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sábado, janeiro 19, 2013

CANAL DE MOÇAMBIQUE PRECISA DE PERITOS PARA DECIFRAR E-MAILS

Por Gustavo Mavie

Maputo, 18 Jan (AIM) - Quando li o artigo do “Canal de Moçambique”, intitulado “Podridão na Imprensa Pública”, publicado na edição de 16 do corrente mês, no qual aponta-me como tendo enviado um artigo sobre a greve dos médicos à Assessora de Imprensa do Primeiro-Ministro, Celina Henriques, apercebi-me que este semanário precisa de contratar peritos capazes de decifrar correctamente os "e-mails" que "interceptam" ou que lhes são (re) enviados.

Estou convencido que se tivessem contratado os referidos peritos provavelmente não teriam cometido o erro de acreditar que enviei a referida notícia para ser sujeita a um crivo ou censura pela Celina Henriques.


Isto porque a censura ocorre antes da publicação de uma notícia e nunca depois. No caso vertente, a senhora Celina Henriques recebeu a notícia no dia seguinte, ou seja depois de a mesma ter sido distribuída via Internet pela AIM no país e resto do mundo.

Vinco que enviei a minha notícia à Celina Henriques e ao Director do GABINFO, Ezequiel Mavota, na segunda-feira dia 07 de Janeiro corrente, depois de ter sido editado e distribuído pela AIM no dia anterior, ou seja, no Domingo dia 06, como se pode ver neste enxerto da notícia já editada no Domingo que eu também recebi mais tarde: -Original message-
From: Redaccao da AIM
Sent: Sun 06-01-2013 21:14
Subject: (AIM) - 0113PEX – GOVERNO TRABALHA NA ADOPÇÃO DO NOVO SALÁRIO PARA OS MÉDICOS E OUTROS FUNCIONARIOS
To: Gastavo Mavie ;

0113PEX – GOVERNO TRABALHA NA ADOPÇÃO DO NOVO SALÁRIO PARA OS MÉDICOS E OUTROS FUNCIONARIOS

Por Gustavo Mavie, da AIM

Maputo, 06 Jan (AIM) – O Primeiro-Ministro moçambicano, Alberto Vaquina, trabalhou durante o final de semana com os Ministros da Saúde, da Função Pública e o Vice-Ministro das Finanças, Alexandre Manguele, Vitória Diogo e Pedro Couto respectivamente. como se pode depreender da cópia publicada no próprio Canal em que está patente Date: Mon, Jan 7,2013 (ou Data: Segunda-Feira, 7 de Janeiro de 2013, às 2,19 minutos da tarde).

Para provar que a notícia foi distribuída no Domingo basta verificar o sistema informático instalado na AIM para a distribuição do seu serviço noticioso pelo mundo inteiro, incluindo instituições e órgãos de informação tais como o “Notícias”, “O País”, o “Diário de Moçambique”, a “Rádio Moçambique”, entre outros.

Os leitores com acesso ao serviço da AIM podem confirmar que a notícia já havia sido distribuído no Domingo e que a mesma foi enviada ao Director Mavota e à Celina Henriques no dia seguinte.

Naturalmente, poderão facilmente confirmar que era impossível fazer um crivo, a menos que para o “Canal de Mocambique” o alegado crivo implique uma revisão a posteriori de uma notícia em circulação pelo mundo inteiro.

Aproveito dizer que em toda a minha carreira jornalística nunca fui censurado, quer na AIM, bem como em todos os outros órgãos onde trabalhei ou colaborei como são os casos da Rádio Moçambique, Televisão de Moçambique, jornais Savana, Notícias, Domingo, Diário de Moçambique, Zambeze, revista Tempo e em muitas outras publicações do país e do resto do Mundo.

O que já me aconteceu é alguns entrevistados pedirem ver o artigo antes da sua publicação. E mesmo assim, apenas para ver se as suas palavras foram fielmente reproduzidas.

Quem reler a cópia que o Canal publicou na sua tentativa de provar que eu a teria enviado para ser censurada, repito que verá que tem a Date: Mon, Jan 7, 2013 at 2:19 PM, enquanto a que foi distribuída por Muchano ostenta a data de Domingo 06 deste Janeiro, às 22:13 horas.

Quem não tiver como acessar o sistema da AIM, poderá deslocar-se as nossas instalações e verá que a minha notícia foi distribuída à noite de Domingo muito antes de enviá-la à Celina Henriques na tarde de Segunda-feira.

Assim sendo, como é que o Canal explica fazer censura de uma notícia distribuída no dia anterior?

