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domingo, abril 17, 2016

PR NYUSI DEBATE CRISE POLÍTICA E ECONÓMICA EM MOÇAMBIQUE COM INSTITUIÇÕES EUROPEIAS (parte II)

Na origem desta crise, está a recusa da Renamo em reconhecer os resultados das eleições gerais de 2014 e sua exigência de governar nas seis províncias onde reivindica vitória nas urnas, condicionando a retoma de negociações à mediação da África do Sul, União Europeia e Igreja Católica.
Sublinhando que a UE não recebeu nenhum pedido formal de mediação do Governo e da Renamo, Sven von Burgsdorff comentou que o bloco europeu "está disponível a 100% para apoiar o país" no processo de paz.
"Se as partes envolvidas insistirem na nossa presença, não nos vamos opor", declarou o representante europeu, lembrando que a UE tem uma relação de 32 anos com Moçambique.
Por outro lado, a economia moçambicana tem sido atingida por uma queda vertiginosa do metical face ao dólar, descida das exportações e subida de inflação, por efeito de causas externas, como a baixa cotação de matérias-primas, e também de uma persistente seca que atinge centenas de milhares de pessoas.
Outra ameaça prende-se ainda com o risco de agravamento da dívida pública, num momento em que Moçambique conseguiu restruturar o empréstimo de 850 milhões de dólares, contraído para a empresa estatal de atum, mas em que surgem notícias dando conta da existência de um segundo encargo até agora desconhecido, no âmbito do mesmo dossiê.
Sobre este segundo empréstimo, o representante da UE disse não ter ainda "nenhuma informação oficial do Governo nem das instituições [Fundo Monetário Internacional e Banco Mundial]" e aguarda mais dados.
Na sexta-feira, o FMI cancelou uma missão prevista para a próxima semana a Moçambique devido às revelações de um empréstimo que desconhecia no âmbito do caso dos "títulos do atum".
"O empréstimo em causa ascende a mais de mil milhões de dólares (884 milhões de euros) e altera consideravelmente a nossa avaliação das perspetivas económicas de Moçambique", disse a diretora do Departamento Africano, Antoinette Sayeh.
A UE é um dos principais parceiros de Moçambique e o próximo programa de apoio prevê um financiamento de 734 milhões de euros até 2020, com foco no fortalecimento do Estado de direito e rigor das finanças públicas.

Onte: LUSA – 16.04.2016

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