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quinta-feira, janeiro 23, 2014

Medianeiros são fundamentais para relançar diálogo, dizem analistas

Em Moçambique, várias correntes de opinião defendem que a mediação no diálogo entre o governo e a Renamo, é necessária para recriar a confiança mútua, de modo a que as negociações, interrompidas há cerca de um mês, possam continuar.


A Renamo condiciona o reinício do diálogo á presença de mediadores, entre os quais o constitucionalista moçambicano, Gilles Cistac;o Bispo italiano Matteo Zuppi ; o ex-presidente sul-africano, Thabo Mbeki; e um representante da União Europeia não identificado.

Propõe ainda quatro observadores moçambicanos, nomeadamente, o bispo anglicano Dom Dinis Sengulane; o Reitor da Universidade Politécnica, Lourenço do Rosário; o ex-reitor da Universidade Eduardo Mondlane, Padre Filipe Couto; e Alice Mabota, presidente da Liga Moçambicana dos Direitos Humanos.

Segundo soubemos, ela propõe também seis países observadores, designadamente, Estados Unidos, China, Portugal, Cabo Verde, Quénia e Botswana.
O bispo auxiliar de Maputo, Dom João Nunes, considera ser já positivo o facto de ter sido aceite a proposta relativa á presença de observadores, porque isso vai dar forma ao diálogo.

A mediação é fundamental, sobretudo para acabar com o radicalismo das partes envolvidas no diálogo. Nisso, o Professor universitário Brazão Mazula, que também foi presidente da Comissao Nacional Eleitoral nas primeiras eleições gerais multipartidárias em Moçambique, está de acordo. “As partes poderão encontrar uma forma” de entendimento.

O sociólogo Francisco Zimba diz que alguns dos indivíduos propostos pela Renamo para a mediação, têm créditos firmados na sociedade e podem desempenhar bem as funções de propor a metodologia das negociações, mediar e moderar as discussões, acompanhar e coordenar as negociações e elaborar a síntese de cada sessão negocial, indicando os pontos acordados e em desacordo.
“São pessoas com uma visão muito mais abrangente do ponto de vista de significado do diálogo e com capacidade de convencer as partes para chegarem a consensos sobre as grandes questões de interesse nacional”, realçou.
Ele acha que o governo e a Renamo ainda não têm a vontade real de se alcançar consensos dentro deste diálogo e a sociedade avançou muito relativamente á necessidade da paz e desenvolvimento.
Entretanto, há quem considere que para além da mediação, a comunidade internacional devia pressionar também as partes para acabarem com o conflito.
O professor universitário Calton Cadeado diz que a comunidade internacional tem estado a desempenhar o seu papel de forma prudente nestes esforços de pacificação do país.


Ramos Miguel, VOA-Maputo


Fonte: VOA – 22.01.2014

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