O Canal tenta valer-se da mensagem que antecede a notícia para sustentar a sua alegação, mas o certo é que esta mensagem era apenas para explicar a razão que me levou a escrever aquela notícia baseada numa entrevista que fiz ao Ministro da Saúde, por via telefónica, no fim da tarde de Domingo.

De facto, a mensagem que enviei a Celina Henriques é a mesma que enviei a muitas outras pessoas e não específica que o texto destinava-se exclusivamente a Assessora do Primeiro-ministro.

Aliás, tenho estado a enviar à Celina Henriques e ao Director Mavota as minhas notícias muito antes de assumirem os cargos actuais, porque fazem parte do círculo de pessoas com quem partilho os meus artigos.

No caso de Mavota, além de sermos colegas de profissão há várias décadas, também fomos colegas no ensino superior. Quanto à Celina, fazemos parte da mesma rede Internauta há um par de anos quando ela ainda vivia e trabalhava na Beira. Isto pode se provar nos Facebooks ou mesmo “interceptando” o seu arquivo de e-mail, já que o Canal possui essa capacidade.

Na verdade, sou forçado a acreditar nas pessoas que me advertiram que a publicação da notícia na edição de 16 deste mês, como prova de que os meus artigos são crivados antes de se publicarem, é parte da campanha de tentar manchar o meu bom nome a que certos pseudos jornais têm estado a levar a cabo contra mim por razões que só os donos desses jornais sabem.

Digo isto porque podiam ter evitado a publicação desta mentira, se me tivessem questionado a razão que me levou a enviar a referida notícia à Celina, como mandam as regras básicas do jornalismo. Estas regras recomendam que se devem ouvir todas as partes antes de apontar o dedo acusador.

Lamentavelmente, parece que essas regras não estão sendo respeitadas por alguns dos colegas no nosso país, o que mancha os verdadeiros jornalistas, por causa de alguns colegas que passam a assassinar o carácter de pessoas inocentes.

Gosto muito de ver o sucesso dos outros e nunca morri de inveja por aqueles que são bem-sucedidos na vida. Por isso, aconselho os meus colegas do Canal a serem mais rigorosos e a pautarem apenas pela verdade, porque estarão a prestar um bom serviço para si mesmos, conquistando uma maior credibilidade e, consequentemente, mais leitores.

Não é difamando pessoas apenas por terem uma percepção errada de que são acérrimos defensores do Governo do dia ou seus arautos, como me rotulou o antigo arauto do governo, Machado da Graça, na última edição do Savana e que agora é um fiel arauto da oposição.

A ele agradeço saber que afinal sou arauto do governo do meu país e se de facto o faço tão bem, sinto me orgulhoso, porque sentir-me-ia mal se fosse arauto das chancelarias como o são alguns compatriotas em troca de alguns dólares.

É caso para dizer que se eu sou arauto do governo, de quem é ele arauto? Não se esqueça do sábio ensinamento de Jesus Cristo, de que antes de tentar tirar o argalho que está no olho do outro, tire primeiro o seu.

Como tem visto, eu pauto por um jornalismo de assuntos ou causas, e nunca de julgar os outros e muito menos colegas, porque não quero julgar os outros. Aos que acusam outros jornalistas chamo-os atenção para que não se esqueçam a pior coisa que um ladrão pode fazer é roubar a um polícia, do mesmo modo que o pior erro dum jornalista é acusar outro jornalista sem justa causa. Difamar colegas equivale a roubar a um polícia.

Vou terminar aqui porque entendo que a difamação da minha pessoa é algo normal para certos órgãos de comunicação e, como não há mal que não baste, já estou vacinado. Talvez porque ser difamado na imprensa pasquim moçambicana tornou-se tão comum que já ninguém mais liga, porque sabe-se de antemão que é a única coisa que alguns pseudos jornalistas sabem fazer.

No lugar de discutir assuntos, discutem pessoas e problemas, o que prova que têm cabeças pequenas e não grandes cabeças que são as que produzem milagres.

Estes pseudos jornalistas se arvoram em verdadeiros juízes que sentenciam todos à revelia como o fizeram com esta alegação de que os meus artigos são sujeitos a um crivo antes da sua publicação.

Peço desculpas, mas alguns dos que pululam nas redacções não dariam sequer para serem porteiros de uma verdadeira empresa jornalística. É por isso que os pseudos jornais produzem têm uma tiragem insignificante e a sua existência deve-se as chancelarias que injectam dólares para a sua manutenção porque pensam que servem os seus interesses. No dia em que tais injecções pararem, não tardará muito a caírem na falência, a menos que passem a ser jornais que apenas veiculam a verdade em forma de notícia.
(AIM)
GM/SG

(AIM)

Fonte: AIM - 18.01.2013

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