Jorge Ferrão, antigo Ministro da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH), considerado sensível aos problemas que enfermam este sector, foi exonerado e substituído pela deputada Conceita Sortane, alegadamente porque não “fazia um controlo político na educação”, e tão-pouco “era um comissário político” do partido no poder, a Frelimo. Assim entende o Movimento Democrático de Moçambique (MDM).
“Todos nós perguntamos como se exonera um dirigente” que, aparentemente, fazia um trabalho apreciável. Contudo, “cada governo tem a sua estratégia de governação e devemos respeitar isso”, disse ao @Verdade Lutero Simango, chefe da bancada parlamentar do MDM.
Para aquela formação política, Jorge Ferrão foi afastado do cargo e nomeado reitor da Universidade Pedagógica (UP) porque “não fazia um controlo político na Educação”, mas sim, profissional.
Referindo à Conceita Sortane, nova timoneira do MINEDH, Lutero Simango comentou que “optaram por uma comissária política”, pis Jorge Ferrão “não era um comissário político”, facto que, provavelmente, não agradou aos seus correligionários e ao próprio Presidente da República, Filipe Nyusi.
No que diz respeito às expectativas em relação à recém-empossada governante, para um sector que, segundo o Chefe de Estado, precisa de soluções consistentes para problemas já conhecidos e com barba branca, Lutero Simango considera que é preciso dar tempo ao tempo.
“Não podemos fazer uma avaliação do trabalho e das competências de alguém se ver o que fez. Que se deixe a nova ministra trabalhar”, mas “a verdade é uma, se ela entrar para fazer política estará a destruir o sentido do Estado, que deve ser apartidário”, afirmou.
Relativamente à nomeação de Jorge Ferrão para o cargo de reitor da UP, o chefe da bancada parlamentar do MDM disse que os reitores das universidades públicas devem ser eleitos pelos respetivos conselhos académicos, mas o Chefe de Estado tem a prerrogativa de indicar alguém que lhe convém.
A solução para este problema passa pela “revisão da Constituição da República” com vista a “reduzir os poderes do Chefe de Estado, porque quando não respeita a vontade dos conselhos académicos significa que desvaloriza a democracia interna em construção nas universidades”, disse o deputado.
Segundo ele, “podemos, todos os dias, murmurar e lamentar, mas o Chefe de Estado vai continuar a exercer os poderes [excessivos] que lhe são conferidos pela Constituição”.
Fonte: @Verdade – 01.12.2016
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