sexta-feira, abril 02, 2021

Sobre quem são os insurgentes que ataca Cabo Delgado...

Por António Antique

Compatriotas, o debate actual tem sido sobre quem são os tais insurgentes, quem os financiam, quem os apoiam, como e porquê. Na minha opinião, notem que falo de minha opinião pessoal. Estou apenas a emitir a minha opinião que pode errada, mas que assumindo-me cidadão moçambicano, sindo-me obrigado a expressá-la. Com gosto, estimulo e apelo opinião contrária à minha e sobretudo aquela que estimula debate e reflexão sobre a guerra em Mocambique, sim Mocambique porque Cabo Delgado é também Mocambique.

Ora, quando o IS assume o ataque sem provar-se a sua presenca em Palma, pode ser uma das formas de atrapalhar as FDS, em particular o SISE. É uma participação directa nos ataques? Claro que é, embora indirecta. É uma guerra de propaganda. Vou dar um exemplo: Assisti uma coisa por lá em 1989 ou 1990 quando um Mig despenhou na Baía de Nacala, logo ao levantar o voo da Base Aérea de Nacala. Aquilo calhou quando eu estava em frente da Classica, ao lado funcionava a DIC e eu ia renovar o meu BI. Na manhã seguinte a Renamo assumiu que teria o abatido. Isso não era verdade e para nós em Nacala, isso não precisou de nenhum perito para concluir que o Mig não tinha sido abatido... Já ia aos detalhes que bem gosto...

Pessoalmente, acho que todas as conspirações como aquelas de que os patrocinadores são as empresas multinacionais de prospecção e extracção de gás podem somente servir para distrair-nos na procura de uma solução da guerra. Sem com isso eu esteja a dizer que isso não faca parte da guerra. Se há quem ganha por essa conspiração, então, essa constitui uma outra frente, mas que deve ser combatida por uma outra arma.
O mesmo serve em relação aos estudos. Na minha opinião, se um estudo conclui algo que move aos jovens locais a fazerem parte dos insurgentes, uma correcção imediata devia ou deve ser uma outra frente de combate aos insurgentes.

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