Páginas

sexta-feira, fevereiro 27, 2015

É O FEITIÇO QUE SE VOLTA CONTRA OS FEITICEIROS E OS OPÕE UNS CONTRA OS OUTROS

Por Alfredo Manhiça

O subterfúgio que consiste em desviar a opinião pública do debate dos problemas reais que dificultam a convivência pacífica dos moçambicanos, recorrendo à atribuição da paternidade das reivindicações dos partidos de oposição à “mão externa invisível” – que até bem pouco tempo era uma característica singular do Coronel Sérgio Vieira – está a ganhar terreno no seio do partido Frelimo e dos seus exponentes académicos.

A seguir às acusações de ingratidão pela hospitalidade e de conspiração contra a soberania nacional, feitas ao Professor Gilles Cistac, pelo secretário para a mobilização e propaganda e porta-voz do partido Frelimo, Damião José, autores “anónimos”, sobejamente conhecidos, começaram a infestar as redes sociais com mensagens  que atribuem a paternidade das reivindicações de Afonso Dhlakama e da Renamo ao Embaixador dos Estados Unidos de América (EUA), Douglas Griffths, em conivência com as diplomacias alemã, britânica, italiana, francesa e portuguesa.

Antecipando a proposta de Anteprojeto de Lei sobre as Regiões (ou Províncias) Autónomas, a ser apresentada pela Renamo na Assembleia da República (AR) – conforme o acordado no histórico encontro entre o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo - os propagandistas ao serviço do partido no governo, em vez de animar o debate sobre a pertinência ou impertinência das tais reivindicações, mostram-se preocupados em desacreditar a Renamo e Afonso Dhlakama, apresentando-os como “cavalos de troia” dos interesses económicos dos americanos e dos europeus. 

Agindo desde modo, revelam-se propagandistas da segunda classe. Ainda não descobriram que, para não soar absurda, a construção duma mentira deve conter uma certa dose de verdade. Esta propaganda nem sequer qualifica para ser considerada uma mentira porque é absurda. Basta notar que, contrariamente aos princípios básicos da ética política vigentes na União Europeia (UE) e nos EUA, em todos os cinco pleitos eleitorais realizados na história da democracia moçambicana, as Missões de Observação Eleitoral (MOE) daquelas potências ocidentais foram repetidamente constrangidos a declarar que as eleições tinham sido justas e transparentes, e que as irregularidades não tinham determinado o resultado final, tudo isso porque precisavam de tutelar os próprios interesses económicos garantidos, não pelas leis moçambicanas, mas pela continuidade da governação da Frelimo.

Julgando a partir deste posicionamento, pode-se concluir que enquanto a prioridade da política externa dos países ocidentais, em Moçambique (e em muitos outros países do continente africano), continuar a priorizar o controlo privilegiado das reservas de matéria prima para o aprovisionamento das próprias indústrias e, tal garantia depender, não das leis mas dos acordos celebrados com a elite do partido no poder, com as empresas controladas pela elite ou pelos membros das suas famílias,  é improvável que um diplomata ocidental possa conceber qualquer projecto ou lobbying capaz de potenciar o capital político dos partidos da oposição.

A UE e os EUA precisam da Renamo e dos restantes partidos de oposição só para garantir a regularidade da realização da farsa teatral das eleições. Mas quando chega o momento das negociações e conjugações do capital monetário ocidental com o capital político local, em vista das concessões e apropriações dos jazigos de rubi, das areias pesadas, de carvão mineral ou do grande negocio de gás natural, ou das terras aráveis, a oposição, a Renamo em particular, e o resto dos moçambicanos, não servem para nada e nem devem ser informados de todos os contornos dos acordos celebrados. Os únicos que servem são os vértices do partido no poder. De facto, a expropriação de cerca de 1,5 milhões de hectares, a cerca de 4,5 milhões de camponeses, no corredor de Nacala, feita a favor das empresas portuguesas como o Grupo Amorim, a Rio Forte, a Miguel Pais de Amaral, não foi concordada com a Renamo e os parceiros beneficiários  (a Mozaco, a Agro Alfa, o Moza Banco, o Banco Único, a AgroMoz, o Corredor Agrom, etc.) são empresas controladas, não pelos membros da Renamo, mas pelo presidente e outros altos dirigentes do partido Frelimo, ou pelos membros das suas famílias.

