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segunda-feira, dezembro 27, 2010

Propinas mais caras na UEM

AS propinas na Universidade Eduardo Mondlane (UEM), em Maputo passam, a partir do próximo ano, a custar sete vezes mais para os estudantes de licenciatura daquela que é a maior e mais antiga instituição do Ensino Superior no país.
A decisão foi tomada durante a segunda sessão ordinária do Conselho Universitário realizada no passado dia 16 de Dezembro, tendo se decidido na mesma ocasião agravar, em 400 porcento, as taxas cobradas pela inscrição de cada disciplina semestral. Com efeito, a taxa de matrícula será agravada de 80 meticais (2,4 dólares norte-americanos) para 600 meticais e o valor de inscrição por cada disciplina semestral aumenta de 105 meticais para 420 meticais. Para as cadeiras anuais aplica-se o preço de 840 meticais.

Fonte: Jornal Notícias - 27.12.2010

9 comentários:

  1. As propinas não foram feitas para pagar o corpo docente ou cobrir às "despesas" das universidades, mas sim para assistir através dos serviços da acção social os estudantes, sobretudo os mais necessitados. Estou a falar de alimentação, alojamento, etc.

    Ainda ontem perguntava ao director pedagógico de uma instituição de ensino superior em Moçambique se achava correcto "entulhar" o país de universidades em detrimento do ensino técnico? A resposta que tive foi satisfatória: " o regime quer assim, assim seja".

    Zicomo

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  2. Estou reflectindo sobre esta medida, mas a minha impressão é porque a UEM tornou-se uma empresa.
    Espero que estas propinas sejam para os que têm e os pobres com mérito pedagógico continuem a ter possibilidades de estudar na universidade.

    V. Dias, o meu sonho que em Mocambique se introduza ensino obrigatória primeiro até a 5ª classe e depois a 7ª classe - um programa para erradicar o analfabetismo em Mocambique. Não coisa impossível, pois se quisermos falar bem de Robert Mugabe, diremos que ele fez uma coisa que Portugal nunca fez.
    E que a partir da 8ª classe devia-se preparar um cidadão pronto à producão, isto é, à vida laboral. Portanto, no fim da 10ª classe ou 12ª classe temos que ter cidadãos que se entregam ao mercado do trabalho.

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  3. Tudo isso o Zeferino Martins tem conhecimento, a pergunta é: porque é que não faz?

    Zicomo

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  4. Talvez a resposta será a mesma que tiveste com o tal director pedagógico: o regime não quer isso. Eu diria, os políticos não querem isso. Eles não "compram" tal pensamento. O problema deve ser ser de progrmas eleitoristas onde nunca há pacto ou compromisso entre os principais partidos.

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  5. E por falar de eleições, disse: "repare que no ano das eleições os exames são fáceis" é mais uma das orientações. Disse. Recebi um trabalho há dias de um amigo docente com erros terríveis. É docente lá e dos "melhores", dizem...

    Zicomo

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  6. Por favor não me façam chorar ou rir até chorar!os Moçambicanos de outras prrovincias (a maioria)já esto sujeitos a estas propinas, menos nós aqui do Maputo. Será que não somos parte deste mesmo país? por favor deixemo-nos de oportunismos, e vamos tambem pagar e contribuir. Quem é que disse que coisa do Estado não tem custos e tem de ser gratuita? Donde vem o dinheiro que subsidia o preço? impostos? isso não custa ao boçso de quem paga? doadores? são por acaso nossos pais? vamos ser sérios!

    Marcolino Munjovo

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  7. Caro Marcolino Munjovo

    desculpe-me por só agora ter visto o teu comentário.

    1. Eu não sabia que os estudantes nas províncias já pagavam esse valor. Assim que nos informas já questiono do porquê comecou-se isso na províncias e não na sede da UEM?

    2. Eu continuo pensando que os pobres também tenham o direito de estudar. Mas que os filhos dos governantes não procurem estudar a borla nem sejam mandados para fora com dinheiro do Estado.

