domingo, março 02, 2008

Oposicão requer um trabalho visível para ter impacto

O Miradouro escreveu uma série de 4 pequenos artigos com o título: Oposição requer um trabalho visível para ter impacto. A série é importante por alertar à oposição no que deve fazer para mudar o estado em que o nosso país está mergulhado. Leia aqui

11 comentários:

Ximbitane disse...

Essa apatia da Oposição faz-me pensar num ditado "Cão que ladra, não morde"!

A Oposição brande em altos berros que fará mudanças aqui e acolá. Porque não demonstra ou faz-nos ver que poderá fazer mudanças?

As tantas comem todos no mesmo prato e nós, o Zé Povinho, que continuemos a nos danar...

Basilio Muhate disse...

oLHA, SE BEM QUE O ZÉ POVINHO NEM TEM A OPORTUNIDADE DE ACEDER À NET PARA PODER TENTAR PERCEBER O QUE SE PASSA POR ESTAS BANDAS.

QUE OPOSIÇÃO TEMOS EM MOÇAMBIQUE ???? ACHO K SERIA UM BOM TEMA D REFLEXÃO...ALIÁS, TEMOS OPOSIÇÃO EM mOÇAMBIQUE NO VERDADEIRO SENTIDO DA PALAVRA ??

Ximbitane disse...

Completamente de acordo Basilio Muhate.

Nós que temos acesso à net devemos fazer ver aos que não tem o que se passa realmente pois o campo de visão deles resume-se aos telejornais e as capas dos jornais quando os chapas param nos semaforos. Isto com o agravante de que alguns só olham para as imagens pois os titulos garrafais sabem ler.

Carissimo, este é o momento de a Oposição se fazer ver.

Sinceramente, muito oiço falar do Governo-sombra, mas esses estão mesmo na sombra e com o calor que apoquenta por cá, não admira que estejam sob o ar-condicionado.

As tantas, estão a espera do proximo pleito eleitoral para mostrar garras, fazer promessas e aquela ladainha toda que não nos convence.

Disso estamos cansados e depois procuram justificações para os niveis de abstenção nas urnas: mostrem serviço e que seja agora!

JOSÉ disse...

Penso que é extremamente injusto criticar-se a Oposição quando sabemos que Moçambique não é um país democrático. Em Moçambique ser-se membro da Oposição é um acto de coragem devido à escandalosa partidarização da sociedade e enquanto assim for os argumentos usados são falaciosos. A Frelimo domina a Imprensa e influencia o poder judicial. Os membros da Renamo são perseguidos e ameaçados. Todos sabemos as irregularidade das eleições e recenseamento. Enquanto este estado de coisas se mantiver, exigir muito mais da Oposição é utópico. É claro que a Oposição pode e deve fazer mais, mas a realidade é que numa democracia anormal não pode existir uma Oposição normal.

Ximbitane disse...

Pode até ser injusto, caro José, mas é legitimo fazer-se exigencias tanto ao Governo como a Oposiçao.

O Governo tem dado provas de não estar a conseguir tomar conta do recado, aos nossos olhos, nós que medimos as suas acções pelos quilos de arroz que conseguimos comprar, pelo chapa, pelo petroleo, nessa ordem de ideias.

A quem devemos nós virar as antenas da esperança? Perante tanto descontentamento, não é caso para se exigir eleiçoes antecipadas?

O Governo governa em tudo (Imprensa e tudo mais) e a Oposição o que faz para opor-se a isso? Escondem-se na sombra? Como os conheceremos nós?
Querem ser martires de quem? De vocês mesmos ou deste povo já muito martirizado?

O que diz por exemplo o tal-ministro sombra dos transportes sobre os ultimos acontecimentos? O que faria ele? Como nao o conheço, seria bom ouvir de alguem lá do topo (que tal ser você Ivone?) qual a posição da Oposição.

Desculpem-me pelo desabafo, mas de avestruzes estamos cansados!