O mesmo se pode dizer do escandaloso negocio sobre EMATUM que o governo francês não precisou da Renamo para obtê-lo e, se se considera que esta empresa foi avalizada positivamente pelo Estado moçambicano um crédito internacional de 850 milhões de Euros, sem sede, sem direcção e sem infraestruturas, torna-se evidente que o único garante da dívida contraída, quer nos EUA como na UE, é a continuidade do governo da Frelimo

E, para sacrificar o interesse nacional, construindo uma plataforma flutuante de gás natural liquefeito (LNG) no Rovuma, contra a óbvia necessidade de construí-la em terra, para favorecer a sua ligação com a economia moçambicana, o governo italiano e o grupo petrolífera ENI não precisaram de negociar com Afonso Dhlakama. Negociaram com o presidente do partido no poder e é a ele que, em gesto de reconhecimento pelos "serviços" prestados, cederam parte dos seus interesses nos novos blocos de petróleo.
O mau e empobrecedor vício de evitar debater questões pertinentes, privilegiando os sofismas está a tomar de assalto a nossa classe intelectual. Por conseguinte, alguns acadêmicos e analistas políticos acabam de lançar, por exemplo, uma nova cruzada que, ignorando as razões pelas quais o líder da Renamo percorre o País fazendo comícios, concentram as suas atenções na mera justificação do desdobramento dos quadros seniores da Frelimo pelas províncias, apresentando-o como exercício do direito da liberdade de expressão, à semelhança do que faz Afonso Dhlakama. Facto está que o périplo do líder da Renamo pelas províncias de Centro e Norte não tem como objetivo o exercício do direito de liberdade de expressão, é um protesto contra as irregularidades que caraterizaram as eleições de 15 de Outubro de 2014. Por uma questão de coerência intelectual é obrigatório partir deste dado, passando pelo encontro realizado entre o Presidente Nyusi e o líder da Renamo, para avaliar a legitimidade ou ilegitimidade do desdobramento dos quadros seniores da Frelimo pelas províncias, negando publicamente a “governação autónoma”, exigida pela Renamo.

Há três semanas atrás publiquei, neste mesmo espaço, ed. 290, de 04 de Fevereiro de 2015, um outro artigo no qual - contrariamente  à propaganda pontificada pelos dirigentes do partido Frelimo e difundida pela imprensa controlada pelo mesmo partido - mostrava a falsidade e a hipocrisia das acusações que se fazem pesar sobre o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, segundo as quais as sua reivindicações atentam contra a Constituição da República de Moçambique e incitam a divisão do País. Observando que as reivindicações de Dhlakama não podiam, de forma alguma, incitar a divisão do País - porque ele foi já dividido pela desastrosa governação da Frelimo - mostrei também que a divisão real não era entre o Sul e o Centro-Norte mas entre os incluídos e os excluídos.

O objetivo do presente artigo é de salientar o erro de cálculo dos "feiticeiros", mostrando que o seu "feitiço" não só se volta contra eles mesmos, mas também os priva da capacidade de distinguir os amigos dos inimigos e torna-os semelhantes a dementes de armas em punho, decididos  a disparar indiscriminadamente, atingindo, em primeiro lugar, os próprios aliados.

