terça-feira, fevereiro 01, 2011

Sobre a crise do Egipto


Os egípcios esperam que um milhão de pessoas marche em direcção ao palácio presidencial para exigir a demissão do Presidente Hosni Mubarak.
A marcha parte da Praça Tahrir, no centro da cidade do Cairo, que se transformou no palco principal dos protestos anti-governamentais.
Entretanto, o exército egípcio foi citado na imprensa oficial como tendo feito saber que não usaria a força contra o seu próprio povo.
Numa declaração, o exército também teria afirmado que considerava legítimas as exigências dos manifestantes. Ler mais


Cairo - O novo vice-presidente egípcio, Omar Suleiman, afirmou hoje (segunda-feira), num breve discurso na TV, que o presidente Hosni Mubarak o encarregou da abertura "imediata" do diálogo com a oposição...Suleiman disse que estão sendo dados os passos para implementar as decisões de cortes de apelação que contestam os resultados das eleições legislativas do outono (boreal) em certos distritos eleitorais.Ler mais


Cairo - O duelo entre o presidente egípcio Hosni Mubarak e os manifestantes que exigem sua renúncia desde a semana passada enfrenta hoje ( terça-feira) um teste decisivo, com a convocação de protestos que pretendem reunir um milhão de pessoas.
Mais de cinco mil pessoas chegaram durante a madrugada ao centro do Cairo, onde muitos deles passaram a noite, apesar do toque de recolher.
Helicópteros militares sobrevoavam a cidade e os soldados mobilizados na capital desde sexta-feira controlavam os pontos de acesso.
Mas o Exército destacou na segunda-feira que considera legítimas as reivindicações do povo e anunciou que não usará a violência contra os manifestantes. Ler mais

Reflectindo: É sempre interessante que a contenda eleitoral no Egípto possa encontrar eco (bom acolhimento) só depois do levantamento popular e que quem o pronuncia é o governo e não a comissão eleitoral nem o "Conselho" Constitucional.

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro amigo Reflectindo,

O presidente dos EUA, Barack Obama e os líderes europeus estão perante um fracasso total da sua politica estrangeira no Oriente Médio. Com as suas políticas pró Israel e pró Mubarak, fizeram um jogo do tipo dois pesos e duas medidas. Nestes dias os lideres ocidentais falam sobre o perigo do islamismo, que divide o mundo em fiéis e infiéis, mas não falam sobre a miséria e a pobreza dos povos árabes, fraude eleitoral, desemprego e corrupção, pelas quais os ditadores da região e os regimes autoritários são os principais responsáveis.

Os EUA e a UE me fazem lembrar de uma banda no Titanic, que continuou tocando enquanto o navio (a politica estrangeira) afunda. Parece me que Mubarak (o único amigo de Israel na região) e o canal de Suez são mais importante para "os americanos e europeus" do que os desejos do povo egípcio e seu combate pela democracia, pelos Direitos Humanos e pela mudança de regime. È muito lamentável que mais de cem pessoas morreram e milhares ficaram feridas, só para viver em liberdade.

O povo egípcio exige a demissão imediata de Mubarak, verdadeiras reformas constitucionais e legislativas, eleições livres e justas.

Ao contrário da propaganda dos EUA e da UE, já desde anos existem partidos democráticos no Egipto (o partido liberal Wafd desde 1919) bem como sindicatos fortes e independentes e organizações da sociedade civil, incluindo o Movimento 6 de Abril, organizador do greve geral e da “Marcha dos milhões” de hoje. Como se sabe, os Irmãos Muçulmanos estão divididas entre reformistas e fundamentalistas. Seu actual potencial de votos é 15%, estimou ontem o politólogo egípcio Hamed Abdel-Samad, o que significa, contrário da propaganda dos EUA e da EU, os extremistas não tem nenhuma chance de ganhar a maioridade no país dos faraós.

Um abraço
Oxalá

Reflectindo disse...

Amigo Oxalá

Sem dúvidas os EUA e a Europa criaram Mubarak como criaram outros ditadores africanos. Nota-se como lhes custa dizer claramente que Mubarak tem que abandonar o poder. Mas reconhecem a pressão e a coragem dos egípcios.

Duvido bastante que os povos daquela região queiram ser mais uma vez por outros fundamentalistas como do tipo iraniano ou talibã. Penso que os discursos de apoio de Ayothaya do Irão é apenas uma tendência de desviar a atencão da luta dos iranianos contra o fundamentalismo naquele país. O regime do Irão também cairá.

Estou seguindo e publico as reaccões dos EUA e Europa sobre a crise no mundo árabe.