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quinta-feira, janeiro 23, 2014

Governo acusa UE de colocar "barreira comercial” no transporte aéreo

O ministro dos Transportes e Comunicações, Gabriel Muthisse, acusou a União Europeia de usar o argumento da falta de segurança para colocar "uma barreira comercial" às companhias aéreas moçambicanas, banidas de voar no espaço europeu.


As operadoras de transporte aéreo moçambicanas estão proibidas de entrar no espaço da União Europeia (UE), devido a deficiências no controlo de critérios de segurança por parte do Instituto Nacional de Aviação de Moçambique (INAC), a entidade reguladora do setor aéreo no país.


As possibilidades de as companhias aéreas moçambicanas serem autorizadas a entrar no espaço da UE ficaram mais remotas com a queda na Namíbia de um avião das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) em novembro, provocando a morte de todos os 33 ocupantes, incluindo sete cidadãos de nacionalidade portuguesa.


Pronunciando-se sobre os receios de o país ver prolongado o seu banimento do espaço aéreo, o ministro moçambicano dos Transportes e Comunicações acusou a UE de se escudar na falta de segurança para impor uma barreira comercial.


"O que eles estão a colocar é uma barreira comercial. Na verdade, eles é que devem estar mais preocupados, porque hoje em dia não nos podem isolar do mundo como era possível fazer há 20 ou 30 anos, pois hoje o mercado é bem maior e os países têm à sua disposição um vasto leque de alternativas", disse Gabriel Muthisse.


Muthisse apontou o facto de as transportadoras europeias voarem para Moçambique, cuja segurança aérea é fiscalizada pelo INAC como prova de que o banimento imposto pela UE não se deve a questões de segurança.


"Se esta fosse a real causa, então as companhias europeias não voariam para Moçambique, como faz, por exemplo, a TAP, porque quem garante as condições de segurança na navegação aérea através de mecanismos válidos de controlo é o Instituto Nacional de Aviação Civil, o mesmo que para eles não satisfaz. Deviam ter medo de voar para Moçambique", declarou o ministro dos Transportes e Comunicações de moçambicano.


Para Gabriel Muthisse, a interdição decretada pela UE não tem prejudicado as transportadoras moçambicanas, pois as mesmas não estão proibidas de voar para outros países.


"É preciso deixar claro que a LAM voa para onde deseja voar e, naturalmente, não voa para onde não deseja. Quer dizer, não estamos proibidos de voar para a China, para o Canadá, para o México ou para outro destino qualquer que nos interesse explorar", disse Muthisse.



Fonte: LUSA – 23.01.2014

1 comentário:

  1. O ministro moçambicano dos Transportes, Gabriel Muthisse, obviamente quer ariscar a vida dos passageiros das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM). Se a gerência da LAM e a autoridade nacional de aviação civil não cumprem as normas mínimas de segurança da Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO) é mais do que justo recusar voos para os aeroportos da União Europeia (UE).

    Essas consequências sofremos devida a incompetência do ministro. Desde a última inspecção Muthisse fez nada para eliminar por completo as deficiências conhecidas na gestão e controlo do tráfego aéreo no espaço aéreo nacional (ver o plano de acção do Estado Moçambicano com medidas correctivas, CAP).

    Por isso o Sr. Muthisse é o responsável principal pela actual situação.

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