A epopeia das Eleições Gerais de 15 de Outubro de 2014, que parecia ter terminado com a atribuição da vitória (não confirmada pelos respectivos editais) ao partido Frelimo e o seu candidato, Felipe Nyusi, na verdade ainda não teve o seu desfecho. O fantasma de fraude eleitoral continua a atormentar o Presidente proclamado, Felipe Nyusi, e faz com que a sua prioridade seja a conquista da legitimação que não conseguiu obter das urnas. O vencedor real das eleições fraudulentas de 15 de Outubro não foi Nyusi. Foram todos aqueles que se desdobraram para forjar aquela vitória, contra a vontade explícita dos eleitores. Nyusi só viria a começar a sua batalha depois da sua tomada de posse.
Embora no primeiro momento parecesse que o interesse dos mentores da fraude coincidisse com os interesses de Nyusi, em breve tempo  começou a manifestar-se o erro do cálculo: enquanto, para Nyusi, é imperativo negociar com as forças de oposição (é a condição sine qua non) para legitimar-se, a agenda dos que o colocaram na presidência da República é contrária a qualquer tipo de entendimento com a oposição ou de reforma de administração pública; ela privilegia o aniquilamento de todas as forças políticas de oposição e o controlo de tipo neopatrimonial das instituições públicas, para garantir a impune delapidação do erário público. Daí o desencontro (destinado a agravar-se) entre os caminhos percorridos por Nyusi e os percorridos pela CP do partido.

Tenho impressão que o erro foi de base: os “libertadores” da nossa “pátria amada” concentraram todas a suas energias e forças na libertação da nação e esqueceram-se de libertarem-se, eles mesmos, do jugo colonial. De facto, a economia colonial tinha sido pensada e estruturada em função da exploração da mão de obra e dos recursos existentes, para o enriquecimento da metrópole. Os libertadores de Moçambique esqueceram-se de se libertar desta lógica. Em parceria com os mesmos europeus e americanos que hoje os acusam de incitar Dhlakama a rebelião, adoptaram os mesmos esquemas da economia colonial, em função  do próprio enriquecimento. É evidente, portanto, que não há nenhuma “mão externa” na questão política moçambicana. As mesmas razões que levaram os libertadores a combater o colonialismo português são as mesmas que levam os partidos de oposição a protestar contra a governação da Frelimo.


                                                                                                       Alfredo Manhiça  


quinta-feira, fevereiro 26, 2015

Desconhecidos assaltam Conselho Municipal de Nampula

Um grupo de indivíduos ainda a monte arrombou, na noite da terça-feira (24), a porta de um dos compartimentos do Conselho Municipal da Cidade de Nampula, onde funciona o sector dos Recursos Humanos, tendo-se apoderado de um dos computadores que continha dados referentes a trabalhadores afectos àquela instituição.

quarta-feira, fevereiro 25, 2015

MDM propõe lei de apartidarização das instituições públicas à Assembleia da República

A bancada parlamentar do Movimento Democrático de Moçambique anunciou, esta segunda-feira, que submeteu, no dia 16 de Fevereiro, à Assembleia da República um projecto de lei de apartidarização das instituições do Estado.
Trata-se de um instrumento legal que tem por objectivo estabelecer limites da actuação dos partidos políticos nas instituições públicas, para prevenir privilégios ou discriminações com base na opção política dos cidadãos.
No entender da terceira força política com assento parlamentar, deve-se, com urgência, interditar o funcionamento de células partidárias, reuniões e outros actos tendentes a promover um partido político ou os seus associados nas instituições públicas, ministérios,  universidades, escolas, hospitais, empresas públicas ou participadas pelo Estado. O MDM exige ainda a proibição da concessão de privilégios e vantagens baseada em opções políticas e ideológicas de índole partidária.

Fonte: O País – 24.02.2015

Nota: abre aqui para ser o projecto lei

terça-feira, fevereiro 24, 2015

Governo e Renamo prolongam missão EMOCHIM

No último dos 135 dias inicialmente estabelecidos para o mandato da Equipa de Observação da Cessação das Hostilidades Militares (EMOCHM), o Governo e a Renamo activaram, de forma tácita, a cláusula que estabelece a extensão da missão, prevista na Lei de Cessação das Hostilidades. No meio da extensão, o Governo e a Renamo divergem quanto ao período de duração da nova missão.
A extensão do mandato é uma decisão que contraria as intensões do Governo, o qual defendia não haver condições para a sua continuidade.
Ontem, segunda-feira, o diálogo cumpriu a ronda 95 e teve como único ponto de agenda a discussão do mandato da EMOCHM.

