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sábado, dezembro 29, 2007

Feliz Ano Novo

Reflectindo conjuntamente sobre Moçambique, ao longo de todo um ano, é chegado o momento de endereçarmos um abraço fraterno a todos aqueles que prestigiaram este espaço.

Na diaspora ou no nosso belo Moçambique, velhos ou novos amigos, incompreendidos ou que não me compreenderam, dando a cara ou acobertos pelo manto do anonimato, como meros observadores ou participantes, como criticos ou apoiantes dos debates aqui havidos, bem hajam pela vossa reflexão (interiorizada ou exteriorizada).

Reflectindo sobre Moçambique deseja a todos Festas Felizes e que 2008 seja o ano da realização pessoal de cada um, em particular, e de Moçambique, em geral, pelo que, a reflexão continua.

terça-feira, dezembro 18, 2007

O caso Augusto Paulino, PGR, e a Desinformação do Paul Fauvet

Paul Fauvet publicou ontem no allafrica (pode ler aqui), um artigo de opinião descrevendo o artigo do Zambeze, o qual se pode ler na sua íntegra no Nação Coragem, como uma desinformação. Leia também alguns comentários no Diário de um sociólogo.

Nota:O que me surpreende é de todo o seu esforço de fazer do artigo do Zambeze uma desinformação, Paul Fauvet não diz se os 300 milhões de meticais de antiga família foram ou não levantados e para que fim. A outra coisa é de Fauvet alegar que o processo-crime contra Augusto Paulino se destinava para fazer com que ele não fosse nomeado Procurador-Geral da República. Então, terá sido algum dos conselheiros de Armando Guebuza a fazer esta conspiração, supondo que só eles é que conhecem o plano do PR?

IMPORTADOS DA ÁSIA COMO MATERIAL DE PROPAGANDA FRELIMO CONTRABANDEA ELECTRODOMÉSTICOS

Retirado na sua íntegra daqui.

O Departamento de Administração e Finanças do partido FRELIMO está a encobrir a importação clandestina de televisores, antenas, leitores DVDs, cassetes áudio, aparelhos de frio, máquinas de lavar entre outros electrodomésticos, ao solicitar às Alfandegas a saída antecipada desta mercadoria alegando tratar-se de material para propaganda política. Na Direcção Nacional das Alfandegas há apenas o registo de saída antecipada de contentores de máquinas eléctricas para escrever, capulanas e pastas dentífricas com o retrato de Armando Emílio Guebuza.
Acredita-se que a referida mercadoria destinava-se ao abastecimento de diversos estabelecimentos comerciais pertencentes a simpatizantes da formação política no poder
Em contrapartida, o partido ganha alguma comissão em função da quantidade e da origem do produto importado ao país.
Segundo apurámos no passado dia 29 de Abril de 2004, o Departamento de Administração do partido FRELIMO enviou um ofício à Direcção Nacional das Alfândegas solicitando a saída antecipada de três contentores contendo 3300 caixas de pastas dentífricas destinadas à próxima campanha eleitoral.
“Pela presente, solicita-se a V. Excia, a saída antecipada de 3 contentores contendo pastas dentífricas pertencentes ao partido FRELIMO, conforme factura proforma nº MIT/EXP/2975/2004 de 26 de Janeiro de 2004”, lê-se no expediente assinado pelo chefe do Departamento da Administração da FRELIMO, Maria Luísa Tembe.
De acordo com fontes do ZAMBEZE, um dos contentores trazia diversa mercadoria não declarada no expediente daquele partido com destaque para 21 televisores Samsung, seis caixas de antenas, cinco caixas de cassetes áudio TDK, três caixas contendo leitores para DVDs, Shampoo, 83 caixas de diversas marcas de perfume e cerca de 60 caixas de copos no valor de 41 mil dólares norte-americanos.
Apesar desta ilegalidade constatada pelos supervisores das Alfandegários, o director Nacional das Alfândegas, Barros dos Santos, deu parecer favorável ao partido e ordenou ao mesmo para que regularizasse a situação num período de dez dias.
No mesmo despacho, Barros dos Santos ordenou à Direcção de Investigação daquela instituição subordinada ao Ministério do Plano e Finanças para acompanhar o expediente até ao seu desfecho.
De acordo com dados na posse do ZAMBEZE, no passado dia 12 de Maio de 2004, a Frente de Libertação de Moçambique solicitou à Direcção Nacional das Alfândegas a saída antecipada de um contentor contendo quantidades não especificadas de máquinas eléctricas para escrever.
Ironicamente uma semana antes da entrada deste pedido, o director Nacional das Alfândegas emitiu um despacho favorável ao expediente da FRELIMO na qual recomendava àquela formação política para regularizar a situação no prazo de uma semana.
“Autorizo a saída antecipada. Prazo para regularizar oito dias”, lê-se no despacho de Barros dos Santos lavrado no dia 07 de Maio último.
Na sede do Partido Frelimo, o ZAMBEZE não pode obter a versão de Maria Luísa Tembe, chefe do Departamento de Administração e responsável indicada para se pronunciar sobre este assunto. Ela andava sempre ocupada, segundo nos disseram.

