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quinta-feira, maio 25, 2023

Public servants in Namacurra denounce the collection of identity cards for Quelimane

Some public servants in Namacurra, in Zambézia, accuse the Frelimo Party of obliging them to hand over their identity cards to be taken to Quelimane. The purpose of taking the documents is not known, but it is suspected that these people will be registered as voters in Quelimane.

In Alto Molócuè, our correspondents are reporting cases of members of the Frelimo Party stepping up the collection of voter cards in the neighbourhoods.

Fonte: Mozambique Elections 82, 83 and 85 - 24 May 2023

domingo, maio 21, 2023

Críticos acusam oposição moçambicana de desorganização

 "A oposição pode-se criticar, tem as suas limitações, tem a sua culpa, mas não tenhamos amnésia: lembremo-nos das contestações, das mortes que têm acontecido em virtude de a oposição reivindicar que esses processos sejam genuínos", sublinha.

O académico lembra que quando a oposição reivindica irregularidades, sobretudo nos pleitos eleitorais, a FRELIMO usa a força do Estado para intimidar, perseguir e matar os opositores.


sexta-feira, maio 19, 2023

“O cerco está fechado” e “o inimigo está aflito”

“CIP Eleições” revela o esquema para excluir eleitores da oposição na Beira para beneficiar a Frelimo

A coordenação é feita no grupo do Watsaap denominado “STAE Supervisor Beira”, administrado pelo director distrital do STAE da Beira, Nelson Carlos do Rosário, cuja queixa-crime o MDM já deu entrada na Procuradoria Provincial de Sofala. Nas mensagens trocadas entre os elementos do grupo percebese que a morosidade no atendimento, algumas avarias de máquinas, a rejeição de testemunhas e de outros documentos oficiais, como a cédula ou declarações de bairros, são propositadas e fazem parte do esquema para cansar o eleitorado da oposição e beneficiar a Frelimo. É um filme com episódios grotescos.

O grupo de Watsaap foi criado pelo director distrital justamente no dia em que iniciou o recenseamento eleitoral (20 de Abril), mas só começou a adicionar os supervisores a partir do dia 24 de Abril.

A primeira medida de bloqueio aos eleitores da oposição foi tomada às 13.46 horas do dia 25 de Abril, quando o director distrital do STAE orientou aos supervisores para rejeitarem as reclamações dos fiscais da oposição. “Não assinem nem aceitem as reclamações dos fiscais, não podemos facilitar.” A orientação do director foi mesmo para dificultar, o máximo possível, o recenseamento dos que apelidam de “inimigo”. “A missão”, segundo Nelson Carlos do Rosário “é abater o inimigo”. O inimigo é o eleitor da oposição.

“Bater forte no inimigo foram as palavras do nosso chefe, estado-maior. Hoje estamos a aplicar”- comenta o supervisor Nhanombe TF, que propõe aos colegas que usem o esquema que ele já vem utilizando para bloquear aos que ele chama de “macacos”: “Para mim (é preciso?) reconhecer cédula, cartão de eleitor de todos os camaradas com confirmação de um dos fiscais da FRELIMO e dos membros da brigada. Dos macacos (oposição) um e outro, para não bandeirar, aceita, mas a maioria Para subscrever a edição em Inglês https://cipeleicoes.org/eng/ e a versão em português https://www.cipeleicoes.org/ Eleições 2023-2024 - Boletim Sobre o Processo Político em Moçambique 78 – 17 de Maio de 2023 2 não.” Ou seja, a sugestão de Nhanombe (o nome dele é Gito Tomás Nhanombe) é no sentido de os brigadistas apenas reconhecerem e receberem documentos provenientes da Frelimo e recusar os que são apresentados pelos eleitores da oposição. Aliás, aos membros e eleitores da oposição apenas se deve aceitar um e outro para não criar condições de espaço para contestação e tumultos.

Um dos supervisores adoptou um sistema só seu de bloqueio. O sistema consiste em exigir mais documentos aos eleitores do seu posto de recenseamento, localizado na zona Industrial. “Tenho até exigido cartão de trabalho para quem diz estar a trabalhar no Porto ou CFM” - congratula-se pela estratégia e afirma com orgulho: “O cerco está apertado” para oposição. A Gizela Patrício compara o método de bloqueio que usa às interrogações do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC): “No meu posto a entrevista fica a parecer que trabalhamos no SERNIC”.

Uma outra mensagem, escrita pela supervisora Linete Ucama, dirigida ao director do STAE e aos colegas, refere que apareceram no seu posto de recenseamento, “os ditos chefes de postos do MDM Manga sem crachás” a procura de “três formados do INE que já iam ao internato. Andaram com eles até no portão”. De seguida, acrescenta, “perguntaram: quem vos mandou recensear”, “se não apareceu um carro com jovens de Buzi” e se os jovens estavam hospedados no internato local. Nessa altura, vinha “um fiscal nosso (Frelimo). Ligou para o comandante e assim estão detidos”. Não está claro se os detidos são os chefes de postos ou os jovens.

A resposta do director distrital do STAE foi: “Bem feito. Família, estamos de parabéns, o inimigo está aflito, mas precisamos de continuar atacando” - e dá uma orientação: “aceitem testemunhas e cédulas só se for para nos beneficiar, caso contrário, não”.

