Páginas

quinta-feira, setembro 08, 2016

Sobre o pedido de armas de Fernando Faustino, Presidente da ACLLN

Os paióis não têm pelo menos uma arma para o kota Fernando Faustino demonstrar a sua valentia contra a Renamo e Afonso Dhlakama? Ou ainda querem nos provar quem que crédito escondidos não se comprou algum armamento?
Nos anos 80, o governo, sim, um governo da Frelimo, chamou de volta os antigos combatentes à guerra e dessa vez contra a Renamo. Quero crer que o Faustino fazia parte. Lá em Netia onde eu trabalhava, estava estacionado um batalhão composto por antigos combatentes. Nesses anos, o governo da Frelimo recrutou também àqueles que chamara de pertencerem ao grupo dos comprometidos porque no exército colonial pertenceram aos comandos e outras unidades mais temidas. Recordo-me de duas pessoas que foram recrutadas nesse âmbito. Um até fora motorista do centro de Natete e outro director da DINAME em Nacala.
Será que agora há algo, lei, que proíba a esses do  ACLLN a irem e de uma forma clara e, não como aquela de às escondidas, ao combate contra a Renamo e provarem a sua valentia? Ainda que ACLLN seja uma organização partidária ao lado da OJM e OMM, esses fariam bem se voluntariamente fossem se encontrar lá nas matas, tal igual se encontram somente entre eles no Centro de Conferências Joaquim Chissano. Assim se dispensariam os jovens que morrem e aos seus familiares não são comunicados.
Até uma só arma pode tornar uma pessoa valente ou heróina. Também foi na década 80 que o meu ex-colega e amigo, o falecido professor Luís Domingos Karamu, que se tornou herói na Aldeia 7 de Abril, em Mihaja, Memba. Ele tinha apenas uma arma mauser (espera pouco como a chamamos) mas quando numa madrugada os guerrilheiros da Renamo atacaram aquela localidade, o Karamu fez-se de quem estava a comandar um pelotão de militares bem treinados. Os guerrilheiros da Renamo recuaram e ele ficou bem conhecido por aquele acto. Ao contrário, eu quando fui atacado, fugi saindo da casa pela janela. Eu não fui valente e não tenho vergonha de dizer isso. No dia seguinte, o administrador distrital tentou me condenar, mas conhecedores de guerra como major Macocola e capitão Germano elogiaram a minha fraqueza, salvei a minha vida e dos meus alunos por ter evitado que aquilo fosse visto como um quartel. Estranhamente, o administrador também fugia sempre que Monapo-sede era atacado.

Se há armas nos paióis que dêem a esses da ACLLN que as querem usar com valentia. 

Sem comentários:

Enviar um comentário