Antes da introdução do sistema nacional de educação, todas as classes do então ensino primário faziam exames nacionais em cada fim do ano lectivo. Os exames eram elaborados em Maputo e bem selados a cera, eram enviados para todas as províncias e as províncias enviam-nos aos distritos e os distritos nas mãos dos júri indicados ou dos directores chegavam nas escolas. Os júris eram compostos por um presidente e dois vogais.
Os membros dos júris eram movimentados duma escola para outra. No caso dos exames da terceira e quarta-classes, os professores que compunham os júris eram normalmente de outros postos administrativos e quanto mais perto, vinham de outras ZIPs.
Na hora do início dos exames, o júri ia à frente dos alunos com o envelope, levantava-o mostrando-o a todos e muito mais aos alunos que o envelope mantinha-se selado a cera. Se não fosse um dos vogais, muitas vezes, chamava-se a um dos alunos para abri-lo. Depois é que se seguia à distribuição dos mesmos.
Nota: 1) O mais interessante, é que naquela altura, mesmo sem meios de transporte, os exames chegavam à hora a quase todas escolas.
2) Raramente se relatavam problemas de violação dos envelopes ou fraudes. Violação dos envelopes e fraude eram um ESCÂNDALO e tomavam-se medidas rigorosas, independentemente de quem o cometeu.
3) Na altura, até posso dizer que não havia compaixão com quem fosse fraudulento. A título de exemplo, em 1981, o então director da Escola Primária de Netia-Sede, distrito de Monapo, por sinal meu colega e amigo, violou os exames da quarta-classe e deu as soluções/correccões ao seu sobrinho que vivia com ele. Ele pessoalmente, havia sido destacado para examinar no Itoculo-Sede, minha escola na altura. Durante os exames, o sobrinho do director fazia-nos rapidamente e na correcção, era 100% igual às soluções. Nisto os examinadores desconfiaram e tinha que questioná-lo ao que confirmou que havia estudado antes as soluções. Informada a direcção distrital, a polícia foi deter o então, director da escola que nunca mais voltou a ser professor.
4) Fora disto, tenho mais um exemplo de um colega da sexta-classe na Escola Secundária de Nacala, por sinal também meu amigo, que vivendo com o nosso professor de português, seu primo, trocara a sua prova com 100% da proposta de correcção do professor. O professor anunciou publicamente a medida que a nota dele naquela prova era igual a ZERO e isso implicava a uma reprovação e repetição da classe.
TEMOS ALGO PARA RESGATAR.
Feliz sexta-feira.
Ethics, often known as moral philosophy, is the study of what is ethically good and evil, right and wrong. The phrase can also refer to any set of moral beliefs or principles.
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