Fonte: O País – 24.02.2014

segunda-feira, fevereiro 23, 2015

@Verdade EDITORIAL: A desobediência política em marcha

Parece que se tornou moda os membros seniores dos partidos políticos estarem a brincar com o povo, apesar de todo o sofrimento por que o mesmo tem estado a passar ultimamente. Ora, é a Renamo e o seu líder Afonso Dhlakama, que ameaçam dividir o país a todo custo, sem deixar de lado os seus recursos de guerra, ora é a Frelimo que está a enviar os seus membros seniores para, supostamente, tranquilizarem a nação afirmando que “não haverá divisão nenhuma e nem o tal governo autónomo existirá”.
A situação que iria abrir um precedente para tensão política foi colocada de lado depois dos encontros entre o Presidente da República, Filipe Nyusi, e Afonso Dhlakama, poderá ressurgir, em virtude dos pronunciamentos de desvalorização da Renamo e do seu líder, e da rejeição antecipada, pela Frelimo, do projecto sobre a implantação das regiões autónomas nas províncias onde o maior partido da oposição em Moçambique reclama a vitória nas últimas eleições gerais.

sábado, fevereiro 21, 2015

Reflexão sobre uma oposicão sólida

Estou aqui reflectindo sobre como seria recebida por muitos moçambicanos e amigos de Moçambique, uma notícia na STV Noite Informativa em que se dizia: Os líderes dos principais partidos da oposição encontraram-se numa instância turística do país para discutir sobre as províncias autónomas e despartidarização do Estado. No dia seguinte, a notícia seria veiculada nos jornais nacionais. Nas suas capas viria uma imagem grande de Afonso Dhlakama, Daviz Simango e Raúl Domingos.
Apenas uma reflexão NÃO SOLTA.

P.S: Refrescando a memória: como foi quando sob mediação de Manuel de Araújo, Afonso Dhlakama e Raúl Domingos se encontraram em Quelimane depois de sensivelmente doze (12) anos?

Expropriação de terras é neocolonialismo em Moçambique, acusam camponeses

"O colonialismo português está de volta" é o título de um novo relatório sobre os negócios fundiários em Moçambique, centrado no Corredor de Nacala, no norte do país.

O documento resulta de uma pesquisa realizada pela União Nacional dos Camponeses de Moçambique (UNAC), e a Grain, uma organização não-governamental espanhola. O documento revela várias irregularidades e violações, como, por exemplo, nomes de empresas dúbias registadas em paraísos fiscais e ligadas às elites moçambicanas.
Constam do relatório também nomes da elite portuguesa. Para saber mais, a DW África falou com Vicente Adriano, investigador que trabalha para a UNAC.

DW África: Em que medida estes negócios com estas grandes empresas puseram em causa as atividades da população residente na área do Corredor de Nacala?

Os ladrões descem às bases onde roubaram votos

Por Adelino Timóteo

No meu país, os ladrões nunca explicam os seus actos. No meu país, uma vez apanhados, os ladrões arranjam alguém que explica os seus actos e omissões, que passa por ocultar como procederam ao roubo. No meu país, aos ladrões está garantido o anonimato. O silêncio é um instrumento de culto, um manual que lhes explica como devem ficar calados até que a memória colectiva se esqueça da defraudação de que foi vítimas. No meu país, os ladrões instituíram a cultura, não de negarem o roubo, mas de se mostrarem serenos e tranquilos, depois de praticarem as suas ilicitudes, como se nada de anormal se esteja a passar, e, vai daí, que se entretêm à espera das notícias da Televisão e Rádio, que explicam que eles nada têm a ver com aquilo de que vêm sendo acusados.

No meu país, enquanto o ladrão se fecha em copas, lá surge uma pessoa supostamente idónea, formada, competente o suficiente para arrumar o assunto, aligeirando o roubo, numa linguagem que afaste exponencialmente a culpa, e logo torne uma ilicitude subjectivamente em algo desculpável.