Anónimo disse...

[Masu] - Oposicao eu so' vejo na Beira, em Quelimane, em Nampula, na pessoa da sra Ivone e alguns elementos que estao no parlamento. O resto da oposicao anda desgarrada da realidade do pai's. Concordo que que a Primeira-ministra sombra esteja neste momento a dormir abaixo de uma luxuoso ar condicionado. Nao se faz ouvir nem nada. E' momento de sermos se'rios!

Nelson disse...

É isso minha gente. O estado em que as coisas estão seria uma boa "oportunidade" para a oposição nos fazer acreditar que com ela as coisas serão diferentes. Seria o momento propício para nos mostrarem o caminho. Os tais ministros sombras deviam se desdobrar mostrando as alternativas. O ilustre presidente da Renamo disse que se a perdiz estivesse no poder todas as sedes distritais seriam munincipios. Como faria isso se a municipalização depende de um certo nível de desenvolvimento?
Na área dos transportes como é que a renamo faria para não se passar com oque se está a passar.... Oh oposição...acordem please...aproveitem semear que o terreno está fértil...está tão fértil que talvez nem seja necessário regar...
Diz o caro José que "Penso que é extremamente injusto criticar-se a Oposição quando sabemos que Moçambique não é um país democrático"
Vamos lá conviver com a "natureza democrática" que temos. ou deve-se cruzar os braços até que o país seja realmente democrático? Como o tipo de oposição conformada que temos Moçambique não será democrático é nunca...
É minha gente...não vamos esperar que cheguem as eleições para chorarmos...

Reflectindo disse...

Caros, um meu muito obrigado pelos comentários. As críticas aqui são por amor à pátria moçambicana. As críticas à oposicão e concretamente à Renamo e sobretudo no que diz respeito a este assunto, têm razão de ser. Quando os moçambicanos desgovernados pela Frelimo a quem devem recorrer? Será que devem recorrer a um partido da oposicão de Portugal por exemplo? A resposta é não. Recorremos à nossa oposicão moçambicana de que esperamos alternativa e sublinho: ALTERNATIVA.
E nós, por simpatia que temos para com a Renamo não devemos fazer a mesma coisa que os simpatizantes e membros da Frelimo fazem – só bater palmas para tudo, incluindo desgovernação, corrupção, esbanjamentos, violação à Constituição da República. Isto é, como é possível que esta barbaridade passe com tanta gente que julgamos ter bom canhenho e longa experiência?

Para fazer diferenca, na Renamo deve haver críticas abertas. Isso que não existe na Frelimo. Se os que com tendência de crítica aberta na Frelimo são logo deitados ao lixo, na Renamo as coisas devem ser diferentes. Só desta forma a Renamo é uma alternativa. A Renamo não pode e nunca deve seguir a política da Frelimo e, sobretudo no seu lado negativo. Por obrigação, a Renamo deve mostrar a diferença entre ela e a Frelimo.

Pensas o meu amigo José que há uma mínima explicação de a Renamo não ter dado resposta a estas reinvindicações de transporte público? Qual é a tarefa do dito ministro-sombra dos transportes? De todo o governo-sombra? Porquê o ministro-sombra não publica uma alternativa à politica da Frelimo a partir do dinheiro ora agora a ser mal distribuido?

Para mim a alegacão de perseguição não pega. Quem deve se queixar de perseguição é um professor, um enfermeiro e outro funcionário público lá no campo, na província, mas não um ministro-sombra, não um deputado da Assembleia da República, esses que devem estar na dianteira mostrando coragem de se apresentarem como membros do partido da oposicão, membros da Renamo.

JOSÉ disse...

