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domingo, março 29, 2015

Guebuza demite-se da liderança da Frelimo

O presidente da Frelimo, Armando Guebuza, demitiu-se hoje da liderança da Frelimo, anunciou hoje o porta-voz da força política, Damião José.
"O camarada presidente Armando Emílio Guebuza surpreendeu os membros do Comité Central e apresentou a sua demissão, que foi aceite", adiantou aos jornalistas Damião José, acrescentando que ainda hoje será eleito um sucessor e que o actual Presidente da República, Filipe Nyusi, é, para já, o único candidato à liderança da Frelimo.
Os trabalhos, à porta fechada, do último dia da IV Sessão Ordinária do Comité Central, iniciados na quinta-feira na Matola, arredores de Maputo, foram alterados e os cerca de 200 membros do órgão vão escolher o sucessor do ex-chefe de Estado moçambicano, um tema que não constava da agenda da reunião.

sexta-feira, março 27, 2015

Armando Guebuza, Afonso Dhlakama e a Perceptiva Retórica

Um dos meus amigos tem defendido que tudo o que Armando Guebuza diz e nos mete medo é porque não entendemos que ele é poeta. Mas cada vez mais que o escuto e cada vez mais que comparo o seu discurso com poemas que leio noto algo de diferença,. Contudo, estou me apercebendo de que poeta Guebuza é. Só para citar algo que Guebuza disse nos últimos meses:
“Esta vitória foi arrancada, porque eles estavam determinados a não nos deixar sobreviver e nós dissemos, nós somos Frelimo, nós somos fortes, nós vamos vencer”, ...
"Transformarem o sonho dos outros em pesadelo".
Se comparando com o discurso de Martin Luther "I have a dream...” ficamos a entender que Armando Guebuza só pode estar a fazer poesias de guerra e não difere de quem em resposta ou vice-versa, diz que vai dar porrada, nomeadamente Afonso Dhlakama.
Veja-se, o poema pelo qual Armando Guebuza ficou conhecido como poeta:

As tuas dores  
mais as minhas dores
vão estrangular a opressão...


Talvez, talvez e talvez mesmo e usando a proposta do tal amigo, e querendo e crendo nisso, somos obrigados a dissecar os discursos usando diferentes perseptivas retóricas.
Pessoalmente, não acho que são os discursos de Guebuza ou Dhlakama que poderão iniciar guerra em Moçambique. Talvez acções como daquele governador de Manica e ex-Ministro do Interior que nem quer entender que a guerra fria morreu fria.

Onde as instituições funcionam

Onde as instituicões trabalham, em pouco tempo produzem-se resultados

Co-piloto escondeu baixa médica da Germanwings


A procuradoria de Düsseldorf (oeste) informou hoje que o co-piloto que alegadamente provocou o desastre do avião da Germanwings tinha um atestado médico de baixa por doença, abrangendo o dia do acidente, que rasgou e escondeu da companhia.
Andreas Lubitz tinha além disso vários documentos que demonstram que estava em tratamento, segundo a procuradoria.
A polícia alemã encontrou na casa do co-piloto formulários de "atestados médicos detalhados, rasgados" que dizem também respeito "ao dia dos factos", segundo um comunicado que não precisa a natureza da doença.
Fonte: LUSA - 27.03.2015

quinta-feira, março 26, 2015

Histórico da Frelimo diz que discurso de Guebuza cria medo e silencia

O militante histórico da Frelimo Jorge Rebelo considerou hoje que o discurso de Armando Guebuza, presidente do partido no poder, na abertura da reunião do Comité Central, cria medo e silencia o debate.
"Ele está a travar a discussão, quando lança esses recados de que há membros que estão a lançar publicamente ideias que enfraquecem o partido. Isso é que é mau, porque mete medo às pessoas e, pronto, aí estamos silenciados", afirmou à Lusa o antigo dirigente da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique) e ex-ministro da Informação de Samora Machel.
Armando Guebuza criticou hoje os camaradas que publicamente procuram dividir e semear a confusão na força política.

Guerra de poder entre Guebuza e Nyusi está a piorar

O director do departamento africano no instituto de estudos internacionais Chatham House considera que a luta de poder entre o actual e o antigo Presidente está a piorar e que o poder pode mudar de mãos.
"A luta de poder entre o antigo Presidente Guebuza e o Presidente Nyusi está a piorar, tendo influência nas decisões do Governo, nos esforços de mediação com a oposição e afetando o clima empresarial", disse Alex Vines em entrevista à Bloomberg no dia em que a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) inicia a reunião do Comité Central, até domingo.

Guebuza critica camaradas que querem dividir e semear confusão na Frelimo

O presidente da Frelimo, Armando Guebuza, criticou hoje, na abertura do Comité Central do partido no poder, os camaradas que publicamente procuram dividir e semear a confusão na força política.

"Preocupa-nos a postura e comportamento de alguns camaradas que publicamente engendram acções que concorrem para perturbar o normal funcionamento dos órgãos e das instituições e para gerar divisões e confusão no nosso seio", declarou o ex-Presidente, que se mantém líder da Frelimo, perante 195 membros do Comité Central e dezenas de convidados.
A continuidade de Guebuza na liderança da Frelimo tem sido questionada por analistas e também por membros do partido, que alertam para o risco da criação de dois centros de poder, fragilizando o Presidente da República, Filipe Nyusi, também presente na IV Sessão Ordinária do Comité Central, hoje iniciada na cidade da Matola, arredores de Maputo.

Família de Cistac recorre à justiça francesa

Na queixa pede-se ao Ministério Público de França que investigue o homicídio do constitucionalista este mês em Maputo.