Relatório da União Europeia sobre Eleições de 2014

Aqui está o relatório final da União Europeia sobre as Eleicões Gerais, Presidenciais e Provinciais de 15 de Outubro de 2014:

Eneas Comiche garante que regiões autónomas serão chumbadas na Assembleia da República

A garantia foi deixada durante o contacto com a população da localidade de Mavume, distrito de Funhalouro. Comiche defendeu a recusa do voto, alegando que “queremos um país uno e indivisível com um único governo”.
Antes de Mavume, Comiche escalou o povoado de Ridjwe, também em Funhalouro, onde também fez menção à proposta da Renamo de estabelecimento de regiões autónomas, tendo na ocasião, frisado que as eleições do passado dia 15 de Outubro foram gerais e não regionais, dai que não há espaço para acomodar a intenção do maior partido da oposição.

Fonte: O País – 20.02.2015

quinta-feira, fevereiro 19, 2015

“Quelimane ainda não tem lixeira devido à mesquinhez partidária

Manuel de Araújo fala sobre os entraves ao desenvolvimento do município a que preside devidos à rivalidade partidária, recusa calar as ideias para o MDM e o país e dá nota 11 ao novo Governo.
Em entrevista à STV em 2011, quando concorria às eleições intercalares, disse que a prioridade eram as infra-estruturas porque, nos últimos 35 anos, tinham sido negligenciadas pela Frelimo. Três anos anos depois, que infra-estruturas foram erguidas no município que dirige?
Várias. Começando pela pavimentação de ruas - anualmente, pavimentamos cerca de 5 a 10 quilómetros, e o plano é o de, nos próximos dois, pavimentar as estradas que levam a todos os Postos Administrativos. À medida que conseguirmos mais recursos, tanto dos parceiros como das taxas cobradas, vamos reabilitando ou construindo mais infra-estruturas. Além disso, construímos 14 sanitários públicos na cidade - os munícipes faziam necessidades nas ruas por não terem onde se aliviar -, mais 40 fora. Construímos de raiz 14 silos para gestão dos resíduos sólidos e tem sido prioridade fazer poços de água nos bairros.

“Moçambicanos milionários” guardam dinheiro em contas sigilosas num banco privado na Suíça

Maria Ernestina Marques, Demetra Neophitou, Fahar Merchant, Kanji Ved Rupak, Mahomed Irfan e Rashid Abdul são nomes de supostos “moçambicanos milionários” titulares de contas secretas no banco privado suíço HSBC, conforme alude a Swiss Leaks, um Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo (ICIJ, sigla em inglês), que, pela sua descrição, se pode concluir que até à descoberta da fraude os donos dos dinheiros movimentados “clandestinamente” não pagavam taxas às autoridades locais nem à instituição que detinha o controlo dos seus montantes.
Consta que a maioria dos donos de contas bancárias no HSBC são criminosos de guerra, sonegadores fiscais, políticos corruptos e empresários desonestos. Por outras palavras, esta instituição financeira serve de intermediária para os seus clientes esconderem dinheiro drenado dos países de origem sem, no entanto, ser submetido à legislação suíça (offshores) para efeitos de taxas. Ler mais (@Verdade)

terça-feira, fevereiro 17, 2015

Balanço crítico da UE sobre as eleições gerais em Moçambique

Missão de Observação Eleitoral da União Europeia em Moçambique apontou no relatório final irregularidades no apuramento, uma campanha desequilibrada, desrespeito pela legislação moçambicana e convenções internacionais.

A Missão de Observação Eleitoral da União Europeia em Moçambique (MOE-UE) teceu críticas ao processo de apuramento de votos nas eleições gerais de 15 de outubro passado, considerando que teve alguns efeitos negativos mas que não alteraram o resultado final.

Eleições em Moçambique aquém dos mínimos legais -- UE

A Missão de Observação Eleitoral da União Europeia em Moçambique (MOE-UE) apontou hoje, no relatório final sobre as eleições de 15 de outubro, irregularidades no apuramento, após uma campanha desequilibrada, desrespeitando a legislação moçambicana e convenções internacionais.
O relatório final, apresentado hoje em Maputo pela chefe da MOE-EU, a eurodeputada holandesa Judith Sargentini, considera que os problemas registados no apuramento e a "desequilibrada campanha eleitoral" ficam "aquém dos compromissos estabelecidos pela legislação eleitoral moçambicana e pelas convenções internacionais subscritas pelo país".

segunda-feira, fevereiro 16, 2015

As províncias autónomas da Renamo

Depois dos apertos de mão e sorrisos entre Nyusi e Dhlakama há duas questões fundamentais a reter.