Amigos, eu compreendo toda a frustração, eu mesmo estou impaciente vivendo no estrangeiro há tres décadas esperando pela liberdade e democracia, isto começa a magoar muito.
De modo algum pretendo justificar a alegada inércia da Oposição, apenas relembrei as dificulades colocadas pela Frelimo ao bom desempenho da Renamo. Eu também critico a invisibilidade do governo-sombra e os casos apontados são mesmo inaceitáveis. O trabalho da Renamo não se esgota no Parlamento e no governo-sombra, a grande batalha está a ser travada nas bases e é ali que acontecem as perseguições e ameaças.
Perdoem-me se estou a ser ingénuo mas eu recuso ser pessimista e acredito firmemente que a Renamo é aquilo que quisermos que seja, o nosso empenho é crucial para as coisas serem mudadas. Vamos denunciar os incompetentes e os acomodados mas não podemos desviar os olhos do alvo: a derrota dos tiranos e corruptos e a construção de uma sociedade livre, justa, democrática e próspera. Apesar de tudo, eu sei que estamos juntos neste nobre ideal.

Ximbitane disse...

Amigo José, ainda bem que recuou na sua forma de expressar reconhecendo que também está apreensivo.

Não há, hoje em dia, razões para se ter medo de perseguições politicas, se elas existem, denunciem-nas! Que seja nos orgãos de base, do meio ou do topo, afinal a luz da constituição, todos somos iguais. Há orgãos de informação que não primam pelo partidarismo.

O relatório dos EUA sobre a situação politica em Moçambique, publicado esta semana, é tranquilizador: não há prisioneiros politicos, então qual é o receio? Saiam do conforto dos Ac's e mostrem serviço!

Reflectindo disse...

É verdade que existe alguma coisa que se deve chamar de perseguição política em Moçambique para ser o motivo de exclusão económica e e social. Manuel Tomé até disse isso publicamente, apenas me admirei que ninguém ter o pedido responsabildade. Uma prova visível de tal atitude são as exonerações de Eduardo Namburete e Ismael Mussá das chefias na UEM. Raul Domingos já também denunciou publicamente a chantagem da Frelimo quando comentou sobre a obrigação a Almeida Tambara de portar o cartão do batuque e a massaroca. Denunciar tais perseguições num país como Moçambique onde o poder judicial é corrompido e intimamente ligado ao poder político da Frelimo não tem surtido a bons resultados. Conhecemos casos graves como os de Mocimboa da Praia e do Albuquerque da Beira.

Porém, não se deve cruzar os braços só por causa disso. Quem não está livre é quem luta pela sua liberdade. Portanto que os excluídos por não possuirem o cartão do batuque e massaroca lutem com inteligência para mudar o cenário. Eu pessoalmente sei que lá nas bases, nas localidades, distritos os membros e simpatizantes da Renamo trabalham arduamente a pesar das dificuldades de vária ordem. Os da base não escondem as suas simpatias. Mas há que admitirmos as limitações que um membro da Renamo, vivendo em Marínguè tem. O trabalho da base não pode substituir ao que deve ser realizado pela comissão política, pelo conselho nacional, secretariado-geral e pelo governo-sombra, pelo presidente do partido, esses órgãos que devem assumir um mandatado de todos os membros e simpatizantes do partido. Os membros e simpatizantes nas localidades, nas povoações não elaboram estatutos e programa do partido, manifestos eleitorais, programa de governação. Eles não falam com a comunidade internacional, não falam com representantes da sociedade civil ao nível nacional. Eles lá podem contribuir na discussão para enriquecimento destes documentos, mas os projectos vem do Maputo, dos órgãos da sede nacional.

Portanto, eu continuo a dizer que a falta de uma resposta alternativa à problemática dos transportes públicos, neste caso concreto, frustra em primeiro lugar ao membro e simpatizante do partido que está a trabalhar desde há anos para ver a Renamo no poder, mas tudo se disperdiça. Quem devia e deve ainda dar esta resposta é a presidência da Renamo, o governo-sombra através da primeira-ministra e o o ministro dos transportes. Isto é uma prestação de contas não só ao povo moçambicano em geral, mas particularmente aos membros e simpatizantes das bases.