Londres, 11 Abr (AIM) – O cidadão sul-africano, proprietário das 18 bicicletas que foram confiscadas pela polícia na província meridional de Inhambane, refuta categoricamente que as mesmas destinavam-se para apoiar campanha do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), o segundo maior partido da oposição no país, na presente campanha para as eleições municipais.
Sean Lange garante que ele pretendia apenas abrir um negócio de aluguer de bicicletas na praia do Tofo, uma das melhores estâncias turísticas na província de Inhambane.
Num contacto telefónico estabelecido hoje, com a AIM, a partir da praia do Tofo, Lange disse que aquela região é uma área compacta onde os turistas podem se deslocar facilmente usando bicicletas. Por isso, ele decidiu estabelecer uma parceria com um empresário moçambicano, identificado com o nome de Paulo Ernesto Pedro, para abrir uma loja para aluguer de bicicletas.
Lange disse a AIM estar na posse de todas as licenças necessárias para o efeito, tendo pago todos os encargos inerentes.
Na ocasião, disse ter adquirido as 18 bicicletas na “Baisikeli”, uma empresa legalmente estabelecida na cidade de Chimoio, capital da província central de Manica.
A Baisikeli é uma empresa sedeada na Dinamarca e que aluga bicicletas em Copenhaga. Esta empresa também envia bicicletas em segunda mão para Moçambique e Serra Leoa, onde são reparadas e depois vendidas. Até agora, aquela companhia já exportou 3.500 bicicletas.
Em Moçambique, aquela empresa possui uma oficina em Chimoio e trabalha em estreita cooperação com a Agência Dinamarquesa para o Desenvolvimento Internacional (DANIDA) e com as autoridades dinamarquesas em Maputo, capital moçambicana.
O porta-voz da empresa em Copenhaga, Henrik Smedegaard Mortensen, confirmou a AIM que as 18 bicicletas foram legalmente exportadas para Moçambique em Junho de 2011.
O problema surge quando Lange estava a tentar transportar as bicicletas de Chimoio para Tofo. Para o efeito, segundo Mortensen, a Baisikeli contratou um cidadão dinamarquês para enviar as bicicletas à Tofo.
Contudo, o condutor do camião e o representante da Baisikeli, Stefan Lars Edlund, foram obrigados a interromper a sua viagem pela polícia na vila de Massinga. Mais tarde foram levados para a cidade de Inhambane, onde as autoridades apreenderam as referidas bicicletas, incluindo o camião.
Apesar de o caso ter sido relatado na edição do jornal “Notícias” na segunda-feira da semana corrente, Lange afirma que o camião e a respectiva carga foram confiscados há várias semanas, tendo sofrido enormes prejuízos durante a Páscoa pelo facto de não ter as bicicletas.
O “Notícias” e a estação de televisão privada “STV” reportaram que existe uma suspeição de que as bicicletas destinavam-se para apoiar o MDM, apesar de a polícia ter-se recusado a confirmar ou desmentir estes rumores.
Lange desmente o rumor de ligação com o MDM.
“Na verdade, estávamos apenas a tentar abrir um negócio”.
A polícia alega que o cidadão dinamarquês, condutor do camião, foi detido pelo facto de estar a viver ilegalmente em Moçambique, porque a validade dos seus documentos de identificação expirou em 2008.
A polícia também alega que ele não tinha nenhum documento da aquisição e importação das bicicletas.
(AIM)
jhu/sg/dt
Fonte: AIM - 11.04.2012
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