O país desanuviou, baixou a tensão. Aconteceu o que, provavelmente, já deveria ter acontecido há vários meses.

Mas, por outro lado, há o choque do país que pensa, que foi tomado de surpresa pelo aparente consenso sobre as “regiões autónomas”, quando psicologicamente e em surdina, o mesmo país dos pensadores estava preparado para receber apenas a notícia da inclusão de alguns vice-ministros, PCAs de empresas públicas, até reitores de universidade, como concessões à oposição.

Novo cardeal moçambicano espera clima de diálogo entre novo governo e oposição

O segundo cardeal moçambicano da história de Moçambique, Júlio Duarte Langa, considerou hoje em Roma que as últimas eleições no país "não foram muito transparentes" mas espera que governo e oposição mantenham um clima de diálogo.

"As eleições [gerais de outubro de 2014] não foram muito transparentes, ao contrário do que seria desejável, e a oposição estava numa atitude de contestar, talvez até com certa violência", recordou Júlio Duarte Langa, durante uma conferência de imprensa conjunta com o cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, que decorreu no Colégio Pontifício Português, em Roma.

Renamo boicota sessão da Assembleia Provincial em Sofala

Membros da Assembleia Provincial de Sofala (APS) pertencentes à Renamo boicotaram, no passado sábado, a primeira sessão extraordinária do órgão, que tinha como objectivo central eleger o presidente e dois vice-presidentes.
Os membros da “perdiz” reivindicavam o facto de oito dos seus 45 membros eleitos nas eleições de Outubro passado terem sido impedidos de tomar posse, na passada sexta-feira, por alegados erros ortográficos notados nas listas enviadas pelo Conselho Constitucional, em relação aos seus documentos de identificação.
A Renamo concluiu que se tratava de uma manobra que visava diminuir o número dos seus membros para a sessão que tinha sido agendada para o dia seguinte, sábado, que tinha em vista a eleição do presidente e dois vice-presidentes.
Aquando da tomada de posse, a “perdiz” ameaçou não tomar parte da primeira sessão, caso a situação não ficasse regularizada e acabou cumprindo com a promessa, pois na manhã do sábado apenas 37 membros da Renamo tinham tomado posse.

Fonte: O País – 14.02.2014

sábado, fevereiro 14, 2015

UP vai admitir alguns estudantes automaticamente

Depois terem visto seus bens destruídos e sonhos engolidos pela fúria das cheias, os candidatos ao igresso à Universidade Pedagógica de Moçambique, recebem uma boa notícia. A Universidade Pedagógica irá admitir automaticamente os aspirantes que não tiveram acesso aos exames de admissão devido às enxurradas no centro e norte de Moçambique.
A informação foi dada ontem, sexta- feira, pelo reitor daquela instituição, a Rogério Utui quando da abertura do ano académico.Rogério Utui aproveitou a ocasião para anunciar a entrada em funcionamento do curso de medicina humana, um ramo que irá funcionar na Maxixe, província de Inhambane.
A Universidade Pedagógica completa, este ano, três décadas de existência e conta actualmente com cerca de cinquenta mil alunos e uma equipe de mais de dois mil docentes.
Fonte: O País – 14.02.2015

Ivone Soares eleita Coordenadora do Grupo Nacional do Parlamento-Africano

A chefe da Bancada Parlamentar da Bancada da Renamo, Ivone Soares, foi eleita hoje, sexta-feira, Coordenadora do Grupo Nacional do Parlamento-Africano pela Assembleia da República (AR). O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) queixa-se, mais uma vez, de exclusão.
A Composição do Grupo Nacional para representar a Assembleia da República no Parlamento Pan-Africano foi o ponto mais polémico do segundo dia na AR. A proposta apresentada inclui apenas deputados da Frelimo e da Renamo.


