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quinta-feira, setembro 13, 2012

Mariano Matsinha confirma tese de que Samora tinha sido isolado pelas Forças de Defesa

“Fazíamos a recolha de informações que eram disponibilizadas a quem de direito que, inexplicavelmente, não fazia uso delas (...). a verdade é que os camaradas da defesa não eram muito honestos, pois não diziam toda a verdade do que estava a acontecer ao comandante-em-chefe. (...) é verdade que as relações de Samora e as Forças Armadas do país não eram saudáveis”, afirma Matsinha.


O histórico combatente da Frelimo e antigo ministro de Segurança, Mariano Matsinha, confirma a tese de que Samora Machel tinha sido isolado e deixado à sua sorte pelas Forças de Defesa e Segurança.

Na obra “Um homem, mil exemplos: a vida e luta de Mariano de Araújo Matsinha”, recentemente lançada em sua homenagem, o combatente afirma que alguns “camaradas” sonegavam informações importantes ao presidente Samora sobre a sua própria segurança e do grupo que ele comandava.

“O SNASP voltou a dedicar-se exclusivamente à tarefa de se infiltrar nas fileiras da Renamo e colher informações. Fazíamos a recolha de informações que eram disponibilizadas a quem de direito que, inexplicavelmente, não fazia uso delas”, conta o combatente, acrescentando que “falei com o general Mabote, mas tudo continuou na mesma. Fui ter com o presidente Samora quando isso aconteceu em Inhambane, mas quando a eles perguntava, estes desmentiam o que lhe havia dito”.

Segundo conta na obra, as previsões e informações recolhidas pelo Serviço Nacional de Segurança Popular (SNASP), de que fazia parte, vieram a confirmar-se e estes ficaram cercados pelo inimigo.

“Infelizmente, pouco tempo depois, aconteceu o que nós do SNASP havíamos dito e previsto. a verdade é que os camaradas da defesa não eram muito honestos, pois não diziam toda a verdade do que estava a acontecer no terreno ao comandante-em-chefe. Foi assim que, em 1982, Samora declara: ´estamos cercados´”, conta.

Fonte: O País online - 13.09.2012

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