O advogado da família do constitucionalista franco-moçambicano Gilles Cistac, assassinado a tiro em Maputo, anunciou ontem que a família apresentou queixa na justiça francesa por homicídio. A queixa, dirigida ao Ministério Público de Paris, pede que “todas as diligências sejam feitas” no âmbito deste caso, afirmou Thierry Carrère, citado na edição eletrónica do jornal francês 20 Minutes, quando passam três semanas sobre o homicídio de Cistac, ainda por desvendar pelas autoridades moçambicanas.

“Parece que ele foi assassinado simplesmente porque tinha emitido uma interpretação sobre o texto da Constituição moçambicana”, declarou o advogado, antigo colega de Cistac quando ambos estudavam Direito na Universidade de Toulouse.

quarta-feira, março 25, 2015

Confrontos entre polícia e apoiantes da Renamo após proibição de comício de Dhlakama

A polícia e apoiantes da Renamo envolveram-se em confrontos na cidade de Chimoio, centro, quando as autoridades proibiram um comício do líder do maior partido de oposição, Afonso Dhlakama.
Segundo as autoridades policiais, o comício, que devia iniciar-se às 15:30 no Estádio Municipal do Chimoio não tinha autorização e foi montado um cordão de segurança que apoiantes da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana) tentaram atravessar.
Inicialmente tratava-se apenas de membros da organização que tencionavam recuperar as cadeiras e símbolos do partido dentro do estádio, mas que depressa foram seguidos por populares com o objectivo de ocupar o recinto.

FIR aos TIROS contra o comício de Dhlakama em Chimoio


Fonte: Diálogo sobre Mocambique - 25.03.2015 (foto de Aurélio Bull Guebuza)

segunda-feira, março 23, 2015

– EMBAIXADORES CONFIANTES NA RESOLUÇÃO DE SITUAÇÕES CANDENTES DO PAÍS

O chefe da Delegação da União Europeia em Moçambique, Sven Burgsdorff, mostrou-se confiante na resolução pacífica da situação política pós eleitoral que se vive no país.

Falando sexta-feira, em Maputo, momentos após o encontro que mais de 20 Embaixadores europeus acreditados em Moçambique mantiveram com o presidente moçambicano, Filipe Nyusi, Burgsdorff reiterou a disponibilidade de apoiar o Plano Quinquenal do Governo (PQG) 2014-2019 e os trabalhos relacionados ao Projecto de Lei sobre a criação das autarquias provinciais.

A criação das autarquias provinciais é uma ideia avançada, recentemente, pelo líder da Renamo, Afonso Dhlakama, depois das eleições gerais de Outubro de 2015, nas quais ele e o seu partido saíram derrotados.

Carmelita Namashulua indignada com demolições

A Ministra da Administração Estatal e Função Pública quer saber onde estavam os municípios quando foram construídas as obras agora demolidas com pás escavadoras. Carmelita Namashulua diz que já pediu esclarecimentos aos municípios, estando agora à espera das respostas.
As imagens de demolição de residências alegadamente clandestinas deixaram preocupada a Ministra que tutela os municípios, a qual visitou, esta segunda-feira, a autarquia de Maputo para confrontar o edil David Simango.
Carmelita Namashulua promete esclarecer o caso das demolições até ao fim deste mês, quando terminar a visita ao município de Maputo.
As demolições de vulto iniciaram no Município da Matola e logo se estenderam à cidade de Maputo, Nacala e Tete. 

Fonte: O País – 23.03.2015

MDM indignado com “chama da unidade”

O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) declarou- se, sexta-feira, indignado com o lançamento da “chama da unidade”, que vai assinalar as celebrações dos 40 anos da independência do país.
 “É com muita indignação que ouvimos a informação, através dos meios de comunicação social, de que o Governo, mais uma vez, vai preterir as várias preocupações do país para dar lugar à suposta ‘chama de unidade’, consumindo assim o pouco que o país tem em realizações que em nada ajudam o sofredor povo moçambicano”, declarou o partido, através de um comunicado de imprensa.

Sarkozy em primeiro lugar

O partido União Por Um Movimento Popular (UMP), de Nicolas Sarkozy, saiu vencedor da primeira volta das eleições departamentais que se realizaram, este domingo, em França. As sondagens à boca das urnas apontavam para uma vitória com votações entre os 31 e os 36%, enquanto a Frente Nacional, de extrema-direita, obtinha de 25% dos votos. Já o Partido Socialista, do actual presidente François Hollande, fica-se pelo terceiro lugar.
Marine Le Pen congratulou pela votação obtida que é a mais alta jamais obtida pela Frente Nacional.
Sarkozy, por seu lado, considerou que o resultado foi a demonstração massiva de reprovação do povo em relação aos socialistas que “não pararam de mentir acerca dos impostos, taxas, segurança e educação”.
A segunda volta das eleições departamentais realiza-se no próximo domingo.

Fonte: O País – 23.03.2015

Nota: Numa discussão duma aula de educacão cívica eu alertara a alguns estudantes emocionados com ataque a Charlie Hebdo que uma das maiores consequências poderá ser de trazer a Frente Nacional ao poder na Franca.

“Implementação das autarquias provinciais não será para breve”

A implementação da proposta da Renamo sobre criação de autarquias provinciais, caso venha a ser aprovada não será para breve como a Renamo exige, alertou hoje, segunda-feira, em Maputo, a ministra da Administração Estatal, Carmelita Namashilua, instituição que tutela os municípios.
Namashilua, titular da pasta da Administração Estatal, justifica que será preciso fazer vários reajustes, o que significa levar muito tempo.

