Oficialmente a Polícia confirmou ter assassinado acidentalmente três cidadãos, nomeadamente um em Chiúre, um em Angoche e outro em Marromeu. Mas, uma investigação preliminar do CIP Eleições aponta para mais nove mortos por baleamento protagonizada pela Polícia, dos quais seis foram na cidade de Nampula (no dia 27 de Outubro) e três em Nacala-Porto (dias 26 e 27 do mesmo mês).
Páginas
domingo, dezembro 31, 2023
Quantos cidadãos foram assassinados pela PRM entre Outubro e Dezembro?
quinta-feira, dezembro 28, 2023
Sobre o voto electrónico
Entendo o esforço de alguns compatriotas de imaginar algumas medidas para o combate às fraudes eleitorais. Algumas das imaginações são a emenda/revisão da lei eleitoral, alteração da constituição da Comissão Nacional de Eleições e STAE, a introdução do voto electrónico.
Eu concordaria com todas estas propostas se a preocupação de todos nós,
todos os partidos, fossem de garantir a transparência eleitoral, se o que é
fraude eleitoral, fosse um erro não propositado, preparado e organizado em
cadeia.
1)
Qual
é a diferença ou maior diferença entre a nossa lei eleitoral e à cabo-verdiana,
são-tomensa, portuguesa, brasileira ou mesmo da Guiné-Bissau? Se calhar a nossa
está muito melhorada já que constantemente fazemos REVISÕES.
2)
A
constituição da Comissão Eleitoral e STAE tem sido para garantir muitos
partidos e a sociedade civil tenham os seus olhos, testemunhem o processo para
EVITAR acusação à prática de FRAUDE. Se
fossemos sérios, aquele espaço não podia ser de DEIXAR PASSAR OU NÃO as fraudes
eleitorais. O que devia reinar ali seria a Ética, Integridade, Honestidade e o
Patriotismo. Há disto na CNE/STAE? Um país que mete um BISPO duma igreja para a
prática de fraude, esse país tem problemas sérios da ética, integridade e
honestidade. O partido que meteu o bispo é aquele que está no poder, o mesmo
que constitue o Ministério de Administração Estatal. Mais, a PRM é suposta que deva
ser republicana, mas é das que facilita a fraude. A PRM retira fiscais na hora
de de contagem dos votos.
3)
Voto
electrónico pode ser solução sem antes elevarmos a ética, integridade,
honestidade e patriotismo? Tenho as minhas dúvidas. O que pode acontecer com
voto electrónico é como o meu amigo Wutau Massango diz que é: reduzir ou
inutizar o número de fraudulentos, centralizando-na (uma fraude centralizada).
Uma fraude centralizada pode ser feita por um grupo restrito (hackers) ainda
que há por aí regimes (mão externa) dispostos para darem ajuda. Na Suécia, num país desenvolvido, com
electricidade e internet cobertos em todo o país, não usa ainda o voto
electrónico e penso que é porque tudo funciona muito bem. E como pode ser o
voto electrónico nas zonas remontas de Mapai, Pavala, Nairote?
4)
Recordemos
que há bocas que dizem que fraude eleitoral em Mocambique já foi centralizada
com ajuda de um técnico que chegou de receber prémio como governador da
província de Tete.
Nota: Para mim, a discussão tem que partir sobre Ética, Integridade, Honestidade
e o Patriotismo.
quarta-feira, novembro 29, 2023
Marromeu, fraude e a Frelimo
Marromeu tem uma história longa e cheia de problemas. Há cinco anos, nas eleições de 10 de outubro de 2018, o STAE e a polícia levaram algumas urnas de voto e a contagem foi feita em segredo pela Frelimo. Foi convocada uma nova eleição para 22 de novembro em 8 assembleias de voto. Havia observadores em todas as 8, que deram à Renamo uma vitória por 3656 votos, enquanto a comissão distrital de eleições deu à Frelimo a vitória por 772. Duas mesas de voto na EPC Samora Machel foram claramente falsas, sem ninguém a votar durante o dia, mas a comissão eleitoral distrital disse que houve uma afluência às urnas de 94%.
quarta-feira, outubro 04, 2023
MDM e Renamo exigem anulação do mandato de Dias Letela
O MDM e a Renamo exigem a anulação do mandato do deputado da Frelimo, Dias Letela, pelo facto de este, na companhia de outros membros da Frelimo, terem pisoteado o material de campanha dos dois partidos em Inhambane.
quinta-feira, setembro 14, 2023
Central African Republic: President Touadéra meets Macron in France
French President Emmanuel Macron receives his Central African counterpart Faustin-Archange Touadéra on Wednesday against a backdrop of relaunching bilateral relations after years of tension due to the rise of the Russian Wagner militia in this country.