Fonte: O País – 13.02.2015

sexta-feira, fevereiro 13, 2015

Frelimo consegue maioria e lidera quatro Comissões de Trabalho

A bancada parlamentar da Frelimo vai presidir a quatro Comissões de Trabalho na Assembleia da República (AR), a RENAMO ficou em segundo lugar com três e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) ficou com apenas uma - a Comissão de Ética Parlamentar.
A Frelimo lidera a Presidência das Comissões de Assuntos Constitucionais, Direitos Humanos e de Legalidade; Plano e Orçamento; Assuntos Sociais e de Género, Tecnologias e Comunicação Social; Agricultura, Economia e Ambiente.
A Renamo preside às Comissões de Administração Estatal e Poder Local; Segurança e Ordem Pública; Relações Internacionais, Cooperação e Comunidades; Petições, Queixas e Reclamações.

Fonte. O País - 13.02.2015

O que defendemos? - Por Daviz Simango

O MDM proclama como sua doutrina a solidariedade, a justiça e a liberdade, comprometendo- se, assim, com os valores mais nobres da democracia. Reconhece a PESSOA HUMANA como o centro e razão fundamental de todo o processo social, económico e político e afirma que o Estado deve estar sempre ao serviço do cidadão e não o contrário.

O MDM considera como fundamental, para a existência de um MOÇAMBIQUE PARA TODOS, uma efectiva igualdade de oportunidades que permita a todos os cidadãos, iguais condições de desenvolvimento e pugna por valores nobres como a verdade, a seriedade, o realismo, a responsabilidade e o comprometimento.

Ivone Soares vai chefiar bancada da Renamo

Ivone Soares vai chefiar a bancada parlamentar da Renamo, de acordo com fontes próximas ao partido. Licenciada em ciências da comunicação, Ivone Soares, 35 anos,  ocupa o cargo de deputada da Renamo desde 2010.
Sobrinha de Afonso Dhlakama, Soares escreve em vários jornais, tem alguns blogues na internet e está na lista das 50 personalidades emergentes em África. A nomeação foi feita pela The Africa Report, na edição de agosto e setembro, de 2014.
Para já, a actual chefe da bancada parlamentar da Renamo, acaba de confirmar a STV, que não vai continuar na liderança da sua bancada.

Fonte: O País - 11.02.2015

Dhlakama anuncia que nova região autónoma de Moçambique será decidida no parlamento

O presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, anunciou hoje que a sua reivindicação de uma região autónoma no centro e norte de Moçambique, será decidida no parlamento, esperando que o partido maioritário respeite os entendimentos alcançados com o Governo.

"O Presidente entendeu [as exigências] e a Renamo tem de apresentar um anteprojecto, que será submetido à Assembleia da República, no compromisso de que as bancadas terão de levar a sério, porque não será um anteprojeto normal em que a oposição apresenta e a bancada maioritária chumba", disse o líder do maior partido de oposição, após uma nova ronda negocial com o Presidente, Filipe Nyusi.

sábado, fevereiro 07, 2015

– DEPUTADOS DA RENAMO TOMAM POSSE BREVEMENTE

O líder da Remano e maior partido da oposição, Afonso Dhlakama, garantiu que os 89 deputados eleitos à Assembleia da República (AR), parlamento moçambicano, assim como os mais de 200 membros das Assembleias Provinciais (AP) vão, dentro em breve, tomar posse naqueles órgãos legislativo e fiscalizador.

Dhlakama, que não avançou datas exactas para a efectivação do acto, disse todavia que a sua decisão resulta do encontro bastante frutífero que manteve hoje com o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, em Maputo, onde discutiram uma vasta gama de assuntos (pendentes e novos), cujos detalhes se escusou de revelar.

quinta-feira, fevereiro 05, 2015

Os caminhos para a paz

Por: Jeremias Langa

As celebrações do 3 de Fevereiro deixaram-nos transparecer o quão a Frelimo e o seu Governo estão profundamente divididos na abordagem ao diálogo político com a Renamo. De um lado, o do Presidente da República e seu Primeiro-Ministro, temos a imagem da serenidade e abertura incondicional a conversar com Afonso Dhlakama. De outro, o do Presidente do Partido, seu Secretário-Geral e apaniguados mais próximos, a imagem sombria, nervosa, agressiva e impaciente.

