terça-feira, julho 27, 2010

‘ Anti-corrupção’ investiga Helena Taípo (??)

O Gabinete Central de Combate a Corrupção, subordinada á PGR, tenciona investigar a gestão danosa e corrupta dos fundos do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) promovida pela actual ministra do Trabalho, Maria Helena Taípo.
Segundo nos confidenciaram, a efectivação da sindicância aos fundos da Segurança Social depende da luz verde a ser acenada pelo guardião da legalidade, neste caso vertente o Procurador Geral da República, Augusto Paulino, uma vez tratar-se de actos ilícitos praticados por um membro do Conselho de Ministro, ora em exercício.
Ao que tudo indica, o Gabinete Central de Combate a Corrupção decidiu avançar com uma sindicância contra Maria Helena Taípo depois do Canal de Moçambique ter publicado uma notícia, retratando as conexões criminosas que Taípo mantinha secretamente com o anterior director-geral do INSS, Abílio Mussane.
Maria Helena Taípo é apontada como tendo pressionado psicologicamente Abílio Mussane para desviar elevadas somas monetárias da Segurança Social para seu benefício pessoal (entenda-se da ministra), em prejuízo de milhares de trabalhadores e reformados que dependem da parca reforma disponibilizada pelo INSS.
Para além de encontros discretos mantidos entre ambos (Taípo e Mussane), a titular da pasta do Trabalho por vezes recorria a mensagens telefónicas (sms), com recursos ao número 826019670, pressionando Mussane para agilizar o saque dos fundos do INSS, como os sms que se seguem:

'Dr. Mussane, é possível arranjar-me 200 para hoje, se faz favor. Também gostaria de saber se é possível ter a viatura’.

'Dr., hoje não há subsídio de fim de semana? Abraços’.

'Dr. peço que me faca depósito de 100 milhões na conta 301143176-101-7 BSTM. Levantarei com cartão visa. Sugiro que o faça pessoalmente’.

Entretanto, de outras fontes soubemos que Maria Helena Taípo recorreu aos fundos das delegações do Trabalho na RSA para custear as cerimónias fúnebres de um parente seu perecido naquele país vizinho...

Fonte: Zambeze in IMENSIS - 2010/07/23

Adenda: Recomendo a leitura  (aqui) das conclusões de Arlete Fernandes sobre este assunto, no seu artigo publicado no Jornal Notícias na edição de 28.07.2010.

Reflectindo: 1) Os pontos de interrogação no título desta postagem, são da minha responsabilidade. 2) Para o meu conhecimento a notícia  foi publicada pela primeira vez no Canal de Mocambique, versão imprensa, no dia 14.07.2010 e na página 8 vem com alguns detalhes. 3) Quero crer que tanto para Helena Taipo como para o Governo,  o caso seja de extrema urgência para ser esclarecido.   

14 comentários:

Heyden disse...

So com muita ingenuidade ela poderia usar um telefone para operar uma tamanha falcatrua sabendo que a mensagem fica retida no server da telefonia.

Reflectindo disse...

Caro Heyden

Claro seria e será com muita ingenuidade que Helena Taipo poderia ou pode ter usado telefone para operar uma tamanha falcatrua. Contudo, se leres com atencão as conclusões da Arlete Fernandes, aqui, ficas a saber que há muita subestimacão da capacidade detectiva das TIC. E não só, mas as ameacas de morte proferidas por sms ou insultos que se fazem em anonimato na internet revelam a subestimacão às TIC. Exemplos são muitos e podemos recordar a fraude na UP em Nampula que seria detectável pelo registo da impressora. Mas fez-se isso?

Neste caso entre a ministra Helena Taipo e o jornalista João Chamusse, há sempre algo de ingenuidade. Ou a Taipo não sabia da capacidade de retencão das mensagens no server da telefonia ou Chamusse não sabe que pode-se provar a genuidade das mensagens que transcreveu para o jornal.

E porquê há tanta ingenuidade?

Heyden disse...

Quanto a Ministra, ainda que de longe, posso imaginar que nao soubesse, mas para Chamusse, um jornalista certamente estudou estas coisas no curso do jornalismo. O que mais contava para ele era vender o jornal e parece que vendeu. Eu recebi na vespera cerca de 20 emails vindos de diferentes amigos de Mocambique.

Reflectindo disse...

Para mim, só se pode concluir que a Ministra não sabia se ela pressionaou Mussane a desviar fundos usando telemóvel. Se ela não desviou nada ou pressionou a quem quer que seja, é difícil avaliar o seu conhecimento quanto à capacidade detectiva das TICs. Aliás, devido à acusacão que considero grave, ela procurará provar que as mensagens transcritas pelo jornalistas não são genuínas.

