O LIDER da Renamo, Afonso Dhlakama, afirmou há dias, em Maputo, que em Moçambique nunca houve coligação, explicando que o que o seu partido fez desde 2004, foi pegar em alguns presidentes de partidos políticos e metê-los no parlamento.
Maputo, Segunda-Feira, 5 de Março de 2007:: Notícias
“Até hoje, em Moçambique nunca houve coligação. A Renamo nunca coligou com nenhum partido. É complicado dizer isto, mas é uma realidade que deve ser dita e vou explicar muito bem”, afirmou.
De acordo com este político, em Moçambique, quer a Frelimo, quer a Renamo, como maiores partidos, nenhum deles já se coligou. Explicou que o que a Renamo fez em 2004 foi satisfazer o pedido de alguns presidentes de partidos politicos que manifestaram o interesse de ser deputados.
“O que fizemos foi tirar da lista das candidaturas para Assembleia da Republica os nossos candidatos e colocarmos elementos desses partidos”, explicou considerando que isso não é coligação.
Afonso Dhlakama afirmou que coligação é um acordo onde a Renamo, por exemplo, tem “x” elementos o outro partido também “x” elementos para depois juntarem as duas partes para conseguirem obter a maioria e serem declarados vencedores, uma vez que em todo o mundo, as coligações destinam-se a aumentar os resultados eleitorais.
Quanto aos partidos que têm estado a manifestar interesse de coligar com a Renamo para as próximas eleições, Dhlakama disse ser prematuro avançar qualquer dado sobre este assunto.
“Não sei se serão aceites ou não, tudo vai ser decidido pelo V Congresso a ter lugar ainda este ano”.
Explicou que mesmo aqueles partidos que estão integrados na Renamo União Eleitoral, como são os casos da FAP, PRD, ALIMO, PUN, MONAMO, PCN, PPLM, entre outros, alguns deles com assento no parlamento, a sua renovação vai depender do congresso.
INVESTIMENTO E PACIÊNCIA
“Este encontro vai analisar as vantagens e desvantagens da integração destes partidos na Renamo, e a decisão final pode ser que não, se considerarmos que já ajudamos o suficiente, porque eles também precisam de andar com os seus próprios pés”, disse.
Segundo Afonso Dhlakama, o proveito que estes presidentes tiram é de serem deputados da Assembleia da República em nome da Renamo, o que lhes dá direito à reforma por toda a vida e o próprio estatuto social que aumenta, mas como partidos não estão a tirar nenhuma vantagem.
Afonso Dhlakama salientou que mesmo com o pouco dinheiro que estes partidos obtêm via parlamento, não conseguem realizar trabalhos visíveis nas províncias, estando concentrados na cidade de Maputo, justificando a sua existência com entrevistas nos jornais.
Convidado a fazer uma avaliação sobre a actividade da oposição moçambicana no geral, Dhlakama disse lamentar o facto de os pequenos partidos extra-parlamentares procurarem se colocar no lugar de oposição, quando na realidade não são.
“Isso acontece porque as pessoas não sabem o que significa a palavra oposição”, rematou explicando que oposição significa opor-se juridicamente do governo, fiscalizando as suas actividades.
Segundo o líder da “Perdiz”, o que existe no país é um grupo de pessoas que se registaram no Ministério da Justiça e passaram a se considerar oposição, mas a verdade é que no dia em que a Frelimo ficar só no parlamento, todos concordarão que fora do parlamento não há oposição .
De acordo com Dhlakama, mesmo com 90 biliões de partidos, se estes não tiverem representatividade no parlamento, para juridicamente questionar o governo, não podem ser considerados oposição.
“O que existe neste momento não é oposição, são grupos de pessoas que nem sequer conseguem ter representatividade no terreno, que usam jornais, rádios e televisões para fazer passar o que na realidade não fazem”, adiantando que estes grupos nem sequer conseguem recrutar membros.
Para o líder da Renamo, fazer política é um investimento.
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