A década na economia nacional
Para um país em via de desenvolvimento e mergulhado em dívidas, a década começou bem. Em Abril de 2000, a comunidade internacional decidiu integrar Moçambique na Iniciativa para os Países Pobres Altamente Endividados (HIPC). Tratou-se de um projecto através do qual países pobres beneficiaram de perdões totais e parciais das suas dívidas, sobretudo com os países europeus. Neste contexto e por conta da minuta do Clube de Paris, rubricada por países europeus, nos anos seguintes, Moçambique beneficiou do perdão de dívidas de credores como Rússia, Portugal, França, Alemanha, Reino Unido, Suécia, Itália, Áustria e Espanha, para além de países americanos e africanos.
Ainda ao princípio da década, entrava em funcionamento um gigante no ramo industrial, a fábrica de fundição de alumínio Mozal. Este mega-projecto contribuiu, nos anos seguintes, de forma significativa para o incremento do Produto Interno Bruto (PIB). Outro mega-projecto que teve importância similar, nos meados da década, no nosso PIB, foi a Sasol, que se dedica, principalmente, à exploração do gás de Pande e Temane.
Em 2003, Maputo torna-se no centro das atenções africanas ao acolher a Cimeira da União Africana, de onde surgiu a declaração de Maputo, priorizando a agricultura no continente.
Até ao fim da década 90, o país conheceu o monopólio no ramo da telefonia móvel, um cenário que só veio a mudar em 2003, com a entrada do segundo operador, a Vodacom. No ano seguinte, a capital do país, Maputo, voltou a estar no centro das atenções do continente africano, ao acolher a XIV Cimeira do Fórum Económico Africano. Em 2006, um dos símbolos da identidade nacional sofre uma profunda mudança. Trata-se do metical, que passou a uma nova família. A poucos meses do fim do ano, duas boas novas são anunciadas, as descobertas de petróleo e gás natural na bacia de Rovuma. (Orelvo Lapucheque)
Fonte: O País online - 29.12.2010
Quando se perdoa a dívida, os dirigentes da Frelimo esfregam as mãos de contente, pois sabem que podem aumentar a causa das suas barrigas de ricos.
ResponderEliminarZicomo
O que eu lamento é que não há prestacão de contas sobre o uso do valor perdoado. As organização que tanto se empenharam para perdão da dívida já não se ouvem...
ResponderEliminarEm Mocambique é pena que José Negrão não esteja entre nós. A ele devíamos perguntar se sabe em que e como se aplicou o valor.