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sexta-feira, novembro 14, 2014

Autoridades têm pistas sobre o rapto de Bachir Sulemane

O vice-ministro do Interior afirmou que as autoridades têm pistas sobre o caso do rapto de Bachir Sulemane, na quarta-feira, mas questionou a razão de o empresário ter "dispensado" a sua segurança pessoal nesse dia.
José Mandra, em declarações divulgadas, esta sexta-feira, 14, pela estação de televisão privada STV, considerou que as investigações da polícia devem "ter em conta" o facto de o empresário, que se encontra presumivelmente em cativeiro há cerca de 48 horas, ter dispensado a sua segurança pessoal "precisamente naquele dia".

"Sabendo que o senhor Bachir tinha segurança pessoal e nesse dia [do rapto], pelas informações que tenho, ele a dispensou, por que é que a dispensou e precisamente naquele dia? É um aspecto que é preciso termos em conta", afirmou o vice-ministro do Interior.

Momade Bachir Sulemane, um dos mais proeminentes empresários moçambicanos, foi raptado na quarta-feira junto ao centro comercial Maputo Shopping Centre, de que é proprietário, alegadamente por quatro homens armados, segundo testemunhas que se encontravam no local, uma zona movimentada da baixa da capital moçambicana, próxima do Gabinete do primeiro-ministro e do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Informações avançadas pela imprensa dão conta de que o grupo de raptores já se encontraria nas imediações há várias horas e "até mandaram lavar o carro", mas só atacaram a vítima quando ela se preparava para sair de uma mesquita, situada no interior do complexo comercial.

"Há alguma pista, mas não tive um diálogo técnico para ter informações à altura de dizer se essas pistas são consistentes. Confiemos nos nossos colegas para que cedo ou tarde se possa esclarecer", afirmou José Mandra, exortando a população a ter "alguns cuidados básicos" para evitar ser vítima de rapto.

"Temos consciência de que há raptos no país, portanto, (…) é preciso algum cuidado, porque é difícil a polícia imaginar as artimanhas dos criminosos", referiu.

Bachir Sulemane, fundador do Grupo MBS Lda, foi classificado pelo Governo norte-americano como um "barão da droga", em 2010, uma acusação nunca comprovada pelos Estados Unidos e sempre rejeitada pelo empresário.

Na sequência deste anúncio, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos congelou todos os bens que Bachir Sulemane possuía neste país, proibindo empresas norte-americanas de manterem relações comerciais com o Grupo MBS Lda, que detém o Maputo Shopping Centre.

Após as acusações das autoridades norte-americanas, a Procuradoria-Geral da República iniciou um processo de averiguação, do qual concluiu não haver "indícios suficientes" do envolvimento do empresário com o tráfico de drogas.

No seu relatório datado de 2011, a PGR disse ter encontrado apenas ilícitos de natureza fiscal e aduaneira, mas a embaixada dos EUA em Maputo manteve que existem "evidências suficientes para a designação do senhor Bachir como barão de droga".

Na sua edição de hoje, o jornal O País, editado em Maputo, avança que, desde o início da onda de raptos, em 2011, mais de 100 pessoas terão já sido vítimas deste tipo de crime, tendo o ano de 2013 sido o mais dramático com cerca de 60 casos registados.


Fonte: Lusa – 14.11.2014

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