeu a pena então, ter retirado até candidaturas de pessoas como Sebastiana Gemusse e outros? Nada. Afinal conclui-se que há etnias dentro da Frelimo.
Himede de Pebane, deixou o seu lugar para David Manhacha que é de Tete. Não foi desta que os chuabos conseguiram concretizar os seus sonhos. Tudo foi água abaixo, porque h(á)ouve, interesses mútuos entre a "bófia" do partido ao nível central. Vejam só Manhacha é de Tete e os membros da brigada central da Frelimo que velam esta parcela do país, também. Está feita a sentença. O ex-administrador de Milange, que tanto se figurou como bom governante no seio do governo de Muária, já assumiu as rédias da Frelimo, numa província onde nem sequer pela história a Frelimo terá logrado intentos satisfatórios aquando das eleições, salvo as utárquicas, mas também duvida-se bastante.
Face a estes desabores que os chuabos passaram, já se começa a questionar: Governador viente, Primeiro Secretário viente, onde que resultados a Frelimo quer nesta província onde, a perdiz tem e leva sempre vantagens? Que conhecimentos têm os dois bosses quer da província, quer do partido sobre Zambézia? Conseguirão estes dois, inverter o cenário para o lado positivo? Será que não vê que as chuabos estão de costas voltadas com esta maneira de agir dos que tem a voz em primeiro plano? Se não vê, então que aguardem daqui a pouco.
Estas e outras dúvidas nos remetem a perguntar, onde de facto anda a tal democracia que a Frelimo propala por ai que é detentora? Se o David Manhacha concorreu sozinho. Será esta democracia, ou, é sigilo partidário? Ademais, uma única lista para um cargo tão importante para decidir a vida dum partido, mas meia volta, lançam areia nas vistas do povo e dizem que o camarada Manhacha foi eleito por consenso. Que consenso, se houve vinte votos nulos? O que deixou claro que os chuabos em particular não querem ser dirigidos por um viente.
As eleições vêm ai. Com estas divergências, já se abre a porta para a oposição tirar dividendos, e daí fazer a setença final. Contra factos não há argumentos, há que pensar bem. E apelamos o Guebuza para que não espere a pressão dos chuabos para tirar Manhacha desta província, será tarde demais, e ai vai sentir de facto. Tem se dito que " não se brinca com o fogo, porque o fogo queima, não se brinca com água, porque água molha". Chuabos (membros da Frelimo), viram mais uma vez os seus sonhos e anseios postos na lata de lixo do partido.
Diário da Zambézia
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