Anadarko reage sobre o projecto de lei da Renamo de reter 50% das receitas

O número 5 do artigo 58 do projecto de lei da Renamo para a criação das autarquias provinciais, tem haver com a tributação dos megaprojetos operados no pais, com destaque para a exploração do carvão, pedras preciosas, ouro gás e petróleo.



Fonte: TIM - 22.03.2015


Antigo governador responsabiliza Estado pelas construções desordenadas

É a opinião de quem há  mais de 20 anos lida com o ordenamento territorial no país. O topógrafo e antigo governador de Inhambane, Francisco Pateguana, entende que se houvesse organização por parte dos municípios, não haveria espaço para as recentes demolições que se verificam nas cidades de Tete, Maputo e Matola.
Pateguana diz ainda que as recentes demolições que se verificam em algumas cidades do país são prova inequívoca da falta de organização do Estado. “As pessoas ocuparam sem que lá houvesse planificação. A planificação está a aparecer agora depois das pessoas ocuparem. Deve haver planificação primeiro. Cabe ao município planificar e implantar no terreno, para ter a lista dos talhões ocupados e não ocupados, de forma que o cidadão, ao dirigir-se a uma instituição, esta seja capaz de dizer que os terrenos livres são estes”, disse Pateguana.
E acrescentou: “outra coisa é o direito de uso e aproveitamento de terra. O cidadão não segue todas as regras. Vai ao secretário e este dá-lhe um certo espaço. Dirige-se a um outro nível e este dá um espaço, mas é um dar prático e não teórico. O dar teórico precisa de uma tramitação que vai levar tempo.

Fonte: O País – 23.03.2015

sábado, março 21, 2015

Que se pretende com o ensino bilingue?

Eu estava no Diálogo sobre Moçambique a debater sobre a introdução de ensino bilingue em todo o país. O grande problema sobre isto é de o Ministério de Educacão ou o Governo no seu todo em nunca submeter a proposta do ensino bilingue ao debate para colher contribuições que possam ser importantes para o sucesso do mesmo.

Eu pergunto do porquê não resgatar a experiência sobre a divulgacão do Sistema Nacional de Educacão (SNE) de que tanto me lembro porque fui um dos divulgadores provinciais?


Fico estupefacto quando me apercebo que até docentes de instituicões que formam professores não sabem nada e nadinha sobre o que realmente se pretende com o ensino bilingue.

sexta-feira, março 20, 2015

Terceiro partido indignado com ‘chama da unidade’ de Nyusi

O Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira força partidária, declarou-se hoje indignado com a "chama da unidade", anunciada pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, no âmbito das celebrações dos 40 anos da independência do país.
"É com muita indignação que ouvimos a informação, através dos meios de comunicação social, de que o Governo, mais uma vez, vai preterir as várias preocupações do país para dar lugar à suposta 'chama de unidade', consumindo assim o pouco que o país tem em realizações que nada ajudam ao sofredor povo moçambicano", declarou o partido através de um comunicado de imprensa.

quinta-feira, março 19, 2015

Ensino primário passa a ser bilingue a partir de 2017

O Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano vai, a partir de 2017, introduzir o ensino bilingue através de 16 línguas nacionais, numa medida que visa fundamentalmente auxiliar as crianças a tirar maior proveito do processo de socialização e aprendizagem.
A medida foi revelada pela directora Nacional do Ensino Primário, Antuía Soverano, que falava no seminário de revisão linguística dos planos analíticos do ensino bilingue, a decorrer em Maputo.
Segundo Soverano, a aprendizagem na língua materna tem um grande impacto, na medida em que a criança se socializa na própria língua.

Fonte: O País – 19.03.2015

quarta-feira, março 18, 2015

Quem será o Calado Calashinikov?

Desde ontem que estou/estamos a espera da publicacão que desmascara o Calado Calashinikov. Estou/estamos ansioso/s em conhecê-lo.

Governadora de Gaza denuncia movimentações de homens da Renamo

A Governadora de Gaza, Stela Pinto Novo Zeca instou hoje, 17, a população a ser vigilante frente ao que denunciou ser a movimentação e aquartelamento de homens armados da Renamo, naquela região.
Stela Pinto Novo Zeca fez estas declarações em Xai-Xai a propósito da presença de homens armados da Renamo na região de Komane, no distrito de Chigubo, extremo norte da província de Gaza.
Segundo a Rádio Moçambique, a Governadora de Gaza pediu que se denunciasse às autoridades todas as manifestações que atentam a ordem constitucional e que ameaçam a paz.
Stela Pinto Novo Zeca reiterou que a proposta da Renamo de criação de regiões ou províncias autónomas não têm espaço legal à luz da actual constituição da republica.
Fonte: Voz da América – 17.03.2015

Polícia de Moçambique: "agente que baleou populares em Lichinga disparou por descuido"

A Polícia da República de Moçambique (PRM), na província do Niassa, que baleou, na ultima quinta-feira (12.03.) cinco cidadãos, tendo ferido quatro e morto um, diz que o agente estava apenas a tentar manter a ordem.

Quatro dias depois do sangrento incidente na capital provincial do Niassa, onde agentes da PRM dispararam sobre cinco cidadãos durante confrontos com populares do bairro de Chiuaula, a polícia pronunciou-se, finalmente, sobre o assunto. Os cidadãos protestavam contra um caso de violência policial ocorrido na cidade, em que um polícia tinha baleado um cidadão por este não ter pago o imposto de bicicleta no valor de 30 Meticais (0,80 Euros).

