Dom Dinis Sengulane diz que está desapontado com a ruptura no diálogo entre a Renamo e o Governo. Defende que a arma não é o caminho e lembra que a guerra custa caro. Para o clérigo, a solução passa pelas conversações
Como é que olha para o actual momento que o país vive? O que falhou para o iminente regresso à guerra?
A resposta está nas nossas mãos, porque a paz é urgente, é necessária e é possível. Devemos ser machambeiros da paz continuamente e isso falhou; sabermos que a paz é algo precioso com a qual nos devemos preocupar; reconhecermos que todos fomos imperfeitos e que é possível agora termos a paz. É possível, hoje, os nossos dois dirigentes encontrarem-se e chegarem a acordo sobre como restaurar aos moçambicanos o sorriso e a esperança que a paz sempre traz.
Foi indicado pelo Presidente da República para marcar um encontro entre ele e o líder da Renamo. O que impediu essa reunião?
O que sabemos é que o Presidente da República e o líder da Renamo vão encontrar-se para falarem de duas questões: a primeira é segurança - o que significa que nenhum moçambicano deve perder a vida por causa dos desentendimentos políticos; a outra questão é o pacote eleitoral. A pergunta que faço é: será que a paridade é algo que deve ser defendida com armas? Os dois líderes devem encontrar-se e já há especialistas escolhidos para prepararem a agenda de modo a que do encontro resultem boas conclusões.
Quais são os pecados do Acordo Geral de Paz?
O Acordo Geral de Paz é um acordo entre seres humanos, há-de ter imperfeições próprias de seres humanos. Não foi concebido por demónios, pois teria de estar completamente errado, mas também não foi concebido por anjos, teria de estar completamente perfeito. Já foi provado que é uma plataforma a partir da qual os moçambicanos continuarão o seu processo de reconciliação. Agora não é só entre a Renamo e o Governo, mas faz parte da nossa legislação. Então, é bom que conheçamos o Acordo Geral de Paz e, se acharmos que há algum aspecto que está imperfeito, vamos aperfeiçoá-lo.
Fonte: O País online - 14.11.2013
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