Líder da Renamo, Afonso Dhlakama, disse à Lusa que vai aguardar pelo resultado das eleições gerais moçambicanas em Maputo, onde também vai votar, embora tenha sido recenseado na serra da Gorongosa, em pleno confronto militar com o Governo.
"Vou votar em Maputo. Espero pelo resultado em Maputo", disse Afonso Dhlakama, em entrevista à Lusa a respeito dos seus planos para o dia da votação, na quarta-feira, e os que seguirão até ao anúncio dos resultados.
Afonso Dhlakama, recenseou-se na serra da Gorongosa a 08 de maio, ao abrigo da chamada "parte incerta" do líder da oposição quando se mantinha aceso o conflito militar entre homens armados da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana) e exército, e também a região da principal base do movimento durante a guerra civil de 16 anos, terminada em 1992.
O porta-voz do partido já tinha anunciado na semana passada que Dhlakama iria votar na Escola Secundária da Polana, em Maputo, no quadro da lei eleitoral do país, mas esta informação não teve confirmação imediata da Comissão Nacional de Eleições.
Na quarta-feira, Moçambique vai eleger um novo Presidente da República e os deputados do parlamento e membros das assembleias provinciais, num escrutínio em que concorrem três candidatos e 30 formações políticas.
Alguns observadores nacionais aventam a hipótese de uma segunda volta nas eleições gerais face à forte concorrência entre os três principais partidos: Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique, partido no poder), Renamo e o MDM (Movimento Democrático de Moçambique), ambos da oposição.
Questionado pela Lusa sobre um eventual acordo político com MDM, liderado por um ex-autarca da Renamo, em caso de segunda volta, Afonso Dhlakama disse: "Não posso precisar", mas, assinalou, "há muitos partidos do centro-direita, como o PDD (criado por Raúl Domingos, ex-número dois da Renamo, expulso deste partido) que não são de esquerda e que acreditam na filosofia da Renamo".
Confrontando com a possibilidade de uma readmissão do antigo dirigente da Renamo, o líder da oposição em Moçambique respondeu que "em política não há inimigos permanentes".
Fonte: LUSA - 12.10.2014
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