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domingo, agosto 22, 2010

Frelimo compra Museu da Revolução

Por Armando Nenane

O partido Frelimo, no poder há 35 anos em Moçambique, está num avançado processo de alienação do edifício onde funciona o histórico Museu da Revolução, actualmente em processo de reabilitação. Ao que o SAVANA apurou, o processo sinuoso corre os seus trâmites “legais” na Administração do Parque Imobiliário do Estado (APIE).
Contudo, o dossier de alienação está a suscitar os mais variados comentários na praça pública, com certos sectores da sociedade a não compreenderem como é que um museu que conta a história da Revolução moçambicana pode pertencer a um partido político e não ao Estado. Mais ainda, há quem entenda que tudo faz parte de uma mesma novela em que grande parte do património do Estado está, supostamente, a ser saqueada pelo partido Frelimo.
Recorde-se que no município da cidade da Beira estão em disputa 17 edifícios municipais que a Frelimo reclama serem seus. Mas tais edifícios foram sempre usados pelo Município da Beira para desenvolver a prestação de serviços municipais nos diferentes bairros da autarquia, mesmo na altura em que a Frelimo estava no poder naquele ponto do país.
Duas décadas após a entrada em vigor do multipartidarismo em Moçambique, fundamentado em princípios de um Estado de Direito e Democrático, o partido Frelimo parece estar, nos últimos tempos, a desdobrar-se em esforços descomunais para ver restabelecida a velha ordem monopartidária, onde o património do Estado era ao mesmo tempo pertença do partido único, segundo constatam alguns analistas.
Depois do polémico escândalo em que a Frelimo tomou, de forma pouco criteriosa, embora por via das instancias judiciais, as 17 sedes distritais e de bairro do município da cidade da Beira, ora em poder do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), a novela continua, com novos capítulos que prometem fazer correr muito mais tinta. Agora, o partido Frelimo encontra-se seriamente envolvido num processo pouco claro com vista à compra das instalações do Museu da Revolução de Moçambique, o que, a acontecer, seria não mais que a consumação de uma investida que vem sendo contestada em certos circuitos ligados ao processo de reconstituição da memória colectiva nacional.

Fonte: SAVANA, edição de 20.08.2010, in Diário de um sociólogo.

20 comentários:

  1. A UNESCO e todos os seus organismos que a compõem, ICOMOS, etc., tem a obrigação de reagir a esta bruta realidade.

    Zicomo

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  2. Cada vez mais fico estupefacto, com a maneira como frelimistas pensam. Não me lembro de eu ter visitado um país onde a vida dum país é presa a um partido. Como não sou historiador deve ser que eu nunca tenha me interessado a esse pormenor mesmo quando cheguei na Franca.

    Agora mais do que nunca dou razão a Afonso Dhlakama quando nega ir à qualquer praça para celebrações afirmando que tudo aquilo é Frelimo. E essa Frelimo não é a Frente de Libertação de Mocambique, mas a Frelimo Partido de Vanguarda, Partido Marxisita-Leninista.
    Por último, acredito que um dia saberemos que a Ponta Vermelha é propriedade do Partido Marxista-Leninista.

    Mas segundo a história rege, com esta ganância a Frelimo pode vir a ficar com NADA e ela toda na história nem que isso seja daqui há cem anos.

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  3. Eu nao vou viver mais 100 anos,

    Logo nao pode demorar tanto,

    Pra mim, eles, hoje, era uma vez, uns xiconhocas,...

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  4. Especializei-me em Património Cultural e História de Arte NUNCA ouvi coisa igual. Nunca. E aqui não preciso gastar o meu latim nem tomar ares de professor para explicar que estamos perante uma expropriação do espólio nacional.

    Isso é grave e condenável. Existem organismos nacional e internacional que tutelam os museus a nível mundial, esses podem, querendo, intervir nesse dossier retirando-lhe se for caso disso a confiança ou o título que esse museu possuir.

    Eu não sei que grau terá o Museu da Revolução, gostava de saber. O que sei é que, nem mesmo os museus "individuais" de Karim, António Aleixo, V. Dias, José, Maria Helena, etc., tendem a pertencer aos municípios, etc., nunca a nenhum partido. Os partidos podem possuir museus mas não o caso do Museu da Revolução.

    Aqui sim, o absurdo reina e rema ao abismo.

    Zicomo

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  5. É um acto terrorista, é o eclodir do terrorismo histórico-cultural, e se o protagonista é o elo que nos podia proteger do mesmo, como insurgir-se contra?

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  6. Caros amigos,

    Há desde dias circulam rumores sobre a transformação do Museu da Revolução em Mausoléu da FRELIMO, quase um local de peregrinação reservado pelo último partidário. O Museu da Revolução é destino dos sonhos para ferias eternas dos anti-democratas com diversão nocturna, casino, teatro e restaurantes sofisticados para todos aqueles que lutam para que o país voltasse a ser uma democracia. Ainda vivemos numa autêntica republica das bananas.