Um outro interveniente alerta aos colegas para que estejam “sempre atentos e alinhados”, porque esta “é a nossa vez”. João Ernesto, outro membro do grupo, aprova a ideia e aplaude: “Isssoooo mesmo... Vamos a isso…na guerra não se atira rebuçados…pulga arranca-se e sangra. Vamos extrair matequenha. Agora somos nós…a força da mudança”.

Numa das mensagens, a supervisora Gizela Patrício manifesta preocupação por ter havido o recenseamento de um número considerável de eleitores num dos postos e desabafa: “Espero que que pelo menos 90% sejam nossos cdas (camaradas), que se recensearam, se for o contrário estamos lixados”.

Os supervisores e os respectivos directores chegam a celebrar os bloqueios que fazem aos potenciais eleitores da oposição. Um dos supervisores orgulha-se de ter devolvido cédula de um dos eleitores. Paulino Tato Luís comunica ao Director Distrital do STAE que “Quero mandar prender o secretário do 1º bairro Macuti. Está sempre a sondar o meu posto”. Em resposta, Nelson Carlos de Rosário autoriza: “Faça isso chefe”.

https://www.cipeleicoes.org/wp-content/uploads/2023/05/Boletim-das-eleicoes-78.pdf  


quinta-feira, maio 18, 2023

Reino Unido e Suécia injectam mais de MZN 192 milhões para energias renováveis em Moçambique

 Governos do Reino Unido e da Suécia assinaram, hoje, um acordo para injectar 2,4 milhões de libras, o equivalente a mais de 192 milhões de Meticais, ao programa de energias renováveis em Moçambique, que está em curso desde 2019 e tem o fim previsto para 2024, abrangendo 1,9 milhões de pessoas.

O acesso à energia eléctrica ainda não atingiu 50% da população moçambicana e a meta do Governo é levar energia a toda população até 2030. E as energias renováveis são uma das apostas para o alcance dessa meta, por isso, esta quarta-feira, os representantes dos governos do Reino Unido e da Suécia em Moçambique assinaram, em Maputo, um acordo para adicionar mais dinheiro ao programa “Brilho”, em implementação desde 2019 em todo país. 

 https://opais.co.mz/reino-unido-e-suecia-injectam-mais-de-mzn-192-milhoes-para-energias-renovaveis-em-mocambique/

sexta-feira, maio 12, 2023

Quando havia ética - Temos algo para RESGATAR, compatriotas.

Antes da introdução do sistema nacional de educação, todas as classes do então ensino primário faziam exames nacionais em cada fim do ano lectivo. Os exames eram elaborados em Maputo e bem selados a cera, eram enviados para todas as províncias e as províncias enviam-nos aos distritos e os distritos nas mãos dos júri indicados ou dos directores chegavam nas escolas. Os júris eram compostos por um presidente e dois vogais.

Os membros dos júris eram movimentados duma escola para outra. No caso dos exames da terceira e quarta-classes, os professores que compunham os júris eram normalmente de outros postos administrativos e quanto mais perto, vinham de outras ZIPs.
Na hora do início dos exames, o júri ia à frente dos alunos com o envelope, levantava-o mostrando-o a todos e muito mais aos alunos que o envelope mantinha-se selado a cera. Se não fosse um dos vogais, muitas vezes, chamava-se a um dos alunos para abri-lo. Depois é que se seguia à distribuição dos mesmos.
Nota: 1) O mais interessante, é que naquela altura, mesmo sem meios de transporte, os exames chegavam à hora a quase todas escolas.
2) Raramente se relatavam problemas de violação dos envelopes ou fraudes. Violação dos envelopes e fraude eram um ESCÂNDALO e tomavam-se medidas rigorosas, independentemente de quem o cometeu.
3) Na altura, até posso dizer que não havia compaixão com quem fosse fraudulento. A título de exemplo, em 1981, o então director da Escola Primária de Netia-Sede, distrito de Monapo, por sinal meu colega e amigo, violou os exames da quarta-classe e deu as soluções/correccões ao seu sobrinho que vivia com ele. Ele pessoalmente, havia sido destacado para examinar no Itoculo-Sede, minha escola na altura. Durante os exames, o sobrinho do director fazia-nos rapidamente e na correcção, era 100% igual às soluções. Nisto os examinadores desconfiaram e tinha que questioná-lo ao que confirmou que havia estudado antes as soluções. Informada a direcção distrital, a polícia foi deter o então, director da escola que nunca mais voltou a ser professor.
4) Fora disto, tenho mais um exemplo de um colega da sexta-classe na Escola Secundária de Nacala, por sinal também meu amigo, que vivendo com o nosso professor de português, seu primo, trocara a sua prova com 100% da proposta de correcção do professor. O professor anunciou publicamente a medida que a nota dele naquela prova era igual a ZERO e isso implicava a uma reprovação e repetição da classe.
TEMOS ALGO PARA RESGATAR.
Feliz sexta-feira.

sexta-feira, maio 05, 2023

O milho e um provérbio macua

Interprete este provérbio macua. 

Hiyo na palixi, onthumeliya etala: nós somos como a farinha de milho que só se compra no tempo de fome.