ZAMBEZE - ALVARINHO DE CARVALHO - 26.08.2004

Nota:
A publicacão deste artigo neste blogue, se deve para provar ao anónimo da sua originalidade, associando à minha preocupação pessoal por este caso não ter tido pés para andar. Afinal, este é um dos exemplos dum aparelho judiciário paralítico que temos.

Meu caro anónimo

Para permitir que muitos dos frequentadores deste blog possam ler a sua opinião do artigo de opinião de Edwin Hounnou publicado neste a 30 de Julho de 2007, sob o título, Frelimo faz contrabando de mercadorias, transcrevo na íntegra o seu comentário:

"O SENHOR PSEUDONOMINADO Edwin Hounou , achamos que deve estar tolo em publicar fofocas e mentiras em todos cantos a procura de algum lugar na perdiz , duvido que atinja seus objectivos pois nos proximos pleitos eleitorais a sua ave sera sepultada."



Nota do Reflectindo:

- É importante que o caro anónimo saiba que não foi Edwin Hounnou que publicou o seu artigo neste blog. Fui eu;

- Edwin Hounnou não me pediu para publicar o seu artigo, porque ele nem sequer me conhece. O artigo foi publicado em primeira mão pelo jornal Tribuna Fax;

- Se Edwin Hounnou não tem o direito de publicar actos de corrupção e de paralesia do nosso aparelho judiciário como estes, isto é o seu direito de cidadania não se estende até lá, por suas simpatias partidárias(?), não cabe a mim para dizer. Para mim, ele está no seu direito pleno de combater ilegalidades e injustiça, usando os instrumentos que possui. Se estou errado que os leitores me corrijam.

- Para saber que nem foi Edwin Hounnou que publicou o facto (a descrição dá para acreditar que é um facto) pela primeira vez, publicarei nas próximas horas o artigo original, publicado a 26.08.2004, por Alvarinho de Carvalho, no Zambeze.

domingo, dezembro 16, 2007

Quem interpela a Filipe Paúnde? (1)

Filipe Paúnde, Secretário-Geral da Frelimo, é citado pelo allafrica como tendo afirmado o seguinte:

... The most important of these is the central port city of Beira, the second largest city in the country. Paunde declared that the major improvements this year in Beira - including protection against coastal erosion, the new water supply system, a new morgue, and new health facilities - were not the work of the Renamo municipal council, but of the Frelimo central government.
"The amount of money Beira Council raises from its own resources in a year isn't even enough to pay their staff for five months"...


Eu pergunto se há em Moçambique quem o possa interpelar por um discurso como este em que ele mete muita confusão entre a Partido Frelimo e Governo moçambique e Partido Frelimo e o Estado moçambicano.

Sobre a crítica e os críticos do crítico: o caso Custódio Duma

Imaginem isto que se passou num tribunal em Nampula (tudo com pessoas que conheço): um indivíduo se queixa que um amigo a quem lhe confiara dinheiro para a compra duma casa, lhe desviou todo ele. Ao notificá-lo, o queixoso escreve com erro o nome do amigo desviante. Mas o interessante, foi de que chegados no tribunal, o advogado do desviante pega como sua defesa que o arguido não era seu cliente porque o nome o seu (do cliente) não se escrevia como o que era na notificação. Qual é a utilidade na sociedade deste tipo de defesa? Sabia o advogado de quanto custou aquele tempo todo aos moçambicanos em termos de salários de toda a gente que esteve no tribunal naquele dia?

Esta introdução é a propósito da discussão sobre as críticas do jurista Custódio Duma.

