domingo, outubro 27, 2019

Interesse Nacional acima de tudo: o poder político saudável é um bem público ao serviço do Povo Moçambicano

Por Marquês Malua

Moçambique precisou de cerca de 500 anos para livrar-se da subjugação colonial?
De quantos mais precisará desta vez para livrar-se da CNE/STAE/CC/ e de todo um sistema proto-democrático predador e desumano que fomenta a dúvida, o descrédito dos órgãos, das instituições e seus titulares, a corrupção nas pessoas, que estimula os seus intintos mais baixos e glardoa vulgarmente a irresponsabilidade?
Em entrevista ao Savana de 25 Outubro 2019, pág.4, o docente de ciências políticas, João Pereira, afirmou a dado momento que "(...) o problema não é da Frelimo ou da Renamo, mas de toda a sociedade e não podemos esperar outra coisa senão caos nem podemos reclamar, porque estamos sendo indiferentes perante isto tudo".
Alinho-me com a primeira parte deste postulado, mas em relação ao não podermos reclamar, tenho uma opinião diferente. Acho precisamente o contrário. Não só devemos reclamar, mas também devemos negar terminatemente em coseificarmo-nos, rejeitar essa auto imposta fatalidade e conformismo. Só que devemos exigir a acção e as mudanças de nós mesmos. Não da Frelimo, não da Renamo nem da comunidade internacional. Esses estão a fazer o seu papel de acordo com a sua agenda e interresse, que seria desejável que fossem convergentes com a agenda e interesse de Moçambique no seu todo.
Ora, quando os interesses que dominam e prevalescem sobre os moçambicanos são diferentes dos que lhes asseguram o bem estar, a sobrevivência e o seu desenvolvimento harmonioso e sustentável, a nossa reclamação sobre nós mesmos deve ser estridente. Devem incomodar-nos a inacção, a falta de coragem e o medo de continuar a sonhar o ideal da Nação Moçambicana livre, próspera e saudável onde os nossos filhos e netos possam viver com orgulho e dignidade.
Não podemos conformarmo-nos com o caos criado por pessoas ou sistemas que indicamos ou criamos e custeiamos com o propósito de aperfeiçoarmo-nos como seres humanos. Não podemos darmo-nos ao luxo de organizarmos eleições de trafulhice em cada 5 anos onde nem nós que ganhamos e nem aqueles que perdem saem com dignidade. O governo que formámos cheira a esturro. O nosso Presidente até emerge como uma simulação. Que irresponsabilidade é esta?
As pessoas que estimulam a fraude eleitoral não têm noção do perigo real que criam sobre todos nós: vencedores ou vencidos. As pessoas que, tendo a lei e o poder do povo para corrigir estes erros ou fraudes não fazem, não sabem que estão a minar o País e a acorrenta-lo no subdesenvolvimento por mais longos anos. Estão a ferir a Pátria de uma forma agonizante.
Devemos reclamar para nós os moçambicanos e credibilizarmos o sistema eleitoral para que nós e o nosso partido ganhador, (ou outro que vier a conseguir) possamos com orgulho, levantar o troféu para todo mundo ver, por ter sido fruto de trabalho justo, legitimo e de qualidade superior ao dos outros openentes. E não este troféu que parece humilhar mais que dignificar.
Se quisermos construir uma Nação unida, pacifica e próspera devemos trabalhar para ela. De outro modo, o Projecto Moçambique não vai dar certo.

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