terça-feira, novembro 12, 2013

Frelimo falta a frente-a-frente com MDM no centro de Mocambique

A Frelimo faltou hoje a um frente-a-frente com o MDM, convocado pela sociedade civil em Chimoio, Manica, centro de Moçambique, para "discutir os manifestos e assegurar que as suas preocupações sejam incorporadas", disse à Lusa fonte da organização.

Jorge Gulambondo, diretor executivo do centro de educação cívica de Manica (Proposta), patrono da iniciativa, disse que o debate se insere na "inovação democrática" da plataforma da sociedade civil com os candidatos a presidente dos municípios, tendo lamentado a ausência do partido do poder em Moçambique e naquela autarquia.


"Os partidos políticos não priorizam a divulgação dos seus manifestos, e encontrámos no debate uma saída para partilharem os seus manifestos com os munícipes. Pensamos que os manifestos dos candidatos devem inspirar-se naqueles a quem vão servir, mas infelizmente não tivemos a presença da Frelimo e sem nenhuma informação prévia", disse Jorge Gulambondo.


Em Chimoio, Raul Conde concorre a um novo mandato no cargo pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), enquanto que João Ferrão se candidata-se pela primeira vez à presidência do município pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceiro partido parlamentar.


"Os partidos políticos devem encarar a sociedade civil como parceiro e não como promotores de agendas estranhas", disse à Lusa Danilo António, diretor da Plataforma da Sociedade Civil de Chimoio (Plasoc), lamentando a ausência da Frelimo no debate.


No debate, financiado pelo Instituto Holandês para a Democracia Multipartidária, as 60 organizações da sociedade civil, baseadas e com sede em Chimoio, confrontaram o MDM com questões ligadas à educação, formação juvenil, água, estradas, saneamento, criminalidade, governação participativa, além da viabilidade e sustentabilidade do manifesto eleitoral, a médio e longo prazos.


João Ferrão, do MDM, insistiu na "ação governativa de diferença", com o foco no capital humano, para responder à reciclagem de lixo e saneamento, anarquia dos bairros, combate ao alcoolismo e criminalidade, e governação participativa, que inclui apresentação pública das finanças municipais.


"Cada um tem a sua ideia, e penso que foi uma oportunidade perdida do meu adversário (da Frelimo). Esperemos que haja uma outra oportunidade para podermos desenvolver as ideias de cada um, até tirar proveitos do manifesto da concorrência em caso de vitória", concluiu João Ferrão.


Hoje, a campanha para as municipais de 20 de novembro, que encerra domingo, entrou no oitavo dia.
Fonte: LUSA - 12.11.2013

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