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  8. Sr Reflectindo,

    1. Olha, nao sei porque não começou na sede da UEM. Talvez porque quizeram dar-nos privilégios a nós aqui do Maputo, o que não é justo. Os nossos irmaos de outras províncias tambem sentem, mas pagam, e não são mais ricos do que nós aqui do Maputo. Pelo contrário, muitos até tem nais dificuldades. Por isso nós podemos e tambem devemos contribuir, como os outros.

    2. É mentira que com as novas propinas os Moçambicanos, e os "pobres" não vão poder estudar. Nos departamentos da UEM, nas províncias, há maioria de Moçambicanos e filhos de gente humilde e pobre tambem. Nas outras universidaes privadas ou da Igreja ou Conselho Islâmico, em todo o País, com propinas bem mais altas (mais de 3 vezes as propinas actualmente ajustadas da UEM para Maputo), a maioria dos estudantes são Moçambicanos e há filhos de muita gente humilde e pobre. Meu irmão, sabem sacrificar-se e não só choramingar, é importante! não passam a vida a choramingar. Desculpa, nós do Maputo fomos sempre mimados na UEM, não sei porquê, francamente. Isso tem de acabar, somos iguais aos outros!
    3. Filhos de dirigentes são tambem Moçambicanos e tem direito de usufruir o que está disponível. Não se pode proibir Moçambicanos, por serem filhos de dirigentes, ou outra coisa qualquer, de beneficiar daquilo que está disponível para para todos. Agora é importante que contribuam mais como todos outros estudantes, por isso é importante tambem ajustar as propinas em Maputo onde eles tem o direito de estudar também.

    Sr Reflectindo, pense mesmo. Não use nome de reflectindo só, casquete de "reflectindo so ..., apenas!
    Vamos acabar com a mentalidade de promover a mendicidade. temos de aprender que na vida contribui-se, não se recebe só. Isso faz bem à nossa dignidade. Se não fazemos isso, corremos o risco de engolir sempre de que nós do Maputo somos privilegiados! Não precisamos de ser privilegiados, somos iguais a todos os Moçambicanos nas outras províncias!

    Marcolino Munjovo

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  9. Caro Marcolino

    Meu caro, tento apenas questionar algo porque há muito que desconheço sobre a UEM. Não sou e nunca fui estudante daquele estabelicimento de ensino. O facto de as altas propinas terem começado nas províncias e por cima não ter havido reacção continuará como preocupacão para mim. Através do INE sabemos que os mais pobres vivem nas províncias. Isto só me faz lembrar duma decisão nos princípios da primeira parte da década 90 que quem podia ser admitido na UEM era quem tivesse residência na cidade do Maputo.

    Quando me preocupo pela possibilidade dos pobres estudarem também, é porque a partida deve-se definir o caminho para quem realmente não tem como pagar as propinas. Há que aceitarmos que estamos num país onde a maioria vive na pobreza absoluta, abaixo de 35 MT/dia. Eu sei pessoalmente o que é isso de pobreza e ser pobre. Sei o que é interromper estudos por ser pobre. Eu podia escrever muito sobre isso.

    Eu não disse que os filhos dos chefes fossem discriminados, mas como eu disse, é preciso que haja clareza sobre como os pobres poderão ter os mesmos direitos. A experiência da década 90 diz muita coisa. Depois daquela decisão, algumas embaixadas em Maputo organizaram bolsas destinando aos que não podiam estudar na UEM por não terem residência na cidade de Maputo. Mas não queiras acreditar que os dirigentes correram para apoderarem-se delas (bolsas). Por outro lado temos aquilo que aconteceu com bolsas de estudo em 2004 com o ora ministro de educação e a chefia da UEM e o que se provou com o então ministro dos transportes e comunicacão no ano passado. São poucos os que assumem que o que os donativos internacionais para Moçambique são para os pobres. Todo o cuidado é pouco.

    Sr Marcolino, posso não reflectir, como o senhor queira, mas tenho registado muitos factos.

    Um abraço

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