segunda-feira, fevereiro 18, 2019

Caros líderes de partidos políticos em Moçambique

De forma mais simples escrevo esta carta aberta.

Vocês estão arranjando problemas desnecessários nos partidos porque sabem que o único caminho que temos dentro dos partidos é a democracia interna. Vocês sempre confundem partidos do Estado ou o modus operandi num partido ao do Estado. No dia que vocês acharem a diferença, saberão agir como líderes de partidos políticos.
No município quem indica vereadores, directores é o edil. Mas município é Estado. No governo, quem indica ministros e outras figuras importantes é o Presidente da República, mas governo é Estado. No partido já não é assim. Vejam caros líderes que mesmo para ser presidente do partido há que passar pelo crivo dos membros do seu partido. Se a pessoa se impõe vai ter problemas sérios. Em democracia, quando o líder perde apoio dos seus membros retira-se logo da liderança porque sabe das consequências que pesarão no partido. Líderes assim salvaguardam os seus partidos. Outro facto em democracia é se o partido nunca cresce em número de apoiantes, se retira da arena política.
Se vocês líderes de partidos políticos estudarem profundamente, saberão que mesmo os estadistas ditadores eram mais democratas nos seus próprios partidos e daí conseguiram chegar a estadistas. Isto aqui é sério. Estudem. Repito, vocês estão a confundir as funções dum presidente do partido às dum Presidente da República.
Indicar a dedo quem deve dirigir um partido localmente é inútil, senão perigoso, porque na base é donde vêm os votos. Os donos dos votos têm que ser acarinhados com lideranças aceitáveis localmente. Um partido sem eleitores não é partido. A base dum partido político é o eleitorado que o apoia.
Recordem-se que em Moçambique não há movimento ou partido político que não tenha evocado a DEMOCRACIA como motivo da sua criação. Portanto, a luta pela democracia, pelos valores democráticos não é de agora, mas um prosseguimento. A luta pela independência que começou em 1964 sob FRELIMO não estava dessaciada à luta pela democracia. O que aconteceu é que uma vez próximo ao poder ou mesmo no poder na FRELIMO, a causa DEMOCRACIA foi traída. Como consequência, nasceu uma nova guerra sob RENAMO, mas essencialmente para recuperar o mais precioso objectivo na fundação da Frelimo – a DEMOCRACIA. Tanto sangue de moçambicanos jorrou por mesma causa da luta desencadeada em 1964.
Digamos, lutar pela democracia foi um dos motivos que fez com que a Renamo granjeasse apoio durante a guerra de 16 anos. Quando em 2008 e na verdade, altura em que a Renamo estava a ganhar o terreno e com muita probabilidade de ganhar e sobretudo a maioria dos assentos na Assembleia da República, eis que começa o disvirtuamento da democracia interna.  Muito importante isto. E como a luta não pára, funda-se o MDM como partido que recupararia os objectivo da luta iniciada em 1964 e prosseguida em 1977. Mesmo com tendência opotunistas que ganhavam lugar com o desreipeito à democracia interna, o MDM foi caminhando bem até no primeiro congresso se estitucionou o contrário do que sempre foi a causa da luta dos moçambicanos – DEMOCRACIA.  

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