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segunda-feira, junho 18, 2012

LOJAS DO POVO CRIADAS PARA COMBATER EXPLORAÇÃO DO HOMEM PELO HOMEM

As lojas do povo, criadas nas zonas libertadas, depois de os colonos portugueses terem abandonado as lojas, devido ao evoluir da Luta de Libertação Nacional, foram criadas pela Frelimo com o propósito de combater a exploração do homem pelo homem.



Quem assim o afirmou é o veterano da Luta de Libertação Nacional, Marcelino dos Santos, no simpósio dos 50 anos da Frelimo.

Segundo ele, o que aconteceu é que, com o evoluir da guerra, os comerciantes portugueses começaram a abandonar as lojas para serem ocupadas por alguns moçambicanos.

“Nas zonas semi-libertadas, os cantoneiros portugueses fugiram e novos cantoneiros moçambicanos quiseram ocupar os lugares deixados pelos portugueses”, disse Marcelino dos Santos, deixando implícito o receio da Frelimo de não admitir a substituição de um explorador português por um moçambicano. 

Esta pretensão, segundo o veterano da luta de libertação nacional, não foi aceite porque a Frelimo receava que ela poderia perpetuar a exploração do Homem pelo Homem que era combatida pelos camaradas que pretendiam construir um futuro melhor para todos os moçambicanos.

O facto, segundo Marcelino dos Santos, é que a Frelimo tinha como princípios guia a Unidade Nacional e igualdade de todos, sem qualquer tipo de discriminação e que a luta de libertação era de todos.

Na ocasião, Marcelino dos Santos disse que a declaração da Unidade Nacional, consumada três meses depois do primeiro congresso, culminou com a entrega dos bens dos movimentos e a transferência de todos os membros para a Frelimo.

A Tanzânia, pais que albergava os combatentes, segundo o veterano da luta de libertação nacional, também deu o seu contributo a ideia de unidade nacional ao tomar a unidade como condição para que os combatentes pudessem obter documentos de viagem daquele país. 

“Sabem, Mondlane sem dizer muito, dizia tudo. Mondlane era um astro. Era um homem brilhante, mas sempre modesto que, se comparado com outros astros em Africa, dificilmente encontraríamos um que pudesse se aproximar a ele”, destacou Marcelino dos Santos.

Marcelino, tal como os outros oradores do simpósio, fez notar que durante o processo de união dos movimentos criados a volta da causa da independência nacional, foram registado momentos difíceis de busca intensa da construção de um único partido que acabaria se consumando com a união dos três movimentos graças ao esforço consentido por Eduardo Mondlane.
(AIM)

MAD/DT

Fonte: AIM – 17.06.2012

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