Por Lázaro Mabunda
A tradição, atestada pelos estatutos da Frelimo, mostra que o poder, na
verdade, está no partido, mais do que no Governo. Isto é, o presidente do
partido é mais poderoso do que o Presidente da República ou Chefe do Estado.
O Comité Central do Partido Frelimo decidiu, na última sessão, terminada no
domingo passado, que Armando Guebuza, actual Presidente da República e do
partido, é candidato à sua própria sucessão na liderança do partido
governamental. Esta decisão confirma a tese de alguns membros do partido de que
“Guebuza é candidato natural” para este cargo, que ocupa desde 2005. Se
inicialmente esta ideia era encarada como especulação, agora já é um facto. O
debate, há muito iniciado, deverá agora ganhar outros contornos, sobretudo no
que se refere ao futuro do poder a nível do partido e do Presidência da
República, caso o presidente seja proveniente da Frelimo. É que, a partir de
2014, caso o seu candidato ganhe eleições, a Frelimo passará a ter dois centros
de poder: A presidência do partido, nas mãos de Armando Guebuza, e a da
República, com uma outra figura. Quebrar-se-á, desta forma, a tradição do
partido, alegada para afastar Joaquim Chissano da liderança máxima do partido,
em 2005, de o presidente do partido ser, simultaneamente, Presidente da República.
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Viva Frelimoooooooo
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