INCÊNDIO NACALA-PORTO: Mais de cem pessoas estão ao relento

Mais de cem pessoas estão ao relento na cidade portuária de Nacala, província de Nampula, em consequência de um incêndio que esta segunda-feira destruiu as suas residências.
Desconhece-se as reais causas, mas admite-se que tenha sido provocado por um curto-circuito.

Fonte: TVM - 17.03.2015

60 DIAS PARA A DESMILITARIZAÇÃO, INTEGRAÇÃO E REINSERÇÃO SOCIAL DAS FORÇAS RESIDUAIS DA RENAMO

As delegações do Governo e da Renamo fixaram sessenta dias como período para a EMOCHIM-Equipa da missão de observadores para a cessação das hostilidades militares, trabalhar na desmilitarização, integração e reinserção social das forças residuais da Renamo.
O Consenso foi obtido durante a ronda negocial 98, realizada esta segunda-feira em Maputo.
Entretanto, os oficiais militares da Grã-bretanha, Botswana e Itália, países integrantes da equipa de observação da cessação das hostilidades militares EMOCHI, decidiram regressar aos seus países de origem volvidos 135 dias da missão daquele órgão.
A informação foi avançada pelo chefe da delegação do Governo,José Pacheco, no fim da ronda do diálogo político.
Integram a EMOCHIM a África do Sul, Cabo verde, Grã-bretanha, Itália, Portugal, Quénia e Zimbabwe.
Fonte: Rádio Mocambique - 17.03.2015

Polícia diz que não há evolução na investigação à morte de Gilles Cistac

A Polícia da República de Moçambique (PRM) informou hoje que ainda não há evolução na investigação sobre o homicídio do constitucionalista moçambicano de origem francesa Gilles Cistac, quando passam hoje duas semanas após o crime.
"Ainda não temos novidades, a polícia está a trabalhar", afirmou, em conferência de imprensa de balanço semanal da actividade da corporação, o porta-voz do Comando-Geral da PRM, Pedro Cossa.
Cossa recordou que as autoridades pediram ajuda à Interpol (Polícia Internacional) e às polícias dos países da África Austral, que possam ter na sua posse informações que levem à captura dos autores do homicídio.

Fonte:  LUSA - 17.03.2015

Observadores militares deixam missão da EMOCHM

Os oficiais militares da Grã-Bretanha, Botswana, Itália e Portugal, que faziam parte dos nove países convidados a integrar a Equipa de Observação da Cessação das Hostilidades Militares (EMOCHM), decidiram regressar aos seus países de origem, depois de cumprir com os 135 dias que compreenderam a primeira parte da missão daquele órgão.
A informação foi avançada esta segunda-feira pelo chefe da delegação do Governo, José Pacheco, no fim da 98ª ronda do diálogo político. “Tivemos informações segundo as quais o adido militar de Portugal pediu bilhetes de passagem para os dois oficiais que integram a EMOCHM”, disse.
Questionado sobre as prováveis causas que levaram os três países a abandonarem a missão, Pacheco respondeu: “O que nos têm dito é que receberam ordens das suas respectivas sedes para regressarem, sem avançar qualquer informação adicional”.
Fontes ligadas a alguns países que deixaram a missão consideram que as decisões resultam da percepção de uma aparente falta de interesse do Governo e da Renamo em assumir os compromissos estabelecidos no acordo de Setembro de 2014.

Fonte:  O País - 17.03.2015

segunda-feira, março 16, 2015

Renamo submeteu anteprojecto de criação das regiões autónomas

A Renamo submeteu hoje, segunda-feira, na Assembleia da República, o anteprojecto de criação das regiões autónomas. A proposta deu entrada com a designação de “Projecto das Autarquias Provinciais” e será discutida na primeira sessão ordinária da VIII Legislatura do Parlamento.
O anteprojecto foi submetido horas antes do início da primeira sessão ordinária da Comissão Permanente que se reuniu, hoje, para analisar a agenda da primeira sessão ordinária da VIII Legislatura da Assembleia da República.
A informação foi avançada no final do encontro pelo porta-voz da Comissão Permanente, Mateus Katupa, o qual disse que na agenda de trabalho da primeira sessão consta ainda a discussão do Plano Económico e Social, do Orçamento do Estado, bem como da proposta de lei de apartidarização das instituições do Estado, submetida pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM).

Fonte: O País – 16.03.2015

ORIGEM DA DIVERGÊNCIA PRESIDENTE NYUSI - COMISSÃO POLÍTICA DO PARTIDO

Por Alfredo Manhiç
A explicita divergência entre a manobra do Presidente da República, Filipe Nyusi, que, para resolver a crise política pós-eleitoral, alcançou um entendimento com Afonso Dhlakama, vinculando a Renamo a submeter à Assembleia da República (AR) uma proposta de legislação tendo em vista dotar as Regiões (ou Províncias) de autonomia, e o desdobramento dos principais membros da Comissão Política (CP) da Frelimo por algumas províncias, anunciando que a Frelimo não aprovará a proposta a ser apresentada pelo partido de Afonso Dhlakama, estimulou alguns circuitos políticos e intelectuais do País a revisitar a práxis histórica do partido no poder, para fundamentar a tese segundo a qual Armando Guebuza deveria ceder a presidência do partido ao recém proclamado Presidente da República, para evitar a situação da existência de dois polos de poder.
Contrapostos (embora timidamente) aos defensores da tese de união das funções da presidência da República e da presidência do partido, são aqueles que - como o semanário Savana, no seu editorial da ed. n. 1103, de 27 de Fevereiro de 2015 - mostram-se favoráveis à ideia de separação entre as funções de líder do partido no poder e as  do Chefe de Estado.

sexta-feira, março 13, 2015

MEDIADORES SUGEREM NOVO ENCONTRO ENTRE NYUSI E DHLAKAMA

Os mediadores do diálogo político entre o governo e a Renamo propõem a realização de um novo encontro entre o Presidente da República, Filipe Nyusi e o líder do maior partido da oposição em Moçambique, Afonso Dhlakama, para tentar quebrar o actual impasse que se regista entre as partes.