quarta-feira, agosto 09, 2023
Zambézia: Tribunal do distrito de Morrumbala condena 40 professores por ilícitos eleitorais
Quarenta professores foram condenados por se terem recenseado no perímetro do município de Morrumbala apesar de residirem fora. Os professores faziam parte das listas de prioridade da Frelimo dadas às brigadas de recenseamento.
sexta-feira, agosto 04, 2023
domingo, junho 18, 2023
quinta-feira, maio 25, 2023
Public servants in Namacurra denounce the collection of identity cards for Quelimane
Some public servants in Namacurra, in Zambézia, accuse the Frelimo Party of obliging them to hand over their identity cards to be taken to Quelimane. The purpose of taking the documents is not known, but it is suspected that these people will be registered as voters in Quelimane.
In Alto Molócuè, our correspondents are reporting cases of members of the Frelimo Party stepping up the collection of voter cards in the neighbourhoods.
Fonte: Mozambique Elections 82, 83 and 85 - 24 May 2023
domingo, maio 21, 2023
Críticos acusam oposição moçambicana de desorganização
"A oposição pode-se criticar, tem as suas limitações, tem a sua culpa, mas não tenhamos amnésia: lembremo-nos das contestações, das mortes que têm acontecido em virtude de a oposição reivindicar que esses processos sejam genuínos", sublinha.
O académico lembra que quando a oposição reivindica irregularidades, sobretudo nos pleitos eleitorais, a FRELIMO usa a força do Estado para intimidar, perseguir e matar os opositores.
sexta-feira, maio 19, 2023
“O cerco está fechado” e “o inimigo está aflito”
“CIP Eleições” revela o esquema para excluir
eleitores da oposição na Beira para beneficiar a Frelimo
A coordenação é feita no grupo do Watsaap
denominado “STAE Supervisor Beira”, administrado pelo director distrital do
STAE da Beira, Nelson Carlos do Rosário, cuja queixa-crime o MDM já deu entrada
na Procuradoria Provincial de Sofala. Nas mensagens trocadas entre os elementos
do grupo percebese que a morosidade no atendimento, algumas avarias de
máquinas, a rejeição de testemunhas e de outros documentos oficiais, como a
cédula ou declarações de bairros, são propositadas e fazem parte do esquema
para cansar o eleitorado da oposição e beneficiar a Frelimo. É um filme com
episódios grotescos.
O grupo de Watsaap foi criado pelo director
distrital justamente no dia em que iniciou o recenseamento eleitoral (20 de
Abril), mas só começou a adicionar os supervisores a partir do dia 24 de Abril.
A primeira medida de bloqueio aos eleitores
da oposição foi tomada às 13.46 horas do dia 25 de Abril, quando o director
distrital do STAE orientou aos supervisores para rejeitarem as reclamações dos
fiscais da oposição. “Não assinem nem aceitem as reclamações dos fiscais, não
podemos facilitar.” A orientação do director foi mesmo para dificultar, o
máximo possível, o recenseamento dos que apelidam de “inimigo”. “A missão”,
segundo Nelson Carlos do Rosário “é abater o inimigo”. O inimigo é o eleitor da
oposição.
“Bater forte no inimigo foram as palavras do
nosso chefe, estado-maior. Hoje estamos a aplicar”- comenta o supervisor Nhanombe
TF, que propõe aos colegas que usem o esquema que ele já vem utilizando para
bloquear aos que ele chama de “macacos”: “Para mim (é preciso?) reconhecer
cédula, cartão de eleitor de todos os camaradas com confirmação de um dos
fiscais da FRELIMO e dos membros da brigada. Dos macacos (oposição) um e outro,
para não bandeirar, aceita, mas a maioria Para subscrever a edição em Inglês
https://cipeleicoes.org/eng/ e a versão em português
https://www.cipeleicoes.org/ Eleições 2023-2024 - Boletim Sobre o Processo
Político em Moçambique 78 – 17 de Maio de 2023 2 não.” Ou seja, a sugestão de
Nhanombe (o nome dele é Gito Tomás Nhanombe) é no sentido de os brigadistas
apenas reconhecerem e receberem documentos provenientes da Frelimo e recusar os
que são apresentados pelos eleitores da oposição. Aliás, aos membros e
eleitores da oposição apenas se deve aceitar um e outro para não criar
condições de espaço para contestação e tumultos.
