Em operações
perigosas na AIM
O Secretário de
Estado norte-americano, John Kerry, desmantelou, em tempo útil, uma tentativa
de manipulação de informação
protagonizada pela Agência de Informação de Moçambique (AIM) no âmbito da
visita do Presidente da República, Filipe Nyusi, aos Estados Unidos da América
(EUA). A AIM cita John Kerry como tendo dito que precisava de conversar com o presidente
Nyusi sobre a necessidade de se reduzir alguns níveis de violência que tem
estado a ocorrer na forma de lidar com a oposição ou partidos da oposição,
tendo acrescentando que, na realidade, o recrudescimento da violência em curso
em Moçambique provém
dos homens armados do movimento rebelde da Renamo,
através de emboscadas nas principais estradas das províncias e ataques em
postos de saúde, esquadras e outros alvos civis e militares.
“É verdade que a
AIM irá inserir a sua própria edição e propaganda pró-regime nas suas matérias,
mas isto torna-se mais pernicioso e enganador que o normal. Depois de citar
directamente uma fonte é típico um comentário depois do parágrafo anterior.
Apesar do ponto de
partida começar directamente e se for lido o suficiente rapidamente pode se
perder onde terminam e começam os comentários de Kerry”, refere uma nota
reactiva do gabinete de Kerry.
De acordo com a
mesma nota, do gabinete de John Kerry, a intenção do secretário de Estado
norte- americano é clara. “Ele fala da violência contra a oposição e é óbvio
que está a falar dos esquadrões da morte e também assassinatos extra-judiciais
de membros e deputados
da Renamo”, refere a nota, acrescentando que a AIM declina a reconhecer a
mensagem pretendida e substitui-a inteiramente por outro sentido. No final da
contestação do gabinete de John Kerry, segue-se a descrição da conversa que
teve com o presidente Filipe Nyusi, assim como o texto publicado pela AIM.
De resto, a
substituição do jornalismo pela propaganda ao serviço do regime tem sido
apanágio nos órgãos de informação públicos desde que se instituiu o G 40, um
grupo de analistas e comentadores políticos escolhidos a dedo pelo partido
Frelimo para emitirem opiniões a favor da Frelimo, do governo, contra a
oposição e contra todos os discursos críticos ao poder político.
Semanas antes da
viagem de Filipe Nyusi aos EUA, os operativos do G 40 foram accionados para
tecerem severas críticas ao PR em virtude abrir espaço para uma auditoria
forense internacional solicitada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
(A.Nenane)
MediaFAX, 20.09.2016
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