Por Beth Danquah
Continuacão da Parte 1
Os casos mais flagrantes foram dos saudosos ditadores Mobutu Sese Seko do ex-Zaire (actual República Democrática do Congo) e do Tenente-General Sani Abacha da Nigéria, que para o primeiro caso, durante os 32 anos que esteve no poder (1965-1997), a dívida externa do país era de US$12 biliões e acumulando uma fortuna pessoal estimada em cerca de US$7 biliões para além de concentrar nas suas mãos grande parte do PIB do país.
O segundo caso, em cinco anos de poder (1993-1998), acumulou nada mais, nada menos do que £5 biliões em posse da sua família, segundo as autoridades helvéticas consideravam-no como sendo um líder de organização criminal, sendo considerado o 4° governante mais corrupto do mundo, para além da violação dos Direitos Humanos tais como, a execução dos activistas dos Direitos Humanos, o caso de Ken Saro-Wiwa (que se opôs ao Governo nigeriano à concessão de licença de exploração de petróleo à multinacional holandesa Royal Dutch Shell Group), prisão dos seus oponentes políticos os casos de Moshood Abiola (o suposto vencedor das eleições presidenciais a 12 de Junho de 1993 na Nigéria, que nunca chegou de assumir o poder) Olusegun Obasanjo e do proeminente escritor e dramaturgo Wole Soyinka (o vencedor do Prémio Nobel da Literatura em 1986), para além de ter um Governo impopular que era contestado a nível interno e externo, banindo a actividade política e controlando a Imprensa bem como ter ao seu comando um exército com cerca de 3 mil homens, e as sanções económicas impostas pela comunidade internacional ao seu Governo e os respectivos membros.
Noutros continentes, como a Ásia nas Filipinas com o regime de Ferdinand Marcos (1965-1986) e na Indonésia com o General Suharto (1965-1998), bem como na América Latina no Chile com Augusto Pinochet (1973-1990), também tiveram Governos cleptocráticos, onde no caso das Filipinas se caracterizou por prisões dos opositores e a instauração da lei marcial (levantada em 1981, a corrupção do Governo aumentou, bem como a pobreza e a guerrilha), iniciando uma guerra de guerrilha pelos maoístas e separatistas muçulmanos. No Chile, só em 1973, aproximadamente 70 dissidentes foram vítimas da Caravana da Morte, no caso da Indonésia, Suharto enriqueceu com base na criação de um pequeno círculo de privilegiados através da implementação de monopólios estatais, subsídios e de esquemas ilícitos.
PS - Todos os cleptocratas por natureza são ditadores e corruptos, que ascenderam ao poder via de força das armas (golpes de Estado), tendo perseguido os seus opositores e eliminando muitos deles, que por sinal tiveram fins trágicos devido a insustentabilidade de seus regimes ao longo dos tempos, como são os casos de Mobutu, Suharto, Pinochet e de Marcos, só para citar alguns exemplos.
Fonte: Jornal Notícias - 29.03.2011
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