Na quinta-feira, os mediadores deslocaram-se à cidade de Quelimane, capital da província central da Zambézia, onde se reuniram com Dhlakama, e tudo indica que eles deverão se avistar com o Presidente Nyusi para apresentar um informe sobre o referido encontro.

quinta-feira, março 12, 2015

Presidente considera tensões políticas ameaça à paz no país

O Presidente  Filipe Nyusi considerou hoje em Maputo as tensões políticas uma ameaça à paz no país, exortando as Forças Armadas a assumirem o seu papel na defesa da integridade territorial do Estado.
"A vontade de gerar conflitos de natureza política, de ambição pelos recursos naturais, [de natureza] tribal, regional e mesmo religiosa, e esforços para estabelecer mudanças inconstitucionais de governos democraticamente eleitos e os tráficos fronteiriços de todo o tipo constituem uma ameaça à paz, segurança e à ordem democrática", afirmou Nyusi, falando na sede do Estado-Maior General das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), durante uma visita ao local.
O chefe de Estado moçambicano enfatizou que Moçambique é um país uno e indivisível, saudando as FADM pelo seu empenho na defesa do território nacional.
"A República de Moçambique é um território uno e indivisível, o povo moçambicano é amante da paz, o Estado de direito democrático define a nossa forma de ser e de estar, o caminho que continuaremos a seguir está prescrito na lei-mãe, sabemos de onde viemos e para onde vamos", realçou Filipe Nyusi.
Moçambique volta a viver o espectro da instabilidade face à ameaça do líder da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), principal partido de oposição, Afonso Dhlakama, de "governar pela força" nas províncias onde ganhou nas eleições gerais de 15 de Outubro próximo, caso a bancada da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), partido no poder, chumbe o projeto de lei que o movimento pretende submeter à Assembleia da República, preconizando a criação de províncias autónomas.
Quadros seniores da Frelimo já consideraram que o projecto é inconstitucional, sinalizando que a bancada do partido poderá chumbar o documento.
Fonte: LUSA – 12.03.2015


Tiroteios e Pneus queimados em chiuaula na Cidade de Lichinga fazem 20 feridos e 1 morto

A capital provincial de Niassa, Lichinga, Norte de Moçambique, vivenciou esta manhã um uma tensão entre Polícia de Moçambique e populares (PRM). Ler mais

Graves incidentes em Lichinga

Segundo testemunha , relatado no noticias de Lichinga:

2a esquadra meu caro. O caso se sucedeu pelo facto de um agente da PRM almejar mortalmente a um velhote por não portar de licença para biciclos. E a população ficou revoltada agrediu um agente causando ferimentos ligeiros e a policia viu se obrigada a atirar contra a população por esta se encontrar amotinada na 2a esquadra fazendo uma manifestação com recurso a armas brancas entre pedras garafaas e outros

mais detalhes: quase qui a populacao fecha todas saidas a redores da 2a esquadra, com maior forca a populacao exige justica!!

In Diálogo sobre Mocambique - 12.03.2015

quarta-feira, março 11, 2015

O Plano B: Frelimo instrumentaliza “extraparlamentares” para rejeitarem regiões autónomas

A ideia das “regiões autónomas” continua a tirar sono ao partido Frelimo. O CanalMoz está na posse de informações segundo as quais, depois de fracassada a campanha dos membros da Comissão Política nas províncias de condenar as pretensões da Renamo, o partido no poder arregimentou um grupo de partidos políticos sem representação na Assembleia da República, para refutarem a ideia de regiões autónomas com base nos resultados das últimas eleições, tal como a Renamo pretende.

Assim, a ideia da Frelimo consiste em usar os “extra parlamentares” para apresentarem à Assembleia da República uma “preocupação” de que as regiões autónomas, não podem ser implementadas com base nos resultados de 15 de Outubro, mas a partir das eleições de 2019.

O equilíbrio de forças em Moçambique depois da morte de Gilles Cistac

Por Liliana Henriques

Continuam a afluir as reacções e sobretudo os questionamentos em torno do assassinato ontem em Maputo em plena luz do dia de Gilles Cistac, constitucionalista no coração de uma polémica por ter considerado que não existem entraves jurídicos para a criação de províncias autónomas, uma ideia defendida pela Renamo na oposição. Quem matou Gilles Cistac, porquê e que repercussões isso pode ter? 
Para Michel Cahen, pesquisador do Instituto de Estudos Políticos de Bordéus, no oeste de França, com quem conversamos no quadro de um seminário sobre política africana aqui em Paris, Moçambique está numa encruzilhada.

Escute: http://www.portugues.rfi.fr/aef_player_popup/rfi_player#


Fonte: RFI - 07.03.2014

"A mediocridade com que fomos governados nos últimos anos estampou-se ali, à nossa frente, com fardas negras dignas de filmes de ficção científica"

MARCO DO CORREIO 

Por Machado da Graça

Olá amigo Luís

Como vai a tua saúde e a da tua família? Do meu lado está tudo bem, felizmente.

