quinta-feira, outubro 18, 2018

Comissão Distrital de Eleições de Moatize invalidou 1 400 votos da Renamo


A Comissão Distrital de Eleições de Maotize fez uma recontagem completa de votos na qual descartou mais de 1400 votos da Renamo, determinado desta forma a vitória da Frelimo. Após a recontagem, o número de votos nulos subiu para 7,2%, o mais alto do país e muito acima da média nacional (2, 77%).
 
O jornal Malacha, baseado em Moatize, escreve que o presidente da comissão distrital de eleições de Maotize confirmou a recontagem de votos. Havia quatro cadeados no armazém do STAE onde estavam guardados os votos. O STAE, Frelimo, Renamo e MDM tinham as chaves de cada um dos cadeados. A Renamo recusou a fazer a recontagem na noite de 12 para 13 de Outubro e não aceitou abrir o cadeado de que detinha as chaves. A Comissão Distrital de Eleições ordenou o arrombamento do cadeado e fez a contagem na ausência dos vogais indicados pela Renamo.

Aparicio Jose de Nascimento, editor do Malacha, organizou contagem paralela dos votos em Moatize, onde estavam instaladas 49 mesas em 8 postos de votação. Às 2h00 da manhã do dia 11 de Outubro publicou os resultados da contagem paralela, nos quais a Renamo tinha 11 166 votos contra 9 786 da Frelimo. O mandatário nacional da Renamo, Andr’e Madjibire, disse em conferência de imprensa  que no apuramento intermédio realizado pelo STAE/CDE de Moatize, a Renamo teve 11 169 votos contra 9 856 da Frelimo, muito próximo da contagem paralela do Malacha.
 
O editor do AMalacha sofreu meaças de morte de desconhecidos pelo facto de ter realizado contagem paralela e divulgar resultados desfavoráveis à Frelimo.
 
Nascimento disse que houve um número estranhamente alto de votos reclamados durante a contagem, totalizando 1 449. Parece que a maioria destes votos eram da Renamo e foram aceites como válidos mas posteriormente rejeitados na recontagem, que deu a Frelimo como vencedor, com 9 839 votos contra 9 742 da Renamo. A Renamo viu seus votos reduzidos em 1 424.

In: CIP/Boletim sobre o Processo Político em Moçambique – Eleições Autárquicas - edição 68 (15.10.2018)

1 comentário:

Anónimo disse...

A falsificação de resultados eleitorais atrasa a construção da nacionalidade Moçambicana porque promove conflitos. A verdade, a transparência ajudam a unificar as pessoas e a respeitar-se mutuamente.
A imposição divide. Será difícil ter a colaboração dos munícipes que não acreditam na vitória dos impostos. E é simples: nas autarquias em conflito criar comissões independentes de averiguação dos factos e repor a verdade. Os tribunais devem investigar antes de deliberar. Julgar atrasos, cumprimentos de leis num Pais cheio de pessoas iletrados ou semi-escolarizadas, num Pais em que as autoridades violam constantemente leis em matéria sensível à nação, é comprometer o futuro dos nossos filhos, é adiar os julgamentos que a história irá ditar as sentenças. Que tenhamos pelo menos a justiça a palpitar!