O Presidente da República, Filipe Nyusi, considerou hoje em Maputo "bastante promissoras" as projecções para a economia moçambicana nos próximos cinco anos, apesar da crise que o país enfrenta.
"As projecções para os próximos cinco anos são de uma economia atractiva para o investimento estrangeiro e nacional, mantendo-se com fundamentos e com perspectivas bastantes promissoras", afirmou Nyusi, discursando durante uma conferência organizada hoje em Maputo pelo Financial Times.
Depois de duas décadas de elevadas taxas de crescimento e melhorias em indicadores sociais relevantes, declarou o chefe de Estado, o país enfrenta o desafio de tornar o crescimento mais inclusivo e a base produtiva mais alargada.
"Importa realçar que estes desafios estão a ser prosseguidos num cenário de acrescidas dificuldades fiscais, cambiais e da balança de pagamentos", assinalou.
De acordo com Nyusi, para Moçambique superar a actual conjuntura é importante encontrar mecanismos arrojados e inovadores de aproveitamento das imensas potencialidades de que está dotado.
Nesse sentido, continuou o Presidente da República, é essencial a restauração da paz e da estabilidade, o reforço do capital humano e social, a promoção do crescimento inclusivo e sustentável e aumento da produção e produtividade.
"Estamos empenhados na melhoria de prestação de serviços essenciais aos cidadãos e na implantação de infra-estruturas sociais e económicas, queremos utilizar os recursos naturais racionalmente para gerar riqueza, sem comprometer o futuro das gerações futuras", destacou Filipe Nyusi.
Apesar do abrandamento económico, frisou Nyusi, Moçambique cresceu acima da média mundial no primeiro semestre, com 4,4%, e poderá terminar o ano com uma subida do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,5.
Moçambique enfrenta uma crise económica e financeira, caracterizada pela escalada da dívida pública, declínio do investimento estrangeiro, derrapagem da moeda nacional e subida galopante da inflação.
Há uma semana, o Governo assumiu oficialmente a incapacidade financeira para pagar as próximas prestações das dívidas das empresas públicas com empréstimos ocultos, defendendo uma reestruturação dos pagamentos e uma nova ajuda financeira do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Paralelamente, o país é assolado pela violência política e militar, com confrontos entre as Forças de Defesa e Segurança e o braço armado da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana) bem como assassínios de militantes do principal partido de oposição e da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder.
Fonte: SAPO – 02.11.2016
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