Queria hoje falar-te da marcha que fizemos, aqui em Maputo, para protestar contra o assassinato do Prof. Gilles Cistac.

Não sei quantas pessoas éramos. Sou mau a fazer esse tipo de contas. Amigos meus calcularam entre 2000 e 4000. Mas éramos muitos e profundamente indignados. Havia gente de todas as raças, de to­das as religiões, de todas as idades. Muitos jovens, provavelmente estudantes universitários.

Vi lá dirigentes do MDM, nomeadamente Manuel de Araújo e Lutero Simango, e da Renamo, de que recordo Ivone Soares e António Muchanga.

Só não vi ninguém do partido Frelimo nem do Governo. Apesar de ambas as entidades terem, nos dias anteriores, declarado publicamente o seu choque com o assassinato, nem um só dos seus dirigentes, a qualquer nível, encontrou na sua ocupada agenda espaço para estar presente na marcha.

O TRILHO DA MORTE JÁ É ANTIGO

Por Noé Nhantumbo

...Acomodação, conveniência, conluio e cumplicidade consequentes

Beira (Canalmoz) - Em nome da revolução ou de qualquer outro artifício conveniente construído deve haver capacidade de discernir que o assassinato político é de génese antiga em Moçambique.

O caminho para a independência nacional tem exemplos bastantes para elucidar quem esteja interessado em conhecer um lado negro da nossa história que alguns recusam que os moçambicanos conheçam.

Embora seja compreensível que quando se luta a morte é uma das consequências directas, outra coisa diferente é montar ou pretender fundar um estado em alicerces dessa natureza.
A cultura da morte como solução de litígios e desinteligências mina a possibilidade de a tolerância reinar e das pessoas viverem em paz e concórdia.

Milhares no adeus a Cistac

Mais de mil pessoas participaram, ao princípio da noite de hoje, terça-feira, no velório do constitucionalista Gilles Cistac, assassinado na última terça-feira em Maputo. Os novecentos lugares do Centro Cultural Universitário da Universidade Eduardo Mondlane foram poucos para acolher a moldura humana, constituída por académicos, políticos, amigos, e cidadãos anónimos que se fizeram ao local para prestar o último adeus ao constitucionalista Gilles Cistac, assassinado há uma semana.
O evento iniciou com um momento musical pelo Grupo Cultural da UEM, seguido de uma oração feita pela Igreja Católica. Chegado ao momento do elogio fúnebre, a família lamentou o brutal assassinato numa terra “que Gilles Cistac tanto amou e à qual dedicou lealdade intelectual de forma incondicional”.
O reitor da Universidade Eduardo Mondlane, onde Gilles Cistac era quadro, descreveu as qualidades profissionais e humanas do académico e considerou indiscritível o vazio que deixa na instituição e na sociedade moçambicana.
Os restos mortais de Gilles Cistac seguem esta quarta-feira para França, a terra natal, onde será sepultado.  

Fonte: O País – 10.03.2015

Para a Frelimo Gilles Cistac era ingrato

A Frelimo, partido no poder há quase 40 anos, considerava o constitucionalista moçambicano Gilles Cistac, assassinado na terça-feira (03) em Maputo, “ingrato e mal-agradecido” à “hospitalidade e ao acolhimento dos moçambicanos”, por ter declarado que à luz do número 04, do artigo 273 da Constituição, a Renamo pode criar “regiões autónomas” nas províncias que diz ter ganho nas últimas eleições gerais.

PGR cria equipa de peritos para investigar homicídio de Gilles Cistac

A Procuradoria-Geral da República (PGR) constituiu uma equipa de peritos para orientar metodologicamente a polícia na investigação ao homicídio de Gilles Cistac, anunciou o procurador-geral adjunto e porta-voz da instituição, Alberto Paulo.
"A equipa já está no terreno. A integração do Ministério Público, nos termos da lei, tem a obrigação de orientar metodologicamente o trabalho que é desenvolvido pela Polícia de Investigação Criminal", disse Alberto Paulo aos jornalistas, citado pelo Notícias, diário de maior circulação no país, no final de uma visita da direcção da PGR à PGR da cidade de Maputo.

Cresce a lista dos “apóstolos da desgraça"

A última mensagem da Conferencia Episcopal de Moçambique, um conclave que reúne as mais importantes figuras dirigentes da Igreja Católica em Moçambique é simplesmente demolidora e parece reflectir o verdadeiro sentimento de milhares de moçambicanos. A carta tem uma mensagem bastante crítica ao actual desempenho da governação do dia pelo, pois, os bispos católicos entenderem que o desempenho dos sucessivos e permanentes governos da Frelimo tendem a mostrar cada vez menor capacidade de cumprir com o principal objectivo de qualquer governação moderna: a criação do bem estar geral.

segunda-feira, março 09, 2015

Risco de nova explosão social em Maputo é enorme

O director do Instituto de Estudos Sociais e Económicos (IESE) de Moçambique, Luís de Brito, alertou para o elevado risco de um desequilíbrio da economia despertar revoltas populares em Maputo, à semelhança do que aconteceu em anos recentes.

O director do Instituto de Estudos Sociais e Económicos (IESE) de Moçambique, Luís de Brito, considera que a falta de saídas políticas para a crise entre os dois principais partidos abre caminho para a guerra no país.
O académico, coordenador do Grupo de Investigação sobre Cidadania e Governação do IESE e que no ano passado alertara para o comportamento pós-eleitoral da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), principal partido de oposição, como o maior desafio que Moçambique enfrentaria em 2015, observa que o atual clima político antecede "um período de confrontação tal que não vai haver desobediência civil, vai haver guerra".

