Páginas

quinta-feira, julho 23, 2015

Demolições de Construções vs Respeito da Postura Urbana

Desde os meados dos anos 80 que conheço essa luta nas cidades concretamente em Nacala-Porto. Que o senhor Champion Amade o diga. O município que parece calado hoje, pode ser daqueles que está a criar problemas para amanhã, para o futuro. Os problemas de hoje não realmente de hoje, mas criados por antecessores.

Se há área que hoje me desencoraja a trabalhar num município é na urbanizacão. Mas mais do que isso tenho exemplos concretos que. Muita gente em Mocambique, incluindo, pessoas bem colocadas na sociedade, quer mais um pedaco de terra com direito ou sem direito.

Em 2011, passei uns dias no Conselho Municipal de Nacala, porque eu queria uns técnicos com o demarcacões precisas de onde comecava e terminava o meu talhão, onde eu ia construir o muro de vedacão. Na verdade a minha casa está numa "vantagem", sobretudo no olhar de quem não respeita a postura urbana/municipal, porque se situa num cruzamento de duas ruas muito amplas. Também, para esse tipo de gente, eu estou lá numa grande vantagem, porque tenho naquele departamento de urbanizacão, muita gente que me respeita de coracão o que faz com que quando lá entro, procuro me reduzir ao máximo para eu não criar embaracos tanto para eles lá como para mim.


Chegados ao meu talhão, os técnicos demarcaram as ruas. E como sempre, notámos que os marcos haviam sido movidos para um pouco mais à rua. De um lado, a rua é reduzida no seu uso, e quase 1/3 do espaco está do meu lado. Contudo, primeiro chamei um pedreiro para a construcão do muro. A maior guerra que tive com ele era que ele sugeria que o meu muro devia usurpar as ruas e ele usava como padrão aos vizinhos que violaram os limites. Eu ao insistir a rigorosidade do respeito das demarcacões do município, ele continuava a discutir comigo e expressamente a chamar-me de burro. Eu disse-lhe apenas que já não lhe precisava para construir o meu muro. Não podia aceitar um indivíduo que estivesse a criar-me problemas no futuro em que ela não vai me defender ou assumir a culpa.

O segundo que comecou a construcão, depois de eu dizer-lhe que não queria violacão das demarcacões, eis que aproveitando-se da minha ausência, num canto ele entra com alicerce um pouco pela rua. Eu mandei-lhe imediatamente destruir essa parte. E vejam como ele argumentava que ao destruir eu ia perder o cimento, a areia e todo o material aplicado. Mas afinal, o que era melhor para eu resolver o problema que ele criara?...

Mas só para verem, apesar de a minha zona ser muito organizada, é visível que há muitos desses que não respeitaram o espaco das ruas e algumas deles são pessoas que deviam ajudar a disciplinar os munícipes. Enquanto não se asfaltam as ruas, claro que não há barulho, mas quando o Conselho Municipal as precisar?. Enquanto no Conselho Municipal estiver que extorquiu, não há barulho, mas quando este sair? Até esses funcionários que extorquem a um munícipe, dizem ao seu colega corrupto que têm em ti uma machamba.

Do caso da Matola, ouvi com tristeza, um munícipe, a reclamar porque a rua seria larga. Aí sim?
É A SITUACÃO URBANA EM 40 ANOS DA INDEPENDÊNCIA. Se queremos cidades verdadeiras que respeitemos a postura.


A minha sugestão aos Conselhos Municipais é de promover uma eduçacão massiva sobre a postura urbana, divulgando o mapa do planeamento físico de cada bairro. Isso ajudaria também a combater a corrupção e a venda de terrenos por parte dos funcionários municipais.

Sem comentários:

Enviar um comentário