Custódio Duma deve estar muito feliz porque pelo menos e pelo que podemos ler no Diário de um sociólogo também aqui e em muitos outros blogues, muitos são os que o aplaudem. Isto se os seus críticos não forem arrogantes, achando-se, isto é, auto-classificando-se de maioria em "qualidade", os melhores analistas, de melhores cientistas, de únicos objectivistas, de mais realistas, eticetra, eticetra. Mas isso não é problema nem é anormal.

Por outro lado, ele, Duma, deve estar ciente senão mesmo felicíssimo que é por acertar a sua crítica e a quem critica, por ser frontal e dar uma mensagem clara, que há os que apontam canhão contra ele. Isto é o que ele expressa claramente aqui. Não digo e nunca direi que ao Custódio Duma não se deva interpelar, pois só com interpelações ele, um cidadão e jovem promissor , poderá se desenvolver. Porém, o que tem me preocupado é de a maioria dos seus críticos jogarem o papel de advogados à situação a que Duma critica. É pior a tendência de o desqualificar profissionalmente, não menos pela escolha que fez em trabalhar com assuntos ligados a direitos humanos e numa organização não governamental como a Liga dos Direitos Humanos (LDH). E, não é menos pior que os seus críticos sejam pessoas ligadas ao poder em Moçambique que manifestam claramente um medo às suas críticas, lançando Custódio Duma para arena política como seu aspirante e consequentemente quem fará o que os actuais governantes fazem. - saque ao Estado Isto é ao menos desacreditar a todos os moçambicanos. É uma autêntica especulação, uma intriga que menos perturba aos seus críticos.

Entanto que seu leitor assíduo, penso que Custódio Duma não critica para ser aplaudido por todos, antes pelo contrário. Como seria isso possível que até aos que ele critica, ele quisesse que o aplaudissem? Mesmo quem o aplaude não vai ao debate para encerrá-lo, vencendo os críticos do Duma. Custódio Duma, pessoa com quem nunca fisicamente me encontrei, é frontal e diz o que lhe vem da alma e solidarizando-se com os espezinhados . Nos debates dos seus textos, exigindo-se provas das suas afirmações, têm havido esforço por parte de alguns em apresentar casos de exemplos em relação à sua preocupação. Tristemente, esses casos não interessam aos seus críticos que preferem encontrar onde ele falha ao invés de o completarem.

Apenas para lembrar a alguns, estando Custódio Duma a estudar no Brasil, fez ele uma crítica severa a embaixadora do Brasil em Moçambique e não só, mas também descreveu a forma como o racismo manifesta num país sob slogan de Brasil um país de mestiçagem. Foi um tema polémico entre brasileiros pelo menos no Moçambique para todos, onde se notavam comentários de muitos a favor e contra ele.

Em 2005, Custódio Duma, ainda com o seu posto de trabalho em Nampula, repudiou publicamente o discurso anti-constitucional do então Primeiro-Secretário da Frelimo, leia (aqui) escrevendo uma carta aberta. Infelizmente, um artigo publicado em blogues bem frequentados, nomeadamente no Moçambique para todos e ideias para debates nenhum dos actuais críticos comentou antes pelo contrário ele sofreu ameaças fortes o que podia ter-lhe afrouxado, se não escolhe o desafio como parte da sua vida e forma de contribuir para o País.

Custódio Duma não se limita à análise da situação do país, mas a do continente, o que revela preocupação dum africano pela situação em que o continente se encontra como se pode ler aqui. É neste contexto, que acho que o mais importante seria começar a discutir a solução dos problemas que analisar palavra por palavra que ele escreve, por vezes isoladamente para desqualificá-lo e, o mesmo é com Azagaia ou seja com o jovem Edson da Luz com o risco de isso não se limitar em debates. Uma análise de palavra por palavra, frase por frase e tudo isolado ao contexto é para além de ser inútil é dispendioso.

É estranho, mas é verdade que há quem pensa que contribui num debate, quando num comentário querem saber se um outro queria escrever caro ou carro enquanto que o contéudo deixa tudo clarinho que ele queria escrever caro. E, porque não ir até onde se procura a autoridade de quem processa um criminoso assumido e reconhecido? E, não fomos obrigados a provar que em Moçambique não há corruptos porque não há autoridade para processar a um corrupto?