Quanto ao jornalista, se com intuito de vender o jornal ele publicou mentiras, citando sms vindo dum particular telefone e com datas, só posso chamar de ingenuidade. É ingenuidade pensar que uma tamanha acusacão, a Ministra não procuraria provar a sua inocência para salvaguardar a sua imagem. Nisso custaria ou custará caro ao jornalista.
Se o jornalista publicou verdades, então, considero uma denúncia à corrupcão. Ele fez a sua parte, o seu dever.
Porém, sendo corrupcão, o caso pode envolver a muitos. Há zonas de penúmbra.

V. Dias disse...

Nada de novo. Certas notícias, parecendo que não, não são notícias, esta é uma delas. Seria ingenuidade de mais esta ministra ser acusada por um crime cujas características o Governo premeia. Helena Taipo investigada? Duvido

Zicomo

Abdul Karim disse...

Eu tambem duvido, vao fazer ouvidos de mercador.

As golopotamos sao assim mesmo.

Anónimo disse...

Caro Reflectindo,

A Sra.Arlete Fernandes tem uma explicação óbvia e visão positiva quanto ao problema.
É MESMO DE TIRAR O CHAPÉU!
Este assunto à primeira vista, não parece notícia, mas SIMPLESMENTE uma invenção GRAVE que "agora" cumpre ao Procurador Geral, EXIGIR a verdade.
Punir legalmente a quem deva ser, DOA A QUEM DOER, entre outras palavras, os jornalistas só devem cumprir -"dizer COISAS DE VERDADE".
Parece um conto de CAROCHINHAS.
Tenho plena convicção que a Dra.Helena-(com uma governação pouco tranquila-devido aos problemas do sector, normais em qualquer País do Mundo, MAS POSITIVA, devido à imparcialidade com que expõe/conduz o relacionamento trabalhador/empregador), tenha tido este tipo de comportamento do " toma lá, dá cá", com SMS???.
HÁ QUE "DESMONTAR" ESTE PROBLEMA, E CABE AO PROCURADOR, E POR ÚLTIMO O PR AEG, que lidera o Governo!
Jornalismo assim, e desse tipo, só na Somália, para os Janjaweeds, que fazem logo " a folha".
É tempo de haver ética na informação!
Os moçambicanos merecem respeito!
A Lei, o que é de Lei!

Zacarias Abdula

Reflectindo disse...

Caro Zacarias Abdula

Eu não quero apressar e nem apressaria a tirar conclusões sobre a veracidade das mensagens transcritas para o Canal de Mocambique do dia 14 do corrente mês. Por respeito que nutro na pessoa de Helena Taipo, devido à sua postura no trabalho, aquela notícia abalou-me. Nunca pensei que ela estivesse envolvida em coisas iguais. Oxalá que eu um dia eu fique aliviado do abalo, mas isso passa por desvendar aquelas mensagens.

E como se desvendarão? É precisamente apurando TECNICAMENTE a genuidade das mesmas. E aí está como o Heyden introduziu, qualquer mensagem é retida no server da telefonia. Sendo assim, é possível recuperá-la mesmo que tenha sido apagada. Por outro lado, há um outro telefone a controlar, o do Abílio Mussane.

Na minha opinião, este caso, pode constituir uma lição quanto ao uso ou não das Tecnologias de Informação e Comunicação em Moçambique (TIC), pois há muitas coisas, entre elas calúnias, insultos burla ou fraudes que passam pelas TIC, em nome de anonimato ou pensando-se que os rastos serão apagados para sempre. Isso julgo não ser a verdade. A PIC (em Moçambique), queira-se como ela agora se chama, deve ter bons técnicos (técnicos criminólogos) para desvendarem a genuidade das mensagens. Se não existirem esses ténicos a nossa polícia pode pedir ajuda na Interpol. Uma outra alternativa, é as pessoas confessarem. Aliás, um bom sistema jurídico, não aceita apenas confissões sem uma análise técnica.

Portanto, uma punição exemplar sim, mas que passe pela verdade e justiça. Eu aprecio tanto o trabalho da Helena Taipo e há dias declarei isso em frente de muitos. Mas neste caso, ela salvaguardará a sua imagem com uma investigação independente. Qualquer medida contrária, transformará os seus acusadores em mártires. Detesto calúnias e insultos baratos em nome do jornalismo ou das TIC, pelo que seria MUITO BOM, se uma análise técnica imparcial pudesse provar a genuidade dos sms contidos no Canal de Moçambique.

Anónimo disse...

Ilustres,
a ministra conhece muito bem as capacidades detectivas das TICs...até onde sei, ela é Mestre em Ciências de Comunicação

Anónimo disse...

