O agente da Força de Intervenção Rápida (FIR) Inácio Lenarte Arcai, que em Junho baleou mortalmente na zona da Manga, na Beira, o Manuel Domingos Ventura, de 22 anos, foi anteontem arrastado por familiares da vítima para a 5ª esquadra da polícia, no Maquinino, que pretendiam assim saber das razões pelas quais ele se encontra em liberdade e a trabalhar.
Conforme apurou o “Diário de Moçambique”, os parentes de Manuel Ventura, que se faziam transportar numa viatura, interpelaram o referido agente (uniformizado e em missão de serviço) algures na baixa da cidade. O polícia foi então levado à força à esquadra do Maquinino, numa tentativa de a família apurar as circunstâncias da soltura do indivíduo e do seu regresso ao trabalho.
Em Junho passado, quando ocorreu o baleamento, o porta-voz do Comando-Geral da Polícia da República de Moçambique, Pedro Cossa, deslocou-se à cidade da Beira, onde anunciou a instauração de processos disciplinar e criminal contra Inácio Arcai, na altura detido. Porém, o agente acabaria por ser solto e reenquadrado nas fileiras da FIR.
Ontem, o oficial de imprensa no Comando Provincial da PRM de Sofala, Mateus Mazibe, repudiou a atitude dos familiares do jovem morto, pelo facto de aqueles terem forçado o agente (fardado) a entrar na viatura, como se de sequestro se tratasse.
No entender de Mazibe, os familiares do finado deviam seguir as normas apropriadas para confirmar junto da PRM as circunstâncias da soltura do referido agente da FIR.
A fonte revelou que Inácio Arcai foi colocado em liberdade mediante pagamento de caução, segundo reza o mandato de soltura datado de 17 de Setembro.
Manuel Ventura foi baleado na Manga num caso em começou com a circulação de uma motorizada sem iluminação. Foi morto após ele e um seu amigo terem sido interpelados quando circulavam com uma mota sem iluminação, por volta das 21 horas do dia 19 de Junho.
Fonte: Diário de Mocambique – 04.10.2012
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