Investigador: Falta de soluções políticas abre caminho para a guerra no país

O director do Instituto de Estudos Sociais e Económicos (IESE) de Moçambique, Luís de Brito, considera que a falta de saídas políticas para a crise entre os dois principais partidos abre caminho para a guerra no país.
O académico, coordenador do Grupo de Investigação sobre Cidadania e Governação do IESE e que no ano passado alertara para o comportamento pós-eleitoral da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), principal partido de oposição, como o maior desafio que Moçambique enfrentaria em 2015, observa que o atual clima político antecede "um período de confrontação tal que não vai haver desobediência civil, vai haver guerra".

Mensagem da CEM: Os desafios da "unidae nacional"

" Nos dias que correm, por causa da partidarização da grande parte das instituições do Estado moçambicano, o número de excluídos na tomada de decisões importantes sobre o nosso país e seus cidadãos cresce vertiginosamente. o Governo tem-se revelado cada vez menos capaz de executar alguns objectivos fundamentais da agenda do Estado plasmado no número 11 da Constituição da República, que é da edificação de uma sociedade de justiça social e a criação de bem-estar material, espiritual e a qualidade de vida dos cidadãos, a promoção do desenvolvimento equilibrado, económico, social e de harmonia social e individual. A verdadeira unidade nacional não pode estar ancorada na letra morta das leis que regem o Estado moçambicano, mas sim na comunhão real dos moçambicanos animados pelo mesmo espírito de fraternidade e de solidariedade, na construção duma nação feliz, saudável e próspera."  Ler mais

sábado, março 07, 2015

FIR interrompe marcha em memória de Gilles Cistac

A marcha de protesto contra o assassínio do constitucionalista Gilles Cistac foi hoje interrompida em Maputo pela Força de Intervenção Rápida (FIR), alegando falta de autorização para o percurso final da manifestação.
A marcha foi travada a meio da manhã por cerca de 30 homens da FIR, altamente armados e munidos de equipamento anti-motim, que bloquearam a avenida Kenneth Kaunda, no centro da capital, quando centenas de pessoas se dirigiam para a praça da Paz, a poucos quilómetros do local.

sexta-feira, março 06, 2015

Mediador: Frelimo devia ter travado “ódio racista” contra Cistac

O académico Lourenço do Rosário, mediador do diálogo entre a Frelimo e a Renamo, considerou quinta-feira que o partido no poder devia ter travado o "ódio racista" contra o constitucionalista Gilles Cistac, assassinado na terça-feira em Maputo.
"O meu partido, quando digo meu partido sabem a que partido me refiro, porque sou da Frelimo, devia ter parado com o ódio racista que se incentivou contra o professor Gilles Cistac", afirmou Rosário, reitor da Universidade A Politécnica, numa declaração que antecedeu a oração de sapiência de abertura do ano letivo neste estabelecimento.

Liga dos Direitos Humanos chama Frelimo para marcha contra assassínio de constitucionalista

A Liga dos Direitos Humanos (LDH)  afirmou hoje que a Frelimo, partido no poder, deve distanciar-se de acusações relacionadas com a morte de Gilles Cistac, participando sábado na marcha da sociedade civil de repúdio pela morte do jurista.
"A Frelimo tem de mostrar com atos que está distante, que não tem nada a ver com a morte de Gilles Cistac. Gostaríamos que a Frelimo, que todos os partidos políticos participassem nesta marcha", afirmou Alice Mabota, presidente da LDH, uma das promotoras da iniciativa, marcada para sábado, durante uma conferência de imprensa sobre o evento.

quinta-feira, março 05, 2015

Quem mandou matar Gilles Cistac ?

O assassinato de Gilles Cistac cai imediatamente aos pés da FRELIMO. Dados que conduzam a tal suspeita são vários, tal como há outros que a anulam. Posições diferentes foram ouvidas pela DW África.


Várias vezes Gilles Cistac, enquanto constitucionalista, colocou em xeque decisões do Governo da FRELIMO. Por exemplo, teria levado Armando Guebuza, enquanto chefe de Estado, a revogar a Alta Autoridade da Função Pública, substituindo-a pelo Ministério da Função Pública, depois de ter denunciado que o Presidente não tinha competência para criar tal entidade. Ler mais

Quando o assassino é o juiz!

Por Matias Guente

O que me impressiona em Moçambique não é capacidade do partido Frelimo em fazer mal às pessoas. Entenda-se aqui o mal como um circunscrito acto de torturar e até assassinar, que é a subdivisão máxima da maldade e o muro mais alto da estupidez humana. Não me impressiona e já nem assusta o facto de eu saber que a Frelimo assassina pessoas e depois envia condolências às famílias enlutadas. Não é isso que me impressiona. Nem tão pouco me causa mossa o facto de eu saber que a qualquer altura também posso ser vítima de uma encomenda de morte, com retoques disfarçantes do tipo atropelamento, bala perdida ou mesmo acidente de viação. Estas possibilidades não me assustam. Não me assusta a ideia de saber que estamos numa coutada em que o pensamento próprio paga-se com a vida própria. Isso também não me assusta. Tal como não me causa o mínimo desconforto o facto de eu saber que o que eles querem é que todos pensemos segundo a estupidificante lógica de rebanho, em que a directiva máxima é reproduzir e seguir. Tudo isso não me assusta.