Um dos supervisores adoptou um sistema só seu
de bloqueio. O sistema consiste em exigir mais documentos aos eleitores do seu
posto de recenseamento, localizado na zona Industrial. “Tenho até exigido
cartão de trabalho para quem diz estar a trabalhar no Porto ou CFM” -
congratula-se pela estratégia e afirma com orgulho: “O cerco está apertado”
para oposição. A Gizela Patrício compara o método de bloqueio que usa às
interrogações do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC): “No meu
posto a entrevista fica a parecer que trabalhamos no SERNIC”.
Uma outra mensagem, escrita pela supervisora
Linete Ucama, dirigida ao director do STAE e aos colegas, refere que apareceram
no seu posto de recenseamento, “os ditos chefes de postos do MDM Manga sem
crachás” a procura de “três formados do INE que já iam ao internato. Andaram
com eles até no portão”. De seguida, acrescenta, “perguntaram: quem vos mandou
recensear”, “se não apareceu um carro com jovens de Buzi” e se os jovens
estavam hospedados no internato local. Nessa altura, vinha “um fiscal nosso
(Frelimo). Ligou para o comandante e assim estão detidos”. Não está claro se os
detidos são os chefes de postos ou os jovens.
A resposta do director distrital do STAE foi:
“Bem feito. Família, estamos de parabéns, o inimigo está aflito, mas precisamos
de continuar atacando” - e dá uma orientação: “aceitem testemunhas e cédulas só
se for para nos beneficiar, caso contrário, não”.
Um outro interveniente alerta aos colegas
para que estejam “sempre atentos e alinhados”, porque esta “é a nossa vez”.
João Ernesto, outro membro do grupo, aprova a ideia e aplaude: “Isssoooo
mesmo... Vamos a isso…na guerra não se atira rebuçados…pulga arranca-se e
sangra. Vamos extrair matequenha. Agora somos nós…a força da mudança”.
Numa das mensagens, a supervisora Gizela
Patrício manifesta preocupação por ter havido o recenseamento de um número
considerável de eleitores num dos postos e desabafa: “Espero que que pelo menos
90% sejam nossos cdas (camaradas), que se recensearam, se for o contrário
estamos lixados”.
Os supervisores e os respectivos directores
chegam a celebrar os bloqueios que fazem aos potenciais eleitores da oposição.
Um dos supervisores orgulha-se de ter devolvido cédula de um dos eleitores.
Paulino Tato Luís comunica ao Director Distrital do STAE que “Quero mandar
prender o secretário do 1º bairro Macuti. Está sempre a sondar o meu posto”. Em
resposta, Nelson Carlos de Rosário autoriza: “Faça isso chefe”.
https://www.cipeleicoes.org/wp-content/uploads/2023/05/Boletim-das-eleicoes-78.pdf
quinta-feira, maio 18, 2023
Reino Unido e Suécia injectam mais de MZN 192 milhões para energias renováveis em Moçambique
Governos do Reino Unido e da Suécia assinaram, hoje, um acordo para injectar 2,4 milhões de libras, o equivalente a mais de 192 milhões de Meticais, ao programa de energias renováveis em Moçambique, que está em curso desde 2019 e tem o fim previsto para 2024, abrangendo 1,9 milhões de pessoas.
O acesso à energia eléctrica ainda não atingiu 50% da população moçambicana e a meta do Governo é levar energia a toda população até 2030. E as energias renováveis são uma das apostas para o alcance dessa meta, por isso, esta quarta-feira, os representantes dos governos do Reino Unido e da Suécia em Moçambique assinaram, em Maputo, um acordo para adicionar mais dinheiro ao programa “Brilho”, em implementação desde 2019 em todo país.
sexta-feira, maio 12, 2023
Quando havia ética - Temos algo para RESGATAR, compatriotas.
Antes da introdução do sistema nacional de educação, todas as classes do então ensino primário faziam exames nacionais em cada fim do ano lectivo. Os exames eram elaborados em Maputo e bem selados a cera, eram enviados para todas as províncias e as províncias enviam-nos aos distritos e os distritos nas mãos dos júri indicados ou dos directores chegavam nas escolas. Os júris eram compostos por um presidente e dois vogais.
sexta-feira, maio 05, 2023
O milho e um provérbio macua
Interprete este provérbio macua.
Hiyo na palixi, onthumeliya etala: nós somos como a farinha de milho que só se compra no tempo de fome.
sábado, abril 29, 2023
Eleição indirecta e as amarras partidárias vs a liberdade dos candidatos
segunda-feira, março 20, 2023
Sobre os Cancelamentos - Mr Brown
Não se cancela apenas por não ter-se ido ao velório, mas por se ser cúmplice do sistema de opressão, exclusão, exploração e todo o mal que o Azagaia denunciava e por isso constituir a razão de marginalizá-lo.
quarta-feira, fevereiro 08, 2023
Nyusi promete estrada em Memba
A construção das estradas Memba-Alua (85 quilómetros) e Memba- Nacala Velha (57 quilómetros) figura no topo das prioridades do candidato presidencial da Frelimo, Filipe Nyusi, para o distrito de Memba, em Nampula.