CORRECÇÃO:
FALTOU O NÃO!
As minhas desculpas...podia ser um penálti...depende do visionamento.
A frase corrigida seria:
"Tenho plena convicção que a Dra.Helena-(com uma governação pouco tranquila-devido aos problemas do sector, normais em qualquer País do Mundo, MAS POSITIVA, devido à imparcialidade com que expõe/conduz o relacionamento trabalhador/empregador),NÃO tenha tido este tipo de comportamento do " toma lá, dá cá", com SMS???."

O sentido da frase pode ter duas interpretações, apesar da interrogação final.
Julgo mais uma vez, que o jornalismo têm o papel fundamental nos dias de hoje, de mostrarem o quão são respeitadores de regras deontológicas da própria profissão (como todas outras).
Mais uma vez, só a Lei pertencem o cometimento de julgar casos de má conduta financeira de conta de outrém, mesmo sendo Pública (Estado).
Lamento só agora fazer a correcção..ponderando...creio que vai correr alguma tinta..veremos o futuro.
Enquanto não houver provas concludentes e reais julgadas em Juízo, quem somos nós para recriminar os comportamentos de cidadãos ao serviço do bem Público?

Zacarias Abdula

Reflectindo disse...

Para mim a deontologia profissional e neste caso do jornalismo entra em causa se o transcrito constituir uma calúnia. E para sabermos que é calúnia passa por uma INVESTIGAÇÃO TRANSPARENTE E INDEPENDENTE onde estão envolvidos técnicos das TIC. Que os técnicos assumam tudo o que lá se provar e vão dizer ao público.
Há questões da ética que recomenda a todo o cidadão a denunciar actos de corrupção e quero acreditar que não é um faz de conta. Então, se não se provar o contrário, o jornalista aqui cumpriu com coragem o seu dever de cidadania. É com coragem porque não é que muitos não saibam com evidências casos de corrupção em Moçambique, apenas não têm coragem de apontar o dedo. Que jornalistas recuam logo que se deparam com a verdade, até já vimos nos últimos meses.
De facto, há instâncias para julgar casos de má conduta financeira de conta de outrém, mesmo sendo Pública (Estado) e uma delas é o público. Esse público que em sociedades democráticas exige explicação clara dos seus governantes. É o público que exige a lei entre em acção. É assim que alguma vezes há ministros de apenas alguns dias, pois que denunciados com apoio dos jornais têm que se demitir. Se os governantes fazem ouvido de marcador são sancionados pelo público.
Qual é o significado do silêncio? O que tem produzido o silêncio em Moçambique?
O silêncio parece servir para ganhar-se o tempo para abafarem-se questões quentes e evidentes. Há muitos casos quentes em Moçambique em que se usou a táctica silêncio para se abafarem. As bolsas no Ministério de Educação se abafaram, o caso dos carros quentes no governo provincial de Cabo Delgado, o caso da Direcção Provincial da Agricultura do Niassa, o da Direcção Provincial dos Antigos Combatentes de Maputo, entre tantos outros para não falar de crimes eleitorais. São casos que não carecem de provas suficientes para serem julgados e condenados. São casos do conhecimento do Presidente da República a lembrar que o caso da Direcção Provincial de Antigos Combatentes de Maputo foi apresentado em público ao PR. E qual foi a reacção do PR? SILÊNCIO. Um silêncio cúmplice.
O grande problema em Moçambique é da quantidade de podridão e o conhecimento mútuo da podridão. Em Moçambique adequa-se o ditado: quem põe o quizo ao gato?
Este caso pode ser semelhante ao dos Aeroportos. Se se investigar, é possivel que muitos sejam arrolados.
Continuo a declarar a minha admiração à Helena Taipo, mas isto não me cega a ponto de lhe ilibar sem uma prova técnica.

Nkilevelele nrokoraka, lakini m’mi okisivela ehaki.

V. Dias disse...

Amigo Reflectindo,

Traduza lá estas palavras...por favor.

Zicomo

Reflectindo disse...

Nkilevelele nrokoraka, lakini m’mi okisivela ehaki. (Perdoe-me minha irmã, mas eu gosto da verdade)

JOSÉ disse...

Eu acredito no princípio de presunção de inocência e Helena Taipo deve ser considerada inocente até prova em contrário. Porém, num contexto em que alguns frelimistas estão habituados a saquear impunemente e em que as pessoas ainda têm medo de denunciar e desmascarar, este princípio não pode ser aplicado com segurança.Sendo assim, o cidadão comum desconfia, é que confiar é bom mas desconfiar ainda é melhor.
Já em 2005 o Zambeze publicou" Ministra do Trabalho assalta” fundos do INSS".Confiram

aqui