“Há pistas dos criminosos que mataram Cistac”

Quarenta oito horas após o assassinato do constitucionalista Gilles Cistac, o Ministro do Interior, Jaime Basílio Monteiro, pronunciou-se hoje, quinta-feira, pela primeira vez em público para dizer que já há pistas dos criminosos. Todavia, sem revelar pormenores. Para não comprometer as investigações.
De acordo com Monteiro, as investigações estão ser baseadas nos testemunhos directos e também nos vestígios das balas da arma usada no crime.
Para lograr sucesso, as autoridades têm estado a solicitar ajuda de investigadores de vários países, incluindo da França, terra natal da vítima de atentado.
O professor catedrático Gilles Cistac morreu no Hospital Central de Maputo, na terça-feira, após ter sido baleado por quatro indivíduos quando saia de um restaurante na Avenida Eduardo Mondlane.

Fonte: O País – 05.03.2015

quarta-feira, março 04, 2015

EMBAIXADA FRANCESA EXIGE PUNIÇÃO DOS ASSASSINOS DE GILLES CISTAC

A embaixada da França em Moçambique espera que seja efectuado um inquerito que leve a detençao, julgamento e condenação dos assassinos do constitucionalista Gilles Cistac, que foi barbaramente baleado na cidade de Maputo, na terça-feira, por um grupo de quatro indivíduos ainda a monte.



Cistac, que era françes naturalizado moçambicano, foi alvejado a tiros quando saia de um restaurante na capital do pais, de onde foi evacuado para o Hospital Central de Maputo (HCM), onde mais tarde veio a perder a vida.

Estudantes da Faculdade de Direito organizam marcha em homenagem a Gilles Cistac

Os estudantes da Faculdade de Direito, da Universidade Eduardo Mondlane, estão a organizar uma marcha em homenagem ao falecido jurista Gilles Cistac. A marcha terá inicio pelas 9h do próximo Sábado, e parte da avenida Eduardo Mondlane, local do crime, até à Faculdade de Direito, em Maputo.
Segundo avançou o director da faculdade, o professor doutor Armando Dimande, a iniciativa é organizada pelos próprios estudantes,  e contará com o apoio da direcção daquela universidade.

Baloi diz ao corpo diplomático que assassinos de Cistac serão levados à Justiça

O ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, Oldemiro Baloi, disse hoje ao corpo diplomático em Maputo que os autores do homicídio do constitucionalista de origem francesa Gilles Cistac serão "neutralizados e trazidos à justiça".
"Condenamos veementemente este ato bárbaro que espalhou ondas de choque, de tristeza e de reprovação no seio da nossa sociedade, estamos confiantes de que os autores do crime serão neutralizados e trazidos à justiça", disse Balói aos chefes das missões diplomáticas estrangeiras em Maputo, à margem da apresentação dos objectivos do encontro, que depois decorreu à porta-voz fechada.

Dhlakama quer vingar morte de Gilles Cistac

Afonso Dhlakama responsabiliza os “radicais da Frelimo” pelo assassinato do constitucionalista Gilles Cistac e diz que a Renamo vai se vingar do crime. O líder da Renamo não tem dúvidas de que o assassinato de Cistac esteja relacionado com os pronunciamentos públicos do académico sobre a constitucionalidade das províncias autónomas.
O presidente do MDM, Daviz Simango, também considera que o assassinato do Professor Catedrático não passa de uma encomenda de uma elite política moçambicana que se sentia incomodada com as opiniões da vítima, em matérias constitucionais e administrativas.
Já o ex-bastonário da Ordem dos Advogados, Gilberto Correia, teme que o país esteja a caminhar para uma fase em que o “pensar diferente” pode levar à morte.
Fonte: O País – 03.03.2015

Polícia sem mais informações sobre homicídio de constitucionalista

A polícia disse hoje à Lusa não ter mais informações para divulgar sobre o homicídio do constitucionalista Gilles Cistac, ocorrido na manhã de terça-feira em Maputo, remetendo esclarecimentos para mais tarde.
"As informações continuam as mesmas. As investigações estão a correr e, em devido momento, poderemos avançar mais dados", disse Arnaldo Chefo, porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) na cidade de Maputo.

Suspeitos de assaltos linchados no norte

Moradores dos bairros Mutauanha e Muatala, na cidade de Nampula, norte, lincharam com recursos a paus e pedras dois supostos assaltantes de residências na madrugada de hoje.
Moradores ouvidos pela Lusa justificaram os linchamentos com a inoperância das patrulhas da Polícia da República de Moçambique (PRM).

Renamo boicota posse por discordar dos princípios de nomeação

A Renamo boicotou, ontem, a cerimónia de tomada de posse para o Fundo de Paz e Reconciliação Nacional, alegando discordar dos princípios de indicação dos membros da Assembleia Geral daquele organismo. É que o fundo é composto por sete membros, dos quais quatro foram indicados pelo Governo e um em representação do sector privado.

Frelimo lamenta acusações sobre assassinato de Cistac

O porta-voz da Frelimo, Damião José, condenou o assassinato do académico Gilles Cistac e diz lamentar a postura de alguns cidadãos e órgãos de comunicação social por tirarem conclusões segundo as quais a Frelimo é responsável pela morte do constitucionalista.

Para dissipar estas e outras dúvidas, o criminalista e antigo director da Polícia de Investigação Criminal, António Frangoulis, diz que a Procuradoria da República e o Comando Geral da PRM já deviam ter informado da eventual preparação de comissões de trabalho para investigar o assassinato de Gilles Cistac.

Frangoulis foi hoje, quarta-feira, ao local em que Gilles Cistac foi baleado e deixou duras críticas ao silêncio do Comando Geral da PRM e da Procuradoria da República.

Fonte: O País – 04.03.2015