População protesta contra o baleamento de um jovem.
Esta é a terceira vez em que polícias da mesma esquadra matam pessoas indefesas sem que nada lhes aconteça.
M ais de uma centena de pessoas no bairro T3, no município da Matola, em Maputo, amotinaram-se, ontem, na esquadra local em protesto contra a alegada má actuação dos agentes da Lei e Ordem, por terem supostamente baleado mortalmente um jovem de 31 anos de idade, sem que tenha cometido alguma irregularidade.
O malogrado, que em vida respondia pelo nome Alfredo Tivane, era condutor de uma viatura de transporte semi-colectivo, vulgo “chapa 100”, que fazia o trajecto Museu-T3. O mesmo teria sido interpelado pela polícia, por volta das 23h00, e logo depois de estacionar o carro foi alvejado na cabeça, por um dos agentes da corporação, tendo perdido a vida já a caminho do hospital.
Esta notícia chocou os moradores do bairro, o que fez com que, logo às primeiros horas de ontem, adultos e crianças acorressem à esquadra para exigir que fosse feita justiça, situação que gerou uma autêntica confusão. Os populares quase invadiam a esquadra à procura do autor do crime. Em algum momento, a polícia não conseguiu controlar a fúria popular.
Mesmo depois de longas horas de conversações com os oficiais da polícia, os populares não se convenceram e começaram a arremessar pedras para a esquadra, o que obrigou a polícia a responder com tiros.
Primeiro, usou balas de borracha, mas, porque eram poucas, não demoraram acabar. A população continuava a atirar pedras. Era um autêntico cenário de guerra. Sem balas de borracha, mas com a fúria popular cada vez mais intensa, a polícia teve de recorrer a balas verdadeiras, disparando-as para o ar. Foi assim que, finalmente, conseguiu dispersar a multidão.
Na verdade, a morte de Alfredo Tivane serviu apenas de pretexto para a manifestação popular contra a alegada má actuação da polícia. Eduardo Nhalungo, um dos moradores do bairro, diz que esta é a terceira vez em que polícias da mesma esquadra matam pessoas indefesas, sem que nada lhes aconteça.
Fonte: O País online - 21.03.2013
Eu queria muito que houvesse o mesmo barulho que houve no caso do taxista.
ResponderEliminarEu também queria o mesmo, Nelson, ainda que este tipo de acto seja frequente para com a PRM.
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