Mas a análise ortográfica, morfológica e sintética em temas que nada tem a ver com a linguística, parece-me ter um único objectivo: fazer escapar os criminosos.

quinta-feira, dezembro 13, 2007

Administrador de Moatize demitiu-se

Coisa inédita em Mocambique, mas muito boa e que vale a uma publicacão ampla. Segundo o Mocambique para todos, o administrador de Moatize, Adelino Andissene, pôs o seu cargo à disposição do governador da província de Tete. Há quatro meses que a administração distrital de Moatize não recebe dinheiro nem do Fundo de Iniciativa Local nem para as despesas de funcionamento. As contas da administração são pagas pelo próprio administrador.
Sou de opinião que se os nossos governantes, os altos funcionários do Estado ou outros em comissão de serviço aprendessem a agir como este administrador, Moçambique teria começado a caminhar para frente.

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Sobre a sondagem interessante.

Na página de oponião do Jornal Notícias na edicao de 11/1272007, Mia Couto escreve sobre a sondagem interessante.

Eis o artigo:

Brown e Mugabe: a propósito duma sondagem!

SR. DIRECTOR!

Na sua edição do passado sábado, dia 8 de Dezembro, o seu jornal publicou uma notícia que, a nosso ver, constitui um grave atentado à verdade dos factos. A notícia intitulada “BROWN PERDE APOIO A FAVOR DE MUGABE” refere uma “sondagem pública feita pela prestigiada estação BBC. O articulista da AIM diz textualmente que “a sondagem deixa muito claro que o público mundial apoia o Presidente Mugabe...”

1. Na realidade, não se trata de uma sondagem. A rubrica “Have You Say” é um blog promovido pela BBC e em nenhuma circunstância se apresenta ou pode ser tomado por uma sondagem. O jornalista sabe a diferença entre uma coisa e outra.

2. A pergunta formulada pela BBC nesse fórum de debate não é se se apoia Mugabe ou Brown. A pergunta é completamente outra: se se apoia ou não a atitude do primeiro-ministro Gordon Brown em não participar na Cimeira de Lisboa. Os leitores poderão consultar esse blog no seguinte endereço: http://newsforums.bbc.co.uk e verificarão por si mesmos que a pergunta não tem nada a ver com o que o jornalista da AIM estranhamente conclui para, a seguir, embandeirar em arco sobre ilações como esta “que em eleições mundiais... Mugabe iria ganhar com uma vitória esmagadora, enquanto Brown sofreria a sua maior e humilhante derrota...”

3. Consultado o site, os leitores poderão confirmar que a pergunta sobre a adequação da postura de Gordon Brown é explicada num texto que contrapõe Brown a Durão Barroso, e não a Robert Mugabe. Reproduzimos textualmente as perguntas que encerram o texto: “Who is right on the boycott issue, Mr Brown or Mr Barroso? Could the row between Britain and Zimbabwe overshadow other issues at the summit? What do you want the summit to achieve?” Quem está certo na questão do boicote, o Sr. Brown ou o Sr. Barroso? Pode o clamor entre a Grã-Bretanha e o Zimbabwe ofuscar os restante assuntos da cimeira? O que desejaria que a cimeira alcançasse? como se pode constatar, nada, mas absolutamente nada sobre um eventual apoio ao Presidente Robert Mugabe.

4. Quem visitasse o blog no dia 8 de Dezembro verificaria que os 840 comentários registados apresentavam um balanço equilibrado entre quem apoiasse e criticasse a postura de Gordon Brown. Constataria, igualmente, que muitos dos que se opunham ao boicote de Brown também condenavam o regime de Mugabe.

Em conclusão, a notícia mencionada é um grave atentado contra a ética profissional e, não fosse conhecer o autor, poderia concluir que se trata de uma tentativa tosca de manipular a opinião pública moçambicana.

Mia Couto

sábado, dezembro 08, 2007

Uma sondagem interessante

O jornalista e director da Agência de Informação de Moçambique (AIM), Gustavo Mavie, escreve um grande artigo sobre a presença do Robert Mugabe na Cimeira de Lisboa. Mavie, baseando-se em resultados de uma sondagem, cobrindo apenas a 151 pessoas, diz que Brown perde a favor de Mugabe. Ainda, interpretando esta sondagem, Mavie vê-na mundialmente representativa como o posso citar: ”… esta sondagem mostra que é vista da mesma maneira pela maioria das pessoas em todo o mundo”. ( Gustavo Mavie in Jornal Notícias online, 8/12/07).
Assim estamos a ter boas informações sobre a cimeira de Lisboa.

quarta-feira, dezembro 05, 2007

Não há barulho

Sob proposta do Conselho Municipal e quando aprovada pela Assembleia Municipal de Maputo, o órgão legislativo, Marcelino dos Santos poderá ser nome duma rua, nomeadamente a chamada Dr. Lacerda de Almeida, no bairro de Chamanculo.

