Maputo, 27 Jun (AIM) – Representantes de vários grupos que professam a religião islâmica na província setentrional de Nampula ameaçam desencadear uma revolta popular, a breve trecho, para tentar persuadir as autoridades governamentais moçambicanas a recuarem da sua decisão de vedar as alunas de assistirem aulas de burca.
Falando numa conferência de imprensa convocada para o efeito na cidade de Nampula, os interlocutores disseram que brevemente tencionam apresentar um documento formal aos ministros da Educação e da Justiça para que se encontre uma solução para este caso sob pena de organizarem uma revolta popular.
Os representantes da comunidade islâmica em Nampula, segundo escreve o diário “O Pais”, entendem que esta medida viola o princípio constitucional (artigo 24), ao abrigo do qual, todo o cidadão moçambicano tem direito à educação. As autoridades governamentais moçambicanas através dos ministros da Educação e da Justiça, consideram ilegal a assistência as aulas de burca em Moçambique, tendo em conta que o Estado moçambicano e’ laico.
“Somos pelo diálogo mas, caso as nossas possibilidades se esgotarem iremos recorrer a outras formas de protesto. Os muçulmanos participaram na eleição do actual Governo razão pela qual também têm o direito de gozar dos seus direitos fundamentais”, vincaram.
O véu islâmico e’ segundo eles, um símbolo religioso que tem como objectivo evitar tentações de assédio sexual das mulheres ao mostrarem suas partes do corpo sensíveis e que, mesmo as freiras cristãs usam-no porque nada está legislado contra o seu uso no país.
Segundo o grupo, este posicionamento do Governo está a contribuir para a exclusão social dos praticantes do Islão relegando-os a terceira categoria na sociedade.
Dados fornecidos pelos revoltosos referem que mais de 90 alunas que professam a religião islâmica perderam o ano lectivo em diversas escolas da cidade de Nampula, por terem sido vedadas pelas direcções das suas respectivas escolas o direito de assistir às aulas envergando a burca, também conhecida como véu islâmico.
A mesma medida, segundo eles, já está a afectar o funcionamento de algumas instituições públicas, sobretudo do sector da educação, porque algumas professoras estão a ser interditas de dar aulas de burca.
(AIM)
MAD/SG
Fonte: AIM - 27.06.2011
Este nosso governo, parece que não sabe o pretende alcançar daqui a anos!!!!!!!! Um contradiz o outro, num passado recente estavam preocupados em elevar o nivel de escolarizção das raparigas respeitando os valores, tanto que chegaram a encontrar consensos com as comunidades por causa dos ritos de iniciação. Hoje é o mesmo governo que aparece a nao respeitar esses mesmos valores.
ResponderEliminarAs nossas ministras e deputadas da nossa assembleia (casa do povo) fazem-se sempre aos locais de trabalho carregando lenços e burcas na cabeça ninguem fala!!!
Porque mexer com as meninas por causa da burca (lenço) se ao menos tapasse a cara toda, apenas é o cabelo que não se vê. Afinal o que queremos!!!!!!!!! acho que há muita coisa que a educação deveria se preocupar!!!!!
Se for so tapar o cabelo, como algumas mulheres africanas/negras, usam lenco na cabeca, nao vejo qualquer problema com isso.
ResponderEliminarAgora, se for tapar a cara, ou a burca completa, nessa altura, o caso muda de figura.
Nos paises cuja maioria da populacao e islamica ou o governo tambem o e, nos, os outros, respeitamos as suas tradicoes/cultura e seguimos o que for exigido pela lei.
Caro/a Sandy
ResponderEliminarSe todo o debate for por causa de lenco que tapa apenas cabelo, de facto não vejo a razão da preocupacão.
O que tenho entendido é que o a burca tapasse todo o corpo deixando apenas um espaco para os olhos.
Cara Sandy, informe-se bem das coisas antes de opinar,a burca em causa neste tema tapa todo o rosto excepto a boca... Então, agora já faz sentido para si o posicionamento do Minitério da Educação?????
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