    Um abraço
    do Oxalá

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  7. vide entrevista de paunde aquando do lancamento da marca frelimo

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  8. Caro anónimo

    Pode me ajudar a recuperar a entrevista com Paúnde. Por acaso, pelos episódios actuais, comecei a fazer a restrospectiva de qualquer coisa disso, mas ainda não recuperei a entrevista.

    O meu obrigado antecipado!

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  9. jornal zambeze 2008, lancamento da marca foi 7 setembro

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  10. Vou procurar. Mas existe alguma versão online?

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  11. o dirctor das lojas da frelimo, depois de se tornar dono de uma empresa de consulturia, da qual era socio, decidiu lancar a marca frelimo, que tinha objectivo de ser clube, tao grande como os grandes clubes europeus, ter lojas em todos distritos, ter todos membros vestidos de vermelho, na altura das leicoes vender camisetes ao povo simpatizante, camisetes imporatdas da china pelo bashir com isencao do partido no poder como material propagandistico, e vender aos sismpatizantes pelo preco que se viu.

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  12. o plano incluia construcao dos hoteis capulana, com o fornecimento de capulanas em exclusivo pelo bashir, para srem geridos pelos membros da frelimo, construcao da lojas frelimo nos distritos mantendo e fortificando a frelimo com o dinheiro do orcamento geral do estado, vulgo 7 milhoes, de modo que quando a populacao quisesse comprar roupa nao tivesse outta alternativa as lojas frelimo nos distritos, sugando ao ultimo centavo a populacao.
    a compra do museu enquadra-se no plano da marca frelimo,assim como os museus de grandes clubes europeus.frelimo quer ser clube de ricos ao modelo europeu.

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  13. as ultimas informacoes apartir de escutas telefonicas tem indicado que o ex socio do actual director das lojas da frelimo tem sofrido prssoes para integrar o plano da frelimo, para substituicao do bashir, visto a frelimo estar atentar limpar a imagem e reforcar o fornecimento de produtos da marca frelimo, para manter o plano de pe.

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  14. ainda no contexto da marca frelimo foram feitos registos internacionais de todos os actauis simbolos mocambicanos como bandeira, brazao, etc, para poderem ser fonte de rendimento do partido no poder atravez de venda de autocolantes, bandeiras, etc.

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  15. Viriato,

    Este anonimo parece entende de Branding, seleciona-la ele, por favor,

    Pra ser meu ajudante de campo.

    Ele tem razao, o projecto capulana, estava com o Huiane Abacar do turismo, o tal responsavel da marca mozambique de "land of contrast".

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  16. Detesto anonimos Karim.

    Nao gosto de anonimos.

    Sao cobardes, todos eles.

    A unica vez que usei o anonimato foi para denunciar a MISAU uma situacao em que uma empresa de medicamentos, por sinal de um ex. cunhado meu, portugues, estava a contrabandear medicamentos e nao so, irregulariddades diversas para com os trabalhadores.

    Ainda assim achei repugnante. De quê é que eu me escondia? O Reflectindo sabe muito bem a minha posicao sobre isso, detesto anonimos. Paciencia.

    Portanto, nao selecciono.

    Zicomo

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  17. Paciencia Sr Anonimo,

    O Sr tem jeitinho para Branding, mas o Selecionador nao aceitou a sua argumentacao, e eu nao posso fazer nada, para alem de confirmar que o ex-socio do actual director das lojas dos xiconhocas sou EU,

    E o Director das Lojas dos xiconhocas chama-se Armando Inroga, e fui eu e ele que concebemos o forum dos superdears da MCEL, para bloquear na concorrencia directa a entrada da Vodacom no mercado,e levamos uma cabecada, com todos eles,

    No processo dos super-dealers tambem conheci Tito Tezinde, e apercebi que o Marketing da MCEL visava embebedar de alcool os jovens, para alem de haver conviniencia de Zita Gomes, ai discordei e acabou,

    Foi no processo da Proposta de Marca Mocambique que conheci o Huiane Abacar, e Adams da LAM era um dos responsaveis pela aprovacao do projecto, conjuntamente com um membro do CTA, que foge agora o nome, a proposta foi chumbada por corrupcao.

    Em funcao a algumas situacaoes que eu nao concordava, foi-me pedido para que eu deixasse de ser socio da Pacto Consultores e Associados, da qual ainda tenho dinheiro a receber, pelo investimento que fiz na empresa. e depois apercebi-me que o plano era criar a marca frelimo, atravez do meu ex-socio que pretendia que eu fizesse parte do projecto, como consultor externo residente na india, e dai o conhecimento do projecto capulana para integrar na marca frelimo.

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  18. Este comentário foi removido pelo autor.

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  19. Seja como for o anónimo pareceu-me logo conhecer as coisas. Alertou-nos para entendermos as movimentações que ocorrem nestes dias ou nestes últimos, visando que tudo que parece do Estado tem dono.
    Com a proposta do anónimo, fui ver afirmações de Filipe Paúnde após o seu regresso da China. O Partido Comunista chinês é proprietário de grandes empresas, afirmou Paúnde...
    Abdul Karim confirma aqui de quão o anónimo diz verdades.

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