Lisboa, 29 Mar (Lusa) - Os ditadores dos países do Sul desviaram, nas últimas décadas, entre 100 mil milhões e 180 mil milhões de dólares (75 mil milhões e 135 mil milhões de euros), refere hoje o Comité Católico Contra a Fome e Para o Desenvolvimento.
A organização não governamental francesa explica, no relatório hoje divulgado, que a estimativa "não tem em conta os desvios feitos pelos próximos dos ditadores", dando "apenas uma ideia da amplitude da
corrupção".
Para chegar ao referido número, a organização somou a fortuna provável dos principais ditadores de países como as Filipinas (Marcos), Nigéria (Abacha) ou Iraque (Hussein).
Só a fortuna acumulada por Mobutu, do antigo Zaire, equivale ao produto interno bruto do país, entre cinco mil milhões e seis milhões de dólares.
O Comité acusa os governos e as empresas dos países do Norte, nomeadamente Estados Unidos, França e Reino Unido, de serem cúmplices e mesmo promotores da "pilhagem das riquezas" do Sul.
Em particular, aponta os exemplos de Mobutu, apoiado pelos países ocidentais mesmo depois de um relatório do FMI afirmar que o país era "um poço sem fundo", e o apoio da França e da Elf ao regresso ao
poder de Denis Sassou Nguesso, na República do Congo.
Importante obstáculo à devolução das fortunas ilícitas acumuladas pelos ditadores, frisa o documento, é a existência de paraísos fiscais e legais, nas ilhas britânicas, Estados Unidos, Luxemburgo, Suíça, Mónaco ou Andorra.
A organização considera que nos últimos anos foi preparado um "arsenal legislativo" para combate ao fenómeno, no âmbito da União Europeia, União Africana, Conselho da Europa, entre outros organismos, mas que por agora não passam de "declarações de princípios".
O Comité lembra que o antigo director-geral do Fundo Monetário Internacional Michel Camdessus chegou a afirmar que o total de verbas desviadas nos países do Sul era superior a 1.000 milhões de dólares.
Em qualquer cenário, o total de verbas desviadas não tem comparação com o total de fundos restituídos (quatro mil milhões de dólares) ou congelados (2,7 mil milhões de dólares).
A corrupção, lê-se no relatório, "mina a democracia, mantém no poder regimes autoritários (compra de partidos da oposição, clientelismo, compra de armas), impõe-se no imaginário da população e tende a
erigir-se como sistema".
"Contrariando os esforços levados a cabo pelos cidadãos em prol da justiça e da verdade, [a corrupção] pode arruinar as mais temerárias esperanças de democratização", afirma a organização.
A organização não governamental francesa explica, no relatório hoje divulgado, que a estimativa "não tem em conta os desvios feitos pelos próximos dos ditadores", dando "apenas uma ideia da amplitude da
corrupção".
Para chegar ao referido número, a organização somou a fortuna provável dos principais ditadores de países como as Filipinas (Marcos), Nigéria (Abacha) ou Iraque (Hussein).
Só a fortuna acumulada por Mobutu, do antigo Zaire, equivale ao produto interno bruto do país, entre cinco mil milhões e seis milhões de dólares.
O Comité acusa os governos e as empresas dos países do Norte, nomeadamente Estados Unidos, França e Reino Unido, de serem cúmplices e mesmo promotores da "pilhagem das riquezas" do Sul.
Em particular, aponta os exemplos de Mobutu, apoiado pelos países ocidentais mesmo depois de um relatório do FMI afirmar que o país era "um poço sem fundo", e o apoio da França e da Elf ao regresso ao
poder de Denis Sassou Nguesso, na República do Congo.
Importante obstáculo à devolução das fortunas ilícitas acumuladas pelos ditadores, frisa o documento, é a existência de paraísos fiscais e legais, nas ilhas britânicas, Estados Unidos, Luxemburgo, Suíça, Mónaco ou Andorra.
A organização considera que nos últimos anos foi preparado um "arsenal legislativo" para combate ao fenómeno, no âmbito da União Europeia, União Africana, Conselho da Europa, entre outros organismos, mas que por agora não passam de "declarações de princípios".
O Comité lembra que o antigo director-geral do Fundo Monetário Internacional Michel Camdessus chegou a afirmar que o total de verbas desviadas nos países do Sul era superior a 1.000 milhões de dólares.
Em qualquer cenário, o total de verbas desviadas não tem comparação com o total de fundos restituídos (quatro mil milhões de dólares) ou congelados (2,7 mil milhões de dólares).
A corrupção, lê-se no relatório, "mina a democracia, mantém no poder regimes autoritários (compra de partidos da oposição, clientelismo, compra de armas), impõe-se no imaginário da população e tende a
erigir-se como sistema".
"Contrariando os esforços levados a cabo pelos cidadãos em prol da justiça e da verdade, [a corrupção] pode arruinar as mais temerárias esperanças de democratização", afirma a organização.
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