Porém, admiro bastante da maneira como o Notícias escreve sobre esta proposta que nada traz diferença em relação a proposta e aprovação da denominação à Praça André Matsangaisse, na cidade da Beira.

Secretismo na Comissão Nacional Eleitoral

Primeiro para uma reflexão!

É do conhecimento de muitos que a Comissão Nacional Eleitoral em Moçambique se tem regido por um secretismo. Mas porquê ele tem que existir? Quem se beneficia dele?

terça-feira, dezembro 04, 2007

Moçambique: de república à monarquia

Falar de Moçambique rumo a um sistema monárquico como afirma o deputado António Muchanga, parece ser muito coerente. Mas que tal se isto passasse por um referendo que por uma decisão que pareça vir de uma única família? Leia os artigos do Miradouro e da Nação Coragem.
P.s.
No blogue da Ivone Soares já se discutiu também sobre a incursão da Primeira-Dama. Leia aqui.

domingo, dezembro 02, 2007

Pedro Nacuo debruca-se sobre o caso das bandeiras

Retirado do Jornal Notícias
Por Pedro Nacuo
EXTRAS - As bandeiras...

NAS vésperas das últimas eleições legislativas e presidenciais, em 2004, o Partido Independente de Moçambique (PIMO), veio a Cabo Delgado, sob direcção da sua principal testa, Yá-cub Sibinde, em viaturas e algumas dezenas de litros de tinta branca e uns tantos pincéis, para colocar o seu nome em quase tudo o que fosse fixo.

Paredes, estradas nacionais, árvores de reconhecida exuberância e pedras à beira da estrada em todo o corredor para o norte da província, distritos de Macomia, Mocímboa da Praia, Mueda, Muidumbe e Nangade, e para o sul, Chiúre até atravessar o rio Lúrio, nos distritos de Eráti e Nacarôa.

Tudo pela estrada era PIMO e, na véspera da visita do então, Presidente da República, Joaquim Chissano, a ECMEP recebeu ordens de se munir com a mesma capacidade que o PIMO tinha, desta feita para ir apagando todo o PIMO pela estrada. Parecia brincadeira, uma viatura com tinta preta e pincéis para ir apagando o que a branco estava escrito. E a ECMEP esqueceu-se (não conseguiu ver) em pelo menos duas pedras depois de Chiúre e igual número entre Ancuabe e cruzamento de Meluco...

Na cidade de Pemba, o delegado político do PIMO acabou sendo intimado para responder em tribunal por haver colocado a sua propaganda em locais “não próprios” e sujado a cidade com a sua tinta.

Isto nos vem à memória por causa das bandeiras (políticas) da Beira, sobretudo porque as análises que estão a ser feitas são-no no sentido de que estão na Beira, uma forma distorcida que, infelizmente, os cientistas e comentaristas da actualidade encontraram para serem úteis. É como me dizia, em 1985, Kurt Madorim, um holandês que “numa sociedade de muita preguiça todos correm para a política, a única forma de ser importante, muitas vezes sem fazer nada...”

Nos tempos que correm ainda se pretende confundir a política com algumas leis, interpretadas, como é lógico, ao sabor dos respectivos protagonistas, daí que “lugar impróprio” tanto pode ser perceptível como não significar quase nada.

Ora, não sendo só das leis actualmente em vigor que nós vivemos, vamo-la perceber como, e muitas vezes, vivemos também das normas éticas e morais, não previstas em algum instrumento legal e assim fazemos a convivência democrática, consolidamos a paz e fazemos a unidade nacional.

Comecemos pelos símbolos do PIMO pelos locais e estradas de Cabo Delgado, que tiveram que ser apagados. Deviam sê-lo? Não deviam? A imprensa escreveu inclusive quando foi para o município de Pemba processar judicialmente o representante daquele partido...

