Os paióis não têm
pelo menos uma arma para o kota Fernando Faustino demonstrar a sua valentia
contra a Renamo e Afonso Dhlakama? Ou ainda querem nos provar quem que crédito
escondidos não se comprou algum armamento?
Nos anos 80, o
governo, sim, um governo da Frelimo, chamou de volta os antigos combatentes à
guerra e dessa vez contra a Renamo. Quero crer que o Faustino fazia parte. Lá
em Netia onde eu trabalhava, estava estacionado um batalhão composto por
antigos combatentes. Nesses anos, o governo da Frelimo recrutou também àqueles
que chamara de pertencerem ao grupo dos comprometidos porque no exército
colonial pertenceram aos comandos e outras unidades mais temidas. Recordo-me de
duas pessoas que foram recrutadas nesse âmbito. Um até fora motorista do centro
de Natete e outro director da DINAME em Nacala.
Será que agora há
algo, lei, que proíba a esses do ACLLN a irem e de
uma forma clara e, não como aquela de às escondidas, ao combate contra a Renamo
e provarem a sua valentia? Ainda que ACLLN seja uma organização
partidária ao lado da OJM e OMM, esses fariam bem se voluntariamente fossem se
encontrar lá nas matas, tal igual se encontram somente entre eles no Centro de Conferências
Joaquim Chissano. Assim se dispensariam os jovens que morrem e aos seus
familiares não são comunicados.
Até uma só arma pode tornar uma pessoa valente ou heróina. Também foi na
década 80 que o meu ex-colega e amigo, o falecido professor Luís Domingos
Karamu, que se tornou herói na Aldeia 7 de Abril, em Mihaja, Memba. Ele tinha
apenas uma arma mauser (espera pouco como a chamamos) mas quando numa madrugada
os guerrilheiros da Renamo atacaram aquela localidade, o Karamu fez-se de quem
estava a comandar um pelotão de militares bem treinados. Os guerrilheiros da
Renamo recuaram e ele ficou bem conhecido por aquele acto. Ao contrário, eu
quando fui atacado, fugi saindo da casa pela janela. Eu não fui valente e não
tenho vergonha de dizer isso. No dia seguinte, o administrador distrital tentou
me condenar, mas conhecedores de guerra como major Macocola e capitão Germano
elogiaram a minha fraqueza, salvei a minha vida e dos meus alunos por ter
evitado que aquilo fosse visto como um quartel. Estranhamente, o administrador
também fugia sempre que Monapo-sede era atacado.
Se há armas nos paióis que dêem a esses da ACLLN que as querem usar com
valentia.
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