Não há indícios de violação de Direitos Humanos, na província central moçambicana de Tete, por parte dos agentes do Estado, conforme denúncias de certa imprensa nacional e estrangeira e de organizações internacionais, como a Human Rights Watch.
O anúncio foi feito domingo, na cidade de Tete, pelo Vice-Ministro moçambicano da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, Joaquim Veríssimo, no final de uma missão de trabalho designada pelo Governo central para compreender de perto as alegadas violações de Direitos Humanos e avaliar as condições de assistência humanitária dos moçambicanos no Malawi, bem como assegurar o seu regresso e assentamento no país.
A Human Rights Watch divulgou em Fevereiro passado um relatório mandatando o Governo a investigar com urgência as alegações de execuções sumárias, abusos sexuais e maus tratos por parte das Forças de Defesa e Segurança, na sequência de operações tendentes a desarmar os homens da Renamo, o que culminou com a fuga de pelo menos 6000 pessoas para o vizinho Malawi, mais concretamente para o campo de Kapise.
Segundo escreve hoje o “Notícias”, Joaquim Veríssimo, que liderou a missão governamental, disse que ela se deslocou aos povoados referenciados no relatório da Human Rights Watch e não só, nomeadamente as localidades de Nkondedzi e Naculu, no distrito de Moatize, e ao Posto Administrativo de Chiandame e localidade de Água Boa, no distrito de Tsangano, tendo interagido com os líderes comunitários, organizações da sociedade civil, líderes religiosos e população, em geral, não tendo encontrado, porém, quaisquer evidências de maus tratos, execuções sumárias, abusos sexuais por parte dos agentes do Estado, nomeadamente as Forças de Defesa e Segurança, conforme denúncias daquela organização internacional.
Pelo contrário, segundo Joaquim Veríssimo, a missão governamental encontrou queixas e reclamações da população, apontando que os homens armados da Renamo, o maior partido de oposição no país, perseguem os líderes comunitários, raptam-nos, matam-nos simplesmente por pertencerem ou por defenderem os interesses do Estado e do Partido Frelimo, no poder.
Nos povoados em referência, segundo Joaquim Veríssimo, a Renamo pretendia instalar uma administração paralela à do Estado, concretizando as promessas de governar em seis províncias onde alegadamente venceu as eleições de Outubro de 2014.
O governante negou categoricamente que as FDS tenham incendiado residências, defendendo, porém, a acção das Forças de Defesa e Segurança na manutenção da ordem e tranquilidade públicas, ora postas em causa pela Renamo naqueles povoados.
“Portanto, essas alegações não são verídicas. São alegações infundadas e cabe aos denunciantes apresentarem o ónus de prova”, disse Joaquim Veríssimo, apelando à população e a todos os interessados a apresentarem dados tendentes à busca da verdade sobre a matéria.
Fonte: AIM in LUSA – 14.03.2016
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