domingo, outubro 19, 2025
Prognóstico Político: Moçambique nos próximos dez anos III
Por Egídio Vaz in Ideias de Mocambique
Depois de Maria
da Conceição Frechaut, membro do PDD ter deixado o Partido
para se aliar a Frelimo na Beira, coube recentemente a vez de Almeida Tambara, ou Tadeu Maia, pseudónimo que usara
aquando da sua estadia naquele partido.
Eu já tinha feito
um progóstico sobre o futuro da maioria dos partidos políticos emergentes.
Dizia eu que, com o cada vez aperto ao cerco sobre membros e simpatizantes de
partidos da oposição, tendo como consequência a privação da sua capacidade de
poder se reproduzirem material e financeiramente, teriamos ainda este ano, mais
deserções no seio dos partidos da oposição. Foi neste post.
Almeida Tambara,
sabe-se, é um empresário. Aliás, proprietário de alguns bens e dalguns
negócios. Barcos de pesca, camião, e mais coisas. Mas os seus negócios não
andam em Chimoio. Está parado. Enfrenta dificuldades para tudo. Os barcos de
pesca que se encontram em Vilanculos ou Inhassoro, há muito que carecem de uma
manutenção; aliás reparação. Não tem dinheiro. Ninguém quer
"bancá-lo". Tambara continuaria a não ser bancável, se teimasse em
continuar no PDD. O mesmo pode se dizer em relação ao Matique, chefe dos
serviços de documentação da UEM, antigo membro da Renamo, que se apresentou
publicamente a Frelimo.
Maria da
Conceição Frechaut, também até pouco antes da sua apresentação, era
desempregada. Com família por sustentar, não mais podia fazer, senão
entregar-se a Frelimo, em troca de um emprego no Ministério da Mulher e
Coordenação da Acção Social ou coisa parecida. Começou por rescidnir o seu
cargo na Comissão Política do PDD e terminou no palanque da Frelimo, apresentando-se como uma filha
pródiga...que regressa à casa.
Yá Qub Sibindy,
foi mais original: Não podendo arranjar emprego, optou por fazer uma
"oposição construtiva", tendo para tal, criado o sua Fundação Contra
a Pobreza, Governo e Parlamento Sombra, com objectivo de ajudar o
governo na materialização dos seus propósitos. E como recompensa,
beneficiou-se de um Estágio no congresso da Frelimo, onde teve
o direito de uso da palavra.
O que nos falta:
uma Renamo no parlamento, Afonso Dhlakama, Raúl Domingos, Ya Qub Sibindy,
António Palange, Máximo Dias, etc. De partido não se deve falar.
Sobre o discurso
dos desertores pouco se pode comentar: não passa de pura recitação de uma
minuta previamente elaborada, para ser lida em público. E as razões das
deserções não são políticas. São sociais e económicas.




