sábado, fevereiro 12, 2011

Angolapress: Manifestação reúne três mil pessoas contra o regime

Argel - Mais de três mil pessoas se concentram neste sábado no centro de Argel para protestar contra o regime político do líder Abdelaziz Bouteflika, diante de um amplo cordão policial que impede o acesso dos manifestantes à praça Primeiro de Maio, coração da cidade, tal como a Agência Efe pôde constatar no local.
Os manifestantes foram conduzidos pelas tropas de choque a uma rua adjacente à praça, em meio de um dispositivo policial que conta com tanques, furgões, camiões com canhões de água e sob o olhar de policiais que portavam fuzis.
"Estamos fartos deste poder", gritavam os manifestantes, muitos deles jovens, de diversas classes sociais. Eles empunhavam cartazes com lemas como "abaixo o sistema" e "queremos um país administrado pelos jovens, e não pelos velhos".
A forte mobilização policial impediu, por enquanto, que os manifestantes cheguem à praça Primeiro de Maio, local de encontro do início da passeata, marcada para as 11h local (12h em Angola).
Mas, além dos policiais, civis também são acusados de tentar abafar os protestos. "Há jovens pagos pelo poder central com a intenção de causar incidentes violentos" que permitam justificar a intervenção policial, acusam os manifestantes.
Entre os manifestantes está o presidente de honra da Liga Argelina de Defesa dos Direitos Humanos, Ali Yahia Abdennour.

Fonte: Angolapress - 12.02.2011

Reflectindo: Com um pouco de atencão, é possível notar que exclusão do tipo feita por CNE/CC em Moçambique,  num sistema que se diz democrático contribuiu e contribue de certo modo para estas revolucões no norte de África. Só para ver, como forma de reconhecimento, os novos (praticamente os mesmos antigos) governos correm por incluir ou reconhecer os partidos que antes excluiam. Se notar-se, em países democraticamente maduros não se excluem partidos por qualquer razão que se achar.

3 comentários:

V. Dias disse...

Já começou na Argélia.

Para Moçambique falta pouco.

É só uns kms.

Zicomo

Reflectindo disse...

Infelizmente ninguém (dos ditadores) entende a origem deste Tsunami. Não têm razão os caboverdianos que dizem que resolveram a défice democrática em tempo certo?

Em Mocambique, será que depois de tanta exclusão, o governo de Guebuza vai a tempo de corrigir antes que o tsunami lhe prejudique? Sei que se pensa que por causa de tanto analfabetismo, as coisas não atingirão Maputo. Mas isso é para quem não se recorda do 5 de Fevereiro de 2008, do Setembro de 2010, da guerra civil de 16 anos. Afinal o analfabeto é tão inteligente como qualquer um de nós. Afinal o analfabeto age.

Mutisse, Viriato Tembe, Gonsalves Matsinhe, Martin de Sousa, Sérgio que me respondam se quiserem.

V. Dias disse...

Já te disse amigo Reflectido,

Coisas dessas eles não gostam. Podem ver - e vêem realmente -, mas não comentam.

"Quem tem bife na boca não fala".

O meu xará Viriato ainda vai se lembrar das minhas palavras "o cerco está a apertar-se contra os "chifanhanas".

Outra coisa, de facto CV é um caso de sucesso em África, não por ser um país pequeno ou ilhas, mas porque são politicamente racionais.

Zicomo