Não havia analistas, comentaristas e o Ministério da Administração Estatal (MAE) estava? Estava claro que ninguém, à luz da lei, poderia proibir aquele partido de fazer o que fez, mas que ficava feio, também é verdade! Todo o lado PIMO, PIMO, PIMO... estava em demasia em locais “impróprios”, impróprios não por lei, mas do ponto de dista ético e moral saía muito mal.

Ninguém já ficou preso, na Beira, Pemba, Ilha de Moçambique e outras cidades, principalmente costeiras, por prática de fecalismo a céu aberto, simplesmente porque nada está legislado contra esse procedimento. Mas há que reconhecer, pelo menos em relação à Beira e Pemba, que o fenómeno tende a diminuir e no caso de Pemba está quase no fim.

É porque as normas éticas, o dia-a-dia e a mensagem da municipalidade foram mais fortes que a lei que não existe, “que não se deve defecar em lugares impróprios”. Se se apanhar a fazê-lo ninguém te leva à prisão, mas fica feio!

Também por lei todos podemos colocar as bandeiras onde quisermos. Mas não me dirão que fica bonito o que vejo pelas matas da minha província, Renamo e Frelimo em cima de árvores de florestas liana, estepe ou de savana, onde ninguém vive... pelas bermas das estradas, bandeiras em quase todas as casas, outras a confundirem-se com aquelas que identificam casas de curandeiros ou aquelas de onde saíram crianças para ritos de iniciação...

Em Pemba, jovens organizados por quem (não sei), sempre que há uma visita alguém abastece de combustível as suas motorizadas, das tantas “Xintians” que há por aí e vão ao aeroporto, como se de batedores se tratassem, receber a ilustre visita.

Se calhar, conforme a origem do patrocínio, os jovens amarram bandeirinhas nas motorizadas para a recepção. E quiseram fazer isso com Jaime Gama, presidente da Assembleia da República portuguesa e viriam a piorar com a Sua Alteza, príncipe Aga Khan. Receber visitas com bandeiras partidárias! Bonito? Era local próprio?

A nossa desatenção levou-nos a que, como não somos proibidos de fazer e as normas éticas e morais estão a ser subalternizadas, as nossas cidades virassem verdadeiras “mó-mó-mós” em termos de cores. Aceitamos que cada inquilino aceitasse o amarelo e o azul das nossas duas empresas de telefonia móvel e hoje as cidades moçambicanas, principalmente a Beira, Tete e agora Pemba viraram cidades de cores que em criança tinha aprendido serem de mulheres ciumentas e más.

Em Pemba, até os transportes públicos urbanos, que traziam aquelas suas cores, que temos ainda nas outras cidades, viraram de cor amarelada e com desenhos que só quando os autocarros estão próximos te sentes próximo de um “mó-mó-mó”. São muito feios!

Agora, bandeiras! Se só forem bandeiras, não outra coisa, na verdade, durante muito tempo têm lugares próprios, de respeito, que quando alguém passa diz “aqui é a sede deste partido” e se calhar até passa com um respeito à medida da consideração que tem por ele.

Esse respeito não está em alguma lei, mas existe da mesma forma que não se pode levar alguém à prisão por não ter estado em sentido quando a Bandeira Nacional está a ser içada ou arreada. Mas fica feio ser-se indiferente. São outras normas, muitas vezes com mais valor do que as leis propriamente ditas.

No dia em que, com as bandeiras do Costa do Sol, Chingale, Ferroviários, também levarmos as dos nossos partidos, diremos todos que as levamos para local impróprio. Ou não é?

É dizer a beleza das cidades ou o seu contrário nunca serão legislados e é por aí que elas são diferentes, como pode ser verdade o que uma professora de Economia Doméstica dizia em Chibututuíne, na Manhiça, “a casa tem a cara de quem a habita”.

sábado, dezembro 01, 2007

António Hama Thai no INGC

Segundo o Jornal Notícias do dia 30 de Novembro, o general de reserva, membro do Comité Central da Frelimo, António Hama Thai, esteve na célula do partido da Frelimo no Instituto Nacional de Gestão das Calamidades Naturais.

Ajudem-me para voltar ao tema!!!!!!

Recomendação

Recomendo a leitura dos artigos do economista Eugénio Chimbutane no seu blogue “racionalidade económica”, sobretudo os seguintes:
PORQUÊ A HCB AINDA NÃO É NOSSA
PORQUÊ A HCB AINDA NÃO É NOSSA (2)
Multinacionais e Recursos Naturais: Que benefícios para Moçambique?