Filipe Myusi escalou esta manhã os distritos da Ilha de Moçambique e Memba. Foi neste último que assegurou a construção de estradas e pontes como forma de facilitar a circulação de pessoas e bens.
Actualmente para se chegar a Memba, a partir da capital provincial, existem duas entradas – Nacala-a-Velha e Alua, no distrito de Eráti, na Estrada Nacional Número 1. No entanto, estas rodovias sofrem interrupções no tempo chuvoso, o que dificulta a vida da população.
Filipe Nyusi prometeu melhorar as vias de acesso caso saia vitorioso nas eleições 15 de Outubro.
Depois de Memba Filipe Nyusi rumou para o vizinho distrito de Chiúri, na província de Cabo Delgado.
Fonte: Jornal Domingo, 09.10.2019
sábado, janeiro 28, 2023
Debater I
Pode ser que antes eu sabia debater com os amigos, mas já que não era de forma organizada e muito menos numa reunião com moderador, prefiro chamar de discutir. Debater na verdade aprendi no centro de formação de professores primários de Momola, em 1978 e agradeço muito por ter tido aquela oportunidade. Ali e pelo menos naqueles primeiros cursos forjava-se o homem para saber construir opinião e argumento.
Tínhamos frequentemente reunões de grupos, de turma e
gerais. Discutíamos casos de violação de regulamento tanto pelos alunos
(instuendos) como pelos formadores (instrutores) de forma aberta em reuniões
gerais, quando fosse necessário. Havia vezes que esse tipo de reunião começava
às 19:00 ou 20:00 horas, se bem que me recordo, para termirar às 7:00 do dia
seguinte, altura que Isaias Mahache, o director (responsável político) dizia
com o seu sotaque: “No meu “lerógio” são sete holas”.
O mais interessante é que as nossas particularidades, os
nossos espíritos, se notabilizavam nesse processo de formação de um professor
novo, em particular e de um cidadão, em geral. Havia alunos e muitos que
aprendiam e aperfeiçoavam o sentido crítico, havia os que pareciam indiferentes
ou com receio de manifestar as suas opiniões sobre alguns assuntos, havia os
chamados reguilas ou indisciplinados e por último, outros em número muito
pequeno, mas muito visíveis e barulhentos que tudo que diziam estava bem estudado
para agradar à direcção do centro. Estes últimos são do tipo que hoje em dia chamamos
de bajuladores, embora esta palavra não seja nova. O mais notável bajulador,
era o J.P., um que falava tipo o Mafundisse da RM e nós sabiamos o que ia dizer
sempre que levantasse, daí que se gritava “Lééénine”. Se ele pensava que era
elogio porque estava à altura do político Vladimir Lénine, para nós era o mesmo
que dizer: bajulador, lambebota. Já que nunca havia relação de proximidade
entre os instrutores e instruendos, os primeiros deviam ter pensado que viamos o
J.P., como um cidadão politicamente formado ou maduro.
Havia um outro, J.T. que quando fosse sobre alguma
violação do regulamento propunha medidas severas como a de cavar trincheira. As
violações mais notáveis eram de ir à população e comprar mandioca e ou amendoim
para comer, colher laranja ou mesmo abandonar (fugir) o curso ou namorar. Namorar
era raro porque praticamente não havia oportunidade. Quem fugisse do curso
devia evitar de ser visto na cidade de Nampula para não ser recolhido ao centro
com ajuda da polícia. Uma vez, trouxeram de volta, um colega que por sinal era
do grupo de Nacala, o meu. Na reunião de apresentação do fugista, J.T. sugeriu
as medidas muito severas como de rapar-lhe o cabelo, tendo em conta que naquela
altura era estranho ver alguém com cabeça rapada, e, cavar trincheira. Uma
semana depois, era o próprio J.T. a fugir para sempre.
Os reguilas, faziam tudo por tudo para serem expulsos do
centro de formação, mas era a coisa impossível naquele tempo. No lugar de
expulso era ser reprovado por indisciplina e obrigado a repetir o ano. Os, mais
notáveis eram o P.T. e T. o T. até negou de dar aulas na escola anexa. P.T. que
havia repetido o ano por insdiciplina era muito alegre para com os colegas, mas
sempre dava respostas secas aos instrudores.