Magnânimo, e alheio a todo o ruído que o seu próprio partido faz, em torno do assunto, Filipe Nyusi mantém-se fiel e coerente ao seu discurso de posse e continua a surpreender tudo e todos pela sua inesperada firmeza até perante aqueles que esperavam que lhes devesse vénias.

quarta-feira, fevereiro 04, 2015

"Quem deu ordens para a fraude, a fim de arrancar a vitória, tinha consciência (ou devia tê-la) de que as consequências poderiam ser estas que agora estamos a viver"

MARCO DO CORREIO por Machado da Graça

Meu caro Júlio

Espero que estejas bem de saúde, assim como toda a tua família. Do meu lado está tudo normal.

O que não está nada normal é o estado em que está o nosso país. De dia para dia a tensão aumenta e qualquer faísca pode fazer-nos mergulhar outra vez no tiroteio.

A sensação que eu tenho é que nenhum dos lados, Governo e Renamo, sabe qual é a saída para este impasse e, portanto, ambos os lados estão a fugir para a frente. E, para a frente, significa o desastre.

Ou, talvez seja melhor dizer que ambos os lados sabem qual é a saída mas nenhum está disposto a seguir por esse caminho porque isso afectaria a sua imagem pública.

terça-feira, fevereiro 03, 2015

MDM acusa Conselho Constitucional de dividir e lançar incertezas

O líder do MDM (Movimento Democrático de Moçambique), terceiro maior partido moçambicano, acusou hoje o Conselho Constitucional de dividir o país e mergulhá-lo num "mundo de incertezas", ao validar os resultados das eleições gerais de 15 de Outubro.
"Dirijo-me aos compatriotas numa altura em que a soberania que reside no povo foi simplesmente usurpado pelo Conselho Constitucional, negando aos moçambicanos os direitos constitucionais", declarou Daviz Simango, numa mensagem divulgada a propósito do Dia dos Heróis, que se assinala hoje em Moçambique.

segunda-feira, fevereiro 02, 2015

Polícia deteve homem suspeito de envenenar bebida que intoxicou 43 pessoas

A polícia deteve um homem suspeito de envenenar uma bebida tradicional chamada maheu, feita à base de farinha de milho e açúcar, que provocou intoxicação em 43 pessoas em Manica, centro, disse hoje à Lusa fonte policial.
“Foi detido no sábado um homem, proprietário da bebida que causou intoxicação a 43 pessoas em Macate, mas as investigações continuam, sobretudo para cruzar os resultados laboratoriais e identificar a substância usada”, explicou Belmiro Mutadiua, porta-voz do Comando da Polícia de Manica.

domingo, fevereiro 01, 2015

MDM anuncia luta a favor da despartidarização do Estado

Daviz Simango anuncia iniciativas legislativas para a actual legislatura.
Em Moçambique, a despartidarização do aparelho do Estado, particularmente dos órgãos da justiça e a transparência na gestão dos recursos naturais vão constituir as duas grandes bandeiras do MDM para a próxima legislatura.
A garantia foi dada pelo presidente daquele partido, na oposição, que anuncia, em entrevista à VOA, a apresentação para breve de duas propostas de lei nesse sentido.
Na Beira, cidade de que é presidente, Daviz Simango aponta como grande desafio a erosão costeira. Esta semana o município lançou os esporões para fazer a protecção.
Entretanto, a aplicação do "master plan", com todas as suas valências, constitui outra grande preocupação do autarca, sem esquecer as vias de transporte e o acesso ao porto sete.
Questionado sobre o relacionamento com o Governo,  quando se fala de um cerco do Executivo para dificultar o seu trabalho, Daviz Simango diz ser sempre uma pedra no sapato.

Fonte: Voz da América – 30.01.2015

Elísio Macamo baniu-me do seu mural

Acabo de ser banido por Elísio Macamo que sem lhe ofender e sem mesmo lhe ofender estava a lhe questionar sobre o seu último post. O Elísio diz que não houve fraude eleitoral.