A talhe de foice
Por Machado da Graça
Há poucos dias ouvi na rádio uma notícia que aumentou, ainda mais, a minha estranheza em relação à nossa tão bizarra democracia.
Em linhas gerais, a questão foi assim: um grupo de cidadãos da Manhiça sentiu que estava a ser lesado e que as suas terras estavam a ser usurpadas. Não faço ideia se tinham razão nem isso vem para o caso.
Para defenderem os seus interesses, elaboraram um documento e decidiram ir entregá-lo a quem de direito. E decidiram que, como forma de dar maior peso à sua preocupação, fariam uma marcha pacífica através da Manhiça até à repartição onde iriam entregar o documento.
Gente ordeira e sem nenhuma intenção de criar desordem, os organizadores da marcha informaram a Polícia da data e local em que pretendiam realizá-la. E pediram que a Polícia os protegesse durante a manifestação.
Se bem percebi a notícia, ninguém lhes respondeu. Nem sim, nem não, nem sequer talvez.
No dia e à hora marcadas lá se juntaram os marchantes para irem levar a sua carta ao destino.
E, provavelmente, terão ficado satisfeitos por verem a Polícia presente, de acordo com o que tinham pedido.
Erro deles.
A Polícia estava lá, mas era para carregar violentamente contra os marchantes.
Não era para manter a ordem, em nada ameaçada pelos pacíficos manifestantes, mas para criar a desordem e a confusão através do seu comportamento violento e totalmente desnecessário.
Quando será que as autoridades deste país percebem que a manifestação pacífica é um direito democrático?
E, se a actual lei das manifestações põe demasiados condicionalismos absurdos à sua realização, essa lei deve ser urgentemente alterada para que não continuem a acontecer coisas destas.
Custa a perceber que a nossa Polícia não seja capaz de acabar com a criminalidade no país, mas gaste os seus esforços a reprimir cidadãos pacatos que em nada ameaçavam a segurança ou a paz local.
Coisas de uma democracia mal aprendida e pior posta em prática por pessoas que de democratas pouco têm.
É a nossa realidade...
Fonte: Mocambique para todos
Por Machado da Graça
Há poucos dias ouvi na rádio uma notícia que aumentou, ainda mais, a minha estranheza em relação à nossa tão bizarra democracia.
Em linhas gerais, a questão foi assim: um grupo de cidadãos da Manhiça sentiu que estava a ser lesado e que as suas terras estavam a ser usurpadas. Não faço ideia se tinham razão nem isso vem para o caso.
Para defenderem os seus interesses, elaboraram um documento e decidiram ir entregá-lo a quem de direito. E decidiram que, como forma de dar maior peso à sua preocupação, fariam uma marcha pacífica através da Manhiça até à repartição onde iriam entregar o documento.
Gente ordeira e sem nenhuma intenção de criar desordem, os organizadores da marcha informaram a Polícia da data e local em que pretendiam realizá-la. E pediram que a Polícia os protegesse durante a manifestação.
Se bem percebi a notícia, ninguém lhes respondeu. Nem sim, nem não, nem sequer talvez.
No dia e à hora marcadas lá se juntaram os marchantes para irem levar a sua carta ao destino.
E, provavelmente, terão ficado satisfeitos por verem a Polícia presente, de acordo com o que tinham pedido.
Erro deles.
A Polícia estava lá, mas era para carregar violentamente contra os marchantes.
Não era para manter a ordem, em nada ameaçada pelos pacíficos manifestantes, mas para criar a desordem e a confusão através do seu comportamento violento e totalmente desnecessário.
Quando será que as autoridades deste país percebem que a manifestação pacífica é um direito democrático?
E, se a actual lei das manifestações põe demasiados condicionalismos absurdos à sua realização, essa lei deve ser urgentemente alterada para que não continuem a acontecer coisas destas.
Custa a perceber que a nossa Polícia não seja capaz de acabar com a criminalidade no país, mas gaste os seus esforços a reprimir cidadãos pacatos que em nada ameaçavam a segurança ou a paz local.
Coisas de uma democracia mal aprendida e pior posta em prática por pessoas que de democratas pouco têm.
É a nossa